Ecologia organizacional, liberdade econômica e o imperativo da inovação

01.02.2018

Alexandre Nabil Ghobril e Marcos Antonio Franklin


A perspectiva da teoria da Ecologia Organizacional está fundamentada na capacidade das organizações se adaptarem ao seu ambiente. Isso ocorre, pois, as organizações são consideradas atores racionais limitados, com alto grau de inércia organizacional interagindo com um ambiente competitivo. A depender dessa interação possivelmente haverá variações ambientais o que resultam em restrições para as organizações.

 

Nesta abordagem, a organização tem pouca influencia em seu destino, possuindo o ambiente um caráter determinista. Esta interação determina variações ambientais que impõem restrições à população de firmas, selecionando aquelas que estão mais aptas a sobreviver e, eliminando naturalmente as mais fracas (HANNAN; FREEMAN, 1977, 1989; BAUM, 2001).

 

Por outro lado, a abordagem da economia de mercado, conforme proposta por Mises (2010, p. 315) “é o sistema social baseado na divisão do trabalho e na propriedade privada dos meios de produção”. Portanto, é condição fundamental que esse sistema seja regido pelas forças de mercado. Mises (2010, p. 316) propõe ainda que “o mercado é o ponto focal para onde convergem e de onde se irradiam as atividades dos indivíduos. ”

 

Nesse sentido, ambas as teorias preconizam que empresas atuando em cenários de livre mercado necessitam apresentar estratégias e mecanismos de adaptação e reação rápida que as permitam sobrepujar as forças de mercado e vencer a inércia que naturalmente as leva a repetir estratégias e modelos bem-sucedidos do passado.

 

Portanto, torná-las capazes de navegar no mar aberto da livre concorrência, requer monitoramento constante das mudanças no ambiente e respostas “real time” por meio de inovações de diversas ordens, em alguns casos inovação aberta via parcerias com outras organizações e startups quando a solução envolve o uso de tecnologias fora do seu escopo de conhecimento.

 

 

Bibliografia

 

BATAGLIA, W.; FRANKLIN, M. A.; CALDEIRA, A.; ADERITO DA SILVA, A. Implicações das Teorias Ambientais para a Administração Estratégica. Revista Gestão.Org – 7 (3):314-330 – Set/Dez 2009.

 

BAUM, J. A . C.  Ecologia organizacional. In: CLEGG, S.R.; HARDY, C.; NORD, W. R. (orgs). Handbook de Estudos Organizacionais. São Paulo: Atlas, 2001.

 

HANNAN, M.T.; FREEMAN, J.  The population ecology of organizations. American Journal of Sociology, 82, p.929-964, 1977.

 

HANNAN, M.T.; FREEMAN, J.  Organizational ecology. Cambridge, MA: Harvard Business Press, 1989.

 

MISES, L. von. Ação humana: um tratado de economia. 3.1ª ed. São Paulo: Instituto Ludwig von Mises Brasil, 2010. Disponível em< http://www.mises.org.br/files/literature/A%C3%A7%C3%A3o%20Humana%20-%20WEB.pdf>

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