Centro Histórico e Cultural Mackenzie recebe obras do arquiteto Roberto Zuccolo

Iniciativa reúne histórias mackenzistas e brasileiras, com pesquisa e preservação da memória 

28.09.202213h20 Comunicação - Marketing Mackenzie

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Centro Histórico e Cultural Mackenzie recebe obras do arquiteto Roberto Zuccolo

Nesta terça-feira, 27 de setembro, o Instituto Presbiteriano Mackenzie (IPM) promoveu a palestra Roberto Zuccolo: O resgate de um legado. O evento ocorreu no campus Higienópolis e divulgou a doação dos projetos do arquiteto Zuccolo para arquivamento e exposição no Centro Histórico e Cultural Mackenzie (CHCM), ligado à Chancelaria da instituição. A iniciativa faz parte do programa Pesquisa em Debate, do CHCM, que neste evento contou com a parceria da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM).

O chanceler do Mackenzie, reverendo Robinson Grangeiro Monteiro, que presidiu a mesa e apresentou os pesquisadores envolvidos, explicou detalhadamente o projeto e destacou a relevância do trabalho executado pelo Centro Histórico e Cultural Mackenzie.

“Uma das mais significativas contribuições que o CHCM tem oferecido é o resgate da memória do Mackenzie e dos grandes mackenzistas que já passaram pela instituição, seja na educação básica, seja na educação superior. Este é o legado dessa instituição confessional e filantrópica: educar e cuidar do ser humano para que ele exerça uma cidadania plena”, enfatiza o chanceler.

Especificamente sobre o trabalho com o material de Zuccolo, a arquivista do Acervo Técnico do CHCM, Thaty Galvão, explica, “estamos fazendo o levantamento do acervo para que ele esteja catalogado e, futuramente, seja disponibilizado em exposições digital e presencial no CHCM. Hoje, mostramos a pesquisa que estamos fazendo há um ano”, comenta. “Encontramos a Ligação Santos Guarujá, que nunca foi executada, foi o achado que não imaginávamos ter sido projetado pelo Zuccolo”, completa ela.

“Esse acervo tem um impacto muito grande na vida da cidade. Zuccolo morreu em 1967, mas seu escritório seguiu até 1980, com sócios que continuaram a desenvolver as fórmulas dele. Ele criou uma escola de projetos, que os mackenzistas não abandonam por ser uma assinatura brilhante para o profissional de arquitetura”, pontua o coordenador do CHCM, Eduardo Abrunhosa. 

Ele ainda comenta que esse trabalho de recuperação, preservação e exposição é um legado do Projeto 150 anos do Mackenzie. A ideia é trazer todos os meses alguma pesquisa que está sendo desenvolvida no CHCM por mackenzistas. Em outubro, por exemplo, o tema será A memória e o legado protestante no Brasil, para marcar o início dos cuidados, preservação e exposição de acervos documentais da Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB) desde a chegada de Ashbel Green Simonton ao país até os dias atuais. 

“Zuccolo foi o professor de todos os arquitetos modernos formados no Mackenzie. Essa geração é muito importante para a arquitetura brasileira, não somente de forma histórica, mas também sobre a expansão cultural no país”, afirma a professora do Programa de Pós-Graduação de Arquitetura e Urbanismo, Eunice Abascal. 

“Esse momento, para mim, é nevrálgico. Não só juntamos, mas digitalizamos e revitalizamos um acervo, e exploramos um campo do conhecimento para pesquisas de graduação. Esse evento é um investimento e uma bênção para o Mackenzie”, explica o presidente do Conselho Deliberativo do IPM, reverendo Cid Caldas. 

Além das autoridades mackenzistas citadas, esteve também prestigiando o evento o presidente do Instituto Presbiteriano Mackenzie, Milton Flávio Moura, e o professor do Centro de Educação, Filosofia e Teologia (CEFT) da UPM, Marcel Mendes.

Sobre Roberto Zuccolo 

Roberto Rossi Zuccolo estudou Engenharia Civil na Escola de Engenharia Mackenzie e formou-se na turma de 1946. No ano seguinte, mesmo ano da Fundação da Faculdade de Arquitetura Mackenzie, inaugurou o seu escritório de estrutura e concreto, onde atuou como engenheiro calculista até a década de 1960. 

Paralelamente à carreira empresarial, foi professor da FAU Mackenzie, desde a fundação até abril de 1962, quando faleceu. Dentre os diversos marcos de sua carreira, ficou conhecido pela integração entre concepção arquitetônica e o cálculo estrutural, a partir de uma estética arrojada. 

Segundo a professora Eunice, Zuccolo calculou e executou as estruturas de inúmeros exemplares arquitetônicos e peças de infraestrutura que pontuam a cidade de São Paulo e tantas outras cidades brasileiras. Muitas delas projetadas por seus ex-alunos, egressos da FAU Mackenzie, que revelaram sempre uma profunda admiração pelo trabalho profissional e acadêmico de Zuccolo.  

Exemplifica essa ampla produção os edifícios para a Sede da CNI Edifício Roberto Simonsen (1962), no Setor Bancário Norte de Brasília, de Pedro Paulo de Melo Saraiva e Paulo Mendes da Rocha; o edifício Porto Fino (1961) e Porto Velho (1961, Santos, em parceria com Francisco Petracco); e o Edifício Solar do Conde (1962, com José Maria Gandolfi, egresso da turma de 1958), em São Paulo.