Economia

Mackenzista egressa de projeto de reinclusão de residentes do sistema prisional brasileiro ganha prêmio da Expo Favela MG

Pablina Veloso recebe suporte para seu empreendimento 

03.10.202312h33 Comunicação - Marketing Mackenzie

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Mackenzista egressa de projeto de reinclusão de residentes do sistema prisional brasileiro ganha prêmio da Expo Favela MG

A empreendedora Pablina Veloso foi premiada com o Troféu Trancista Referência na Expo Favela Innovation, feira de negócios cujos expositores são empreendedores e startups de comunidades carentes. Ela é egressa da primeira turma, em 2019, do projeto de Reinclusão Social de Residentes do sistema prisional brasileiro por meio da educação superior da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM)em cooperação com a Fundação Professor Dr. Manoel Pedro Pimentel (FUNAP) e as Unidades Prisionais, que também envolve a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP).  

Com o objetivo de proporcionar visibilidade para empreendedores da favela e o consequente impulsionamento dos projetos a grandes investidores, a Expo Favela 2023 em Minas Gerais aconteceu nos dias 15 e 16 de setembro, no espaço Sebrae Minas, com palestrantes, debates e negócios. O evento é considerado o maior projeto de empreendedorismo da base da pirâmide no estado. 

Além do prêmio, Pablina, formada em Gestão de Recursos Humanos, também palestrou sobre “Diversidade e Inclusão: Mulheres em situações de vulnerabilidade e suas superações”, no dia 16 de setembro, a convite de Marciele Delduque, diretora do evento. Ela usou sua história de vida como exemplo para motivar outras mulheres periféricas, negras e em vulnerabilidade social, para que consigam gerar renda e sejam independentes economicamente, investindo na formação de trancistas. 

“O que mais me chamou a atenção na Pablina foi a sua jornada de vida, sobretudo a oportunidade de se reinventar perante os desafios, mostrando que, sim, era possível mudar e sair da estatística posta sobre a vida de uma mulher preta, de periferia, de favela”, defende Marciele.  

De acordo com a professora Ana Lúcia Vasconcelos, colaboradora do Programa de Mestrado e Doutorado Profissional em Controladoria e Finanças Empresariais (PPGMPCFE) da UPM, a conquista da empreendedora reafirma “o compromisso do Mackenzie no papel de transformar vidas”.  

A docente, uma das idealizadoras do projeto de reinclusão social, destaca que as oportunidades que são dadas pela Universidade, que além do acesso ao ensino superior e suas metodologias tem iniciativas voltadas para o empreendedorismo, oferecem a motivação necessária para o desenvolvimento de uma profissão, a qualificação com habilidades para inserção no mercado de trabalho e a possibilidade de encontrar novos significados para sua vida.  

Trata-se de um trabalho colaborativo inovador, integrando áreas do conhecimento de forma interdisciplinar, com a participação de professores, mestrandos, doutorandos da UPM, e apoio da Chancelaria, que interagem e se complementam em uma missão única que é a de propiciar o acesso a direitos, resgatar a responsabilidade aos deveres, o respeito aos direitos sociais, civis e políticos, considerados atos fundamentais para o exercício de cidadania, visando a promover condições para a (re)inclusão social. 

Pablina também conta que essa conquista em sua vida mostra que está no caminho certo, pois foi reconhecida como uma ferramenta de potencialização num momento bom, trazendo visibilidade para divulgar sua história de vida e de superação.  

“Costumo dizer que o Mackenzie não é somente educação, é amor e apoio. Não fui ofertada somente com a bolsa de estudo, tive e tenho total acompanhamento psicossocial, jurídico, comunicação, empreendedorismo, contabilidade e finanças", diz Pablina.

"Era tudo que eu precisava, então agarrei com muita força, aproveitando todas as oportunidades e me dedicando cada dia mais para ser uma profissional admirada e reconhecida”, adiciona a empreendedora. 

O Mackenzie, no cumprimento de seu princípio, “em todas as circunstâncias, agir com amor que é o vínculo da perfeição”, foi a porta de acesso de Pablina à educação, profissionalização, melhoria pessoal, inovação, conhecimento e conexões, e isso aconteceu graças à sua mudança de vida, que veio por meio da instituição, responsável por direcioná-la direta e indiretamente a novas possibilidades de relações com pessoas. 

Atualmente, a trancista gerencia seu próprio negócio no ramo, o Ateliê Sol, onde atua como instrutora, educadora e mentora, capacitando mais de 200 alunos. Além do Ateliê, ela também participa do projeto Responsa, que visa a inserção de egressos do sistema prisional no mercado de trabalho, e do Inova Mack, incubadora da UPM. 

A professora Ana Lúcia conta: “Estamos ajudando-a com seu negócio há muito tempo, com apoio de psicólogos do Mackenzie, profissionais do Programa de Mestrado e Doutorado Profissional em Controladoria e Finanças Empresariais (PPGMPCFE), professores do Direito, professores dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda, professores da Pedagogia".

"Aplicamos a metodologia de negócios de impacto social na qual ela, como líder, faz acontecer e transforma os territórios aos quais tem acesso, demonstrando mudança de vida. É o que esperamos de todas as nossas alunas do projeto carcerário”, pontua professora Ana Lúcia. 

O destaque da empreendedora Pablina foi tanto que já até recebeu o convite para Expo Favela Minas Gerais 2024 e a professora Ana Lúcia será a primeira convidada de seu novo painel. A trancista agradece à UPM, na pessoa do reitor Marco Tullio de Castro Vasconcelos, ao Inova Mack, professores e colaboradores pela oportunidade, acolhimento, carinho e dedicação, especialmente, à professora Ana Lúcia, por ter a acolhido como a uma filha. “Continuem buscando e criando projetos que envolvam as necessidades do ser humano em vulnerabilidade social. Eu sou a prova viva de que dá certo!”, finaliza Pablina.