Na última quinta-feira, 23 de novembro, a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) promoveu um evento para coroar o encerramento do Curso de Extensão de Residência em Arquitetura e Urbanismo - Assistência Técnica de Habitação de Interesse Social – ATHIS.
A iniciativa foi dividida em dois momentos: a certificação dos residentes que atuaram na edição inicial; e o lançamento do livro, que documenta os resultados do trabalho realizado pela equipe da residência, chamado Residência em Arquitetura e Urbanismo: Uma experiência de ATHIS da FAU Mackenzie em Taboão da Serra.
Para o pró-reitor de Extensão e Cultura, Cleverson Pereira, que representou o reitor da UPM, Marco Tullio de Castro Vasconcelos, é um orgulho e uma alegria reconhecer essa primeira jornada de residência. “Estou empolgado com esse trabalho porque ele ocorre em rede. Nós educamos, publicamos informações e nos relacionamos com instituições parceiras. Graças a Deus pelo empenho de vocês”, comentou.
Em seguida, o diretor da FAU, professor Carlos Leite, compartilhou que a academia deve ser líder de impacto social, para entregar a sociedade algo que promova melhorias. "Faremos de tudo para dar continuidade a esse curso. Se tudo der certo, como curso de, porque é impacto social também na academia”, frisou.
De acordo com a coordenadora adjunta da Comissão de Assistência Técnica em Habitação de Interesse Social, Débora Sanches, um motivo que levou o Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo (CAU/SP) a investir no programa de Extensão foi perceber que 25 milhões de moradias na cidade são precárias, sem contar com o déficit habitacional de 6 milhões de habitação, “É fundamental qualificar a profissão de arquitetura e urbanismo, permitindo que esses especialistas façam a diferença nas regiões que mais necessitam de intervenção”.
Em complemento, a também conselheira da Comissão de Assistência Técnica em Habitação de Interesse Social, Renata Coradin, explicou que possibilitar uma ação dentro da academia, para que alunos tenham contato com essa experiência de atuar em ATHIS, é muito importante, para corresponder a uma necessidade social. “Existe uma deficiência na própria formação em cinco anos. Então, esse incentivo ajuda os alunos a se especializarem mais, numa área que tem um formato difícil de estudar”, comentou.
Durante o evento, o secretário de Desenvolvimento Urbano, Habitação e Meio Ambiente de Taboão da Serra, Nílcio Regueira Dias, explicou que o programa está estruturando uma política pública inovadora. “Não se trata de um município, mas de uma ação replicável em prol do desenvolvimento das políticas habitacionais para o Brasil. Por meio dessa parceria, é possível ampliar o número de famílias atendidas e transformar o território de atuação dos residentes. Isso é exemplar”, mencionou.
Também marcaram presença no evento a professora da FAU, Angélica Alvim; a professora da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Angela Gordillo; e o professor da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), Joel Felipe; que coordenam os programas de residência em suas universidades.
O Curso
A Extensão de Residência em Arquitetura e Urbanismo - Assistência Técnica de Habitação de Interesse Social – ATHIS se trata de uma colaboração importante entre a FAU e a Prefeitura Municipal de Taboão da Serra, contando com apoio do CAU/SP, por meio de seus editais de Fomento.
Na sua primeira edição, o curso reuniu 15 recém-formados em cursos de Arquitetura e Urbanismo, selecionados do ano de 2022. Durante seis meses, os egressos realizaram um trabalho diário na comunidade Jardim Trianon, em Taboão da Serra. Juntos, eles visitaram casas, propondo alterações, melhorias, com apoio da prefeitura, cumpriram 532 horas em atividades, 180 horas teóricas e 352 horas práticas.
De acordo com o coordenador do programa, professor Celso Aparecido Sampaio, a iniciativa foi inspirada na residência médica. “Eles trabalharam muito. Torcemos para que futuramente essa residência se torne um curso de especialização. E que esses arquitetos possam receber um título de especialista além do título de aperfeiçoamento que eles recebem hoje”, expressou.