Na foto, Marco Tullio, reitor da Universidade, está falando em um microfone atrás de um púlpito. A foto está bem focada em seu rosto. Ele está usando terno e olhando para a lateral esquerda.
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Reitor do Mackenzie fala sobre desafios e conquistas na trajetória da Universidade

No aniversário de 69 anos da UPM, o professor Marco Tullio de Castro Vasconcelos comenta sobre espírito mackenzista, momento pandêmico e outros assuntos

16.04.202110h00 Comunicação - Marketing Mackenzie

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Reitor do Mackenzie fala sobre desafios e conquistas na trajetória da Universidade

No dia 10 de fevereiro de 2020, o professor Marco Tullio de Castro Vasconcelos tomou posse como reitor da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM). Um mês depois, no dia 13 de março, as aulas foram suspensas e a gestão de Vasconcelos teve de enfrentar uma batalha árdua e desconhecida: a pandemia do novo coronavírus, que segue assolando nosso país e o mundo. 

Neste ano, a Universidade comemora seu aniversário de 69 anos e segue atuante e resiliente, mesmo neste cenário difícil. “O Mackenzie é um lugar onde se aprende a valorizar o esforço, o trabalho e o estudo”, diz o reitor sobre o espírito mackenzista, que se mantém presente mesmo com as aulas e interações remotas neste período. 

Nesta entrevista que realizamos com ele para celebrar a data, comemorada em 16 de abril, ele nos fala um pouco mais sobre sua atuação na Universidade, a trajetória da instituição e todas as conquistas e desafios superados nesse período. Confira o bate-papo a seguir:

Quais os motivos pelos quais a UPM, ao longo de sua história, alcançou prestígio nacional e internacional? Entre essas e outras conquistas, quais merecem destaque?

Marco Tullio: São muitas as razões às quais podemos atribuir o prestígio da Universidade, dentre elas os altos índices de empregabilidade dos nossos egressos, que fazem com que os estudantes, e seus pais, reconheçam que a UPM impacta positivamente seu futuro profissional. A Universidade oferece excelentes oportunidades de estágio que ajudam seus alunos a vivenciar o ambiente empresarial, aprimorando os conhecimentos que adquirem nos seus respectivos cursos. É um local de oportunidades de desenvolvimento de pesquisas básicas e aplicadas e em atividades de extensão, que enriquecem a formação universitária. 

Não podemos esquecer dos nossos professores, profissionais renomados e reconhecidos em suas áreas de conhecimento, dedicados ao processo de ensino, mas que também produzem resultados importantes com suas pesquisas e trazem prestígio à UPM, justamente por atender às demandas da sociedade e, de forma direta ou indireta, beneficiar pessoas.

Recentemente a UPM realizou importantes atividades de extensão direcionadas para combater ou mitigar os impactos da Covid-19. Além disso, mantém ótimas e frutíferas parcerias com instituições estrangeiras, abrindo portas para que nossos alunos possam fazer intercâmbios. A UPM tem recebido, em nosso campus, estudantes de outros países, o que tem sido bom não somente para eles, mas também para os nossos alunos.

Vemos que os mackenzistas marcaram a história brasileira de diversas formas, mas especialmente a da cidade de São Paulo. Como avalia essa trajetória de transformação por meio da Educação?

Essas transformações, principalmente na cidade de São Paulo, remetem ao início da nossa história. A UPM tem origem em uma escola, fundada por missionários norte-americanos, o casal Chamberlain, que já começou com uma proposta transformadora. A instituição nasceu por conta de uma vocação, de um ministério, de abençoar o país por meio do evangelho vivo voltado a mudar, para melhor, a vida dos cidadãos. Pode-se notar uma postura cristã autêntica ao identificar, entender e propor saídas para os problemas sociais brasileiros, como era, e ainda é, a questão da educação em nosso país.

Existem registros de que, na educação brasileira da época, havia a prática de castigos físicos a alunos ou mesmo a existência de preconceitos por conta de origem social ou da cor da pele de alguém, conduta inaceitável do ponto de vista cristão, sobretudo. Estas importantes questões foram combatidas na escola inaugurada pelos missionários presbiterianos. Com certeza, esta ação transformou a vida dos primeiros alunos e, posteriormente, influenciou toda a educação promovida na cidade.

Claro que, em 1896, a fundação da Escola de Engenharia (EE), que neste ano completa 125 anos de vida, de uma bela trajetória, teve um grande papel na expansão da malha ferroviária e nos novos padrões da cidade, seu transporte e sua economia a partir de então. Dessa forma, podemos dizer que a UPM fez São Paulo crescer com valores cristãos - em oportunidades, riquezas e prestígio - e cresceu junto com a cidade, expandindo seu renome nacional e internacionalmente.

Ao longo do tempo, muitos desafios foram superados e muitos outros surgiram, como os atuais. De que maneira a nossa Universidade continua atuando?

Os desafios são intrínsecos a qualquer setor que tenha a atribuição de transformar a sociedade. Com a educação, não poderia ser diferente. Enfrentamos, ao longo do tempo, muitos desafios derivados das transformações demográficas, políticas, culturais, sociais e tecnológicas. O que nos ajuda a superar esses desafios é o esforço, ou tentativa, de estarmos sempre um passo à frente de nosso tempo, o que não é uma tarefa fácil. Por isso, a pesquisa por novas tecnologias e a escolha das melhores, por exemplo, têm sido um diferencial positivo. Isto tem sido possível graças à boa capacidade técnica e intelectual existentes de antecipar tendências. Reconheço que os nossos professores são fundamentais para que isto ocorra com efetividade.

É verdade que ninguém no mundo poderia prever todos os impactos negativos da pandemia de covid-19, mas a Universidade demonstrou capacidade de resposta, moveu-se rapidamente e na direção correta. A UPM, por meio das suas faculdades e centros acadêmicos, ajustou sua prática pedagógica e muitos dos seus processos acadêmico-administrativos; investiu muito em capacitação dos docentes e no processo de comunicação; não deixou de auxiliar hospitais ou mesmo de produzir pesquisas de alto nível para que pudéssemos atravessar a difícil situação social e econômica em que ainda estamos envolvidos.

Este é um momento histórico de muita dificuldade, pressão, medo, sofrimento e nós, como entidade confessional e comunitária, reconhecemos estes problemas e entendemos que precisamos agir com competência e diligência para que o papel social de uma universidade seja plenamente cumprido. Creio que é nessa direção que a Universidade tem caminhado.

Sobre o tema da inclusão, social e econômica, como a Universidade tem atuado?

A inclusão é um tema sempre em pauta na UPM, temos diversos setores sempre pensando em como promover essas iniciativas. Um grande exemplo é o Programa de Atenção e Orientação aos Discentes (PROATO), que se ocupa do atendimento psicopedagógico, principalmente, aos alunos com alguma dificuldade de aprendizagem, equiparando oportunidades e quebrando barreiras para o sucesso acadêmico desses alunos. Esse atendimento tem se mantido, inclusive, durante todo o período da pandemia.

Além disso, a instituição é filantrópica por vocação, ofertando bolsas para muitos alunos que não têm condições de pagar as mensalidades. Dentre tantas iniciativas, também podemos mencionar uma que surgiu durante a pandemia, o Benefício Conectividade, que distribui chips com pacotes de dados de internet para os alunos acompanharem as aulas on-line. Esses são alguns entre muitos exemplos da preocupação da UPM em promover oportunidades a diversas pessoas.

Como se sente em comemorar essa data como reitor da Universidade?

Assumir esse cargo em uma universidade como a UPM é uma oportunidade única. Sinto-me honrado por ela e sou grato a Deus e às pessoas que me escolheram e que têm me aconselhado durante esta jornada. É uma ótima oportunidade para contribuir com a transformação social e, também, para a propagação da fé cristã reformada. Deus tem sido meu ajudador, mas tenho contado, também, com muitos amigos e colegas, todos profissionais qualificados que têm atuado com o mesmo propósito.

Claro que não previa ter a experiência de uma pandemia, trazendo momentos difíceis para o nosso país e para o mundo. É um grande desafio, mas, por outro lado, é uma oportunidade de poder fazer algo de positivo e diferente em um momento drástico como esse. A missão recebida não mudou, mas sua execução ganhou novos, e não esperados, contornos. Entendo que estou aqui para servir a Deus e ao seu propósito. A Palavra de Deus nos afirma que Ele chama, capacita e ajuda. Esta verdade tem renovado as nossas forças.

Não posso deixar de mencionar a dedicação de todos nesse momento. Sou, e sempre serei, grato por tudo.

Por fim, poderia comentar sobre o que significa o espírito mackenzista para você? 

Acredito que o espírito mackenzista tem, em seu fundamento, o espírito de promover uma comunidade solidária, dinâmica, criativa, animada, colaborativa, inovadora! 

Tudo isso sendo fruto das experiências e das trocas durante a convivência com colegas, professores, profissionais de grandes empresas, com representantes de governos, de pessoas de outros países, de uma mentalidade de fazer bem todas as coisas. Ficamos contentes com o sucesso dos outros, dos prêmios recebidos pelos nossos professores, dos postos alcançados por nossos alunos.

No tempo presente significa, também, o acolhimento, o cuidado uns com os outros, aspecto sempre presente na história do Mackenzie.