Estrutura do Evento

Em sua nona edição, o Fórum contará com Conferências e Sessões Temáticas.

As Sessões Temáticas reunirão artigos de pesquisadores e profissionais, organizando-se em sete temas:

1. Leitura de Obras e Análise de Projeto

Este eixo temático propõe discussão sobre a leitura de obras e análise de projetos como ferramentas da práxis arquitetônica, trazendo a foco a urgência da consolidação de um saber arquitetônico passível de ser documentado, transmitido e debatido com rigor científico. Engloba documentação de processos projetuais; métodos de análise de projetos; sistematização e divulgação do conhecimento em projeto de arquitetura, urbanismo e design; leituras de obras e rigor científico; a importância da crítica; contaminações entre teoria e práxis.

 

2. Processos de Projeto e Tecnologias

O processo de projeto envolve atividades de diferente natureza: de pesquisa, análise, síntese, criativas, avaliativas, representacionais. Para estas atividades, empregam-se ferramentas específicas que são, pela sua vez, produto de determinadas tecnologias. Este eixo temático engloba estudos que relacionem as ferramentas tecnológicas de criação, comunicação, construção ou avaliação com o processo de projeto. Contemplam-se posturas documentais, críticas, reflexivas ou prospectivas, que examinem algumas das diferentes relações estabelecidas ou por estabelecer, incluindo ferramentas, técnicas e métodos normalmente associados ao projeto, como: CAD, modelagem paramétrica, simulação, realidade virtual e aumentada, sensoriamento remoto, BIM; ou associadas à construção, como: a pré-fabricação, fabricação digital subtrativa (laser, fresa CNC), fabricação aditiva (impressão 3D), robótica e automação da construção, entre outros. É este processo dependente das tecnologias? Percebe-se o processo de projeto evoluir junto com estas? Influi esta relação no uso ou ocupação da edificação?

 

3. Legislação e Políticas Públicas

Este eixo tem por objetivo compreender e contribuir com uma leitura das Legislações e Políticas Públicas como meios para a construção de um ambiente urbano equitativo. A importância do desenho de políticas e instrumentos urbanos eficazes para a materialização de uma cidade de direito que garanta a igualitária utilização de suas estruturas e espaços (Lefebvre, 1968). São faces deste eixo: o alcance do Estatuto da Cidade e Estatuto da Metrópole sobre o Planejamento Urbano; as efetivas contribuições dos Plano Diretores e Leis de Zoneamento sobre o desenho da cidade; os impactos de normativas como do sistema nacional de habitação, saneamento e de mobilidade sobre os espaços urbanos; as legislações de regularização fundiária sobre as ocupações irregulares existentes; implementação de ZEIS; a participação cidadã na construção da cidade; desenho de novos instrumentos urbanísticos; e o impacto da legislação urbanística sobre a forma urbana.

 

4.Territórios Vulneráveis e Processos Participativos

Tomados como pano de fundo os efeitos da distribuição desigual de recursos e a consequente precariedade social no contexto das políticas neoliberais, entende-se que toda e qualquer vida é intrinsecamente vulnerável e que, para a sobrevivência, necessita estabelecer alianças na interdependência inerente à vida social. As pesquisas neste eixo inseridas apostam na potência social de transformação do espaço urbano; emergem da força da coletividade, das políticas do comum, do desejo o comunitário e democrático; instiga a participação social nos processos de gestão e governança como único caminho possível de encontro à contemplação das reais necessidades e desejos de transformação da vida urbana; identifica as coletividades autogeridas pela população como instrumentos dinâmicos de resistência pelo direito à cidade; e, acima de tudo, instiga a reflexão a respeito da atuação da arquitetura, do urbanismo e da pesquisa, capaz de desenvolver hipóteses sobre o devir das cidades, do desenho urbano e dos desdobramentos em seu uso e apropriação.

 

5. Patrimônio Histórico em Arquitetura e Urbanismo e Design

Este eixo temático é dedicado à discussão e contribuição das abordagens históricas, teórico-conceituais e patrimoniais da arquitetura e urbanismo, na pesquisa e investigação em campos disciplinares afins. A importância da historiografia, das teorias e métodos, da crítica arquitetônica e a interface entre essas experiências; leituras e releituras da historiografia da cidade, da arquitetura e do urbanismo do século XX; novos instrumentos de conservação e restauro do patrimônio arquitetônico e cultural; intervenções em Centros Históricos e teorias do restauro no século XXI; projetos de reabilitação e programas de gestão de centros históricos; novos parâmetros para valorização do patrimônio arquitetônico e cultural; patrimônio cultural e identidade contemporânea; patrimônio imaterial e memória; novas categorias de proteção e conservação patrimonial.

 

6. Dimensões de Uso do Espaço Público e Equipamentos Coletivos

Numa palestra de 1967 intitulada “Des espaces autres”, (Espaços Outros), Foucault destacou o conceito de “Heterotopia” como sendo os espaços característicos do mundo moderno. Seu papel seria o de criar um espaço outro tão real, perfeito, meticuloso e bem-disposto quanto o nosso é desarrumado, mal construído e confuso. Ou ainda, um espaço outro formado por espaços ilusórios compostos por diversas camadas de práticas sociais simultâneas e incompatíveis entre si. A sobreposição dessas camadas criaria polos extremos que constituem espaços de ilusão e expõem todos os espaços reais, todos os lugares em que se divide a vida humana. Seriam espaços constituídos em todas as sociedades, mas que assumem formas muito variadas e se modificam ao longo do tempo.

 

7. Arquitetura, urbanização e sustentabilidade

Este eixo temático engloba estudos de arquitetura e urbanismo focados na sustentabilidade. Conflitos ambientais; o papel do urbanismo na degradação ambiental e riscos; contextos de resiliência urbana; soluções urbanas para controle de degradação ambiental; ambiente e paisagem; espaço público e qualidade ambiental; preservação do ambiente natural, construído e da paisagem; sistemas de espaços livre e seu papel no ecossistema urbano; infraestrutura e visão ecossistêmica do ambiente; dimensões da sustentabilidade urbana; dimensão socioecológicaem projetos urbanos; o desenho urbano na ocupação e a preservação do meio ambiente.

 

8. Pesquisa e Projeto em Design

O campo de atuação do Design se desdobrou nestas últimas décadas, abrangendo desenvolvimento de projetos em comunicação, produtos, serviços, envolvendo questões técnicas, tecnológicas, sociais, ambientais, econômicas e culturais, se situando de modo transdisciplinar, dialogando e interagindo com outras áreas de atuação e do conhecimento, explorando múltiplas metodologias no desenvolvimento de pesquisas e projetos. Buscando atender a esta diversidade de manifestações e considerando que todo desenvolvimento de projeto em Design implica na prática da pesquisa, a temática “Pesquisa e Projeto em Design”, espera abrigar trabalhos que desenvolvam análises e reflexões sobre as relações entre estes termos e o Design, duas ações, tão interligadas nesta atividade tão importante em nosso contexto contemporâneo.