Cultura

Arquitetura e Urbanismo do Mackenzie lança “Banco de Praça Sonoro”

Projeto é parte de novo curso de extensão e faz homenagem a Jorge Wilheim

29.08.201816h01 Comunicação - Marketing Mackenzie

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Arquitetura e Urbanismo do Mackenzie lança “Banco de Praça Sonoro”

Em evento realizado terça-feira, 28 de agosto, no saguão da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), foi apresentado o novo curso de extensão “Banco de Praça Sonoro: Jorge Wilheim”, que compreenderá a execução da obra numa realização conjunta dos cursos de Arquitetura e Urbanismo, Design, Comunicação e Diretório Acadêmico da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Mackenzie (DAFAM), além da participação da família e amigos do arquiteto homenageado.

De acordo com Ariane Daniela Cole, professora da FAU, “a confecção do banco pretende homenagear Jorge Wilheim utilizando suas memórias e, de certa forma, embutindo-as ao tronco de uma árvore da cidade, gerando um objeto útil, decorativo e que consiga passar algumas ideias e conhecimentos do urbanista às novas gerações”. Os alunos terão a missão de criar a peça, pensar na questão acústica e de como embutir os áudios de Jorge ao banco.

Segundo Ana Maria Wilheim, filha de Jorge Wilheim, o projeto está sendo desenvolvido com grande colaboração do artista plástico Hugo França, que tem transformado resíduos lenhosos da cidade em obras de arte. “Vamos transformar um tronco num belíssimo banco de praça que será colocado nos jardins do Mackenzie, campus Higienópolis”, comenta Ana.

Segundo conta a filha do urbanista, a ideia é fazer deste projeto uma atividade de extensão e integração de saberes dos conhecimentos produzidos por Jorge na arquitetura, urbanismo, políticas públicas, planos diretores, criação de cidades, junto às artes plásticas e tecnologia de áudio a ser colocada dentro do banco.

Dentre as atividades previstas para a participação dos alunos, destacam-se a criação da obra sonora junto ao artista e designer Hugo França; registro do processo de concepção e realização do banco em suporte audiovisual; oficina sobre resíduo lenhoso no Parque do Ibirapuera; pesquisas sobre o arquiteto e urbanista Jorge Wilheim; elaboração de áudio para a instalação e acompanhamento do projeto em todas suas etapas em conjunto com estudantes da pós-graduação e professores.

As oficinas com o designer Hugo Franca acontecerão fora do campus e também haverá visita ao seu ateliê. Os alunos da pós-graduação, que no primeiro semestre 2018 se dedicaram ao estudo da obra de Jorge Wilheim, agora auxiliarão os estudantes da graduação na seleção dos áudios que serão editados em colaboração de alunos do curso de comunicação.

Ana conta que os áudios a serem embutidos no banco serão retirados de vários vídeos de entrevistas, palestras, aulas magnas e etc. das quais Jorge Wilheim participou. “Nós vamos selecionar os melhores trechos desses áudios para passar as mensagens da visão dele sobre cidade, planejamento, meio ambiente e outros temas”.

Jorge Wilheim

O arquiteto e urbanista foi aluno da primeira turma de Arquitetura da FAU Mackenzie, em 1952. Não desenvolveu carreira acadêmica, mas sempre teve o desejo de passar sua experiência aos alunos de Arquitetura e Urbanismo que viriam depois. Faleceu antes de realizar este sonho, mas deixou um legado a ser seguido. O profissional completaria 90 anos em 2018.

Ele foi o autor do plano diretor de Curitiba e de Goiânia. Em São Paulo, foi responsável pelo plano diretor dos governos de Mário Covas e de Marta Suplicy. Wilheim foi um homem muito ligado a seu tempo, com contribuição para a arquitetura e para as políticas públicas urbanas. Ele criou a primeira secretaria do meio ambiente do estado de São Paulo.

“Meu pai tinha um desejo muito grande de sentar em bancos de praça e passar para as novas gerações as experiências dele. Ele costumava dizer, ‘me arruma um banco que eu vou sentar lá e vou conversar com os alunos’, então esse projeto é uma realização do desejo dele. Por isso a parte sonora do trabalho é tão importante, porque não é apenas um banco, é um banco que fala como ele gostaria de fazer”, finaliza Ana.