Estudantes de Administração usam empreendedorismo social para recuperar instituições filantrópicas

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mãos unidas ao centro
Mackenzistas ajudaram a estabelecer estratégias e desenvolver o planejamento administrativo em ONG's

22.07.2019 Economia


Em um projeto de empreendedorismo social desenvolvido dentro da plataforma do Mackenzie Voluntário, do Instituto Presbiteriano Mackenzie (IPM), estudantes do 5º semestre de Administração da Faculdade Presbiteriana Mackenzie Brasília (FPMB) voltaram as atenções para ajudar três entidades filantrópicas. O objetivo foi resolver os problemas de cada entidade e prestar assistência a instituições beneficentes voltadas ao cuidado e acolhimento de idosos, tratamento de dependentes químicos e à atenção com animais abandonados.

O trabalho teve início em abril de 2018 e tem duração de dois anos, com uma análise estrutural realizada junto às entidades, oferecendo consultorias administrativas para a recuperação de contas e a solução de problemáticas das organizações que sobrevivem do trabalho voluntário e do recebimento de doações.

Os projetos foram elaborados nas aulas da disciplina do Laboratório de Práticas Interdisciplinares, na qual os alunos exercitam, na prática, as competências disciplinares desenvolvidas ao longo dos semestres do curso. Sob a orientação direta do titular da disciplina, professor Mac Cartaxo, os estudantes desenvolveram estratégias para a organização administrativa das entidades. "A Faculdade Mackenzie em Brasília inova na utilização de um modelo pedagógico que contempla a construção de competências, baseado na efetiva experimentação, de maneira integrada e interdisciplinar, com projetos concretos com forte viés social, alinhados aos valores mackenzistas", conta Cartaxo.

Conheça um pouco mais dos projetos, das equipes de alunos do Mackenzie e de como estão sendo desenvolvidos a seguir.

Sobre os projetos e equipes

Os futuros administradores atuam em diversas frentes, definindo estratégias para ampliar a participação de interessados em ajudar as associações e abrigos escolhidos e elevar a arrecadação. Utilizando conhecimentos das áreas de gestão de projetos, gestão de processos, design thinking, dentre outros, os alunos, por meio de visitas, entrevistas e workshops, levantaram as principais questões das organizações, realizaram o diagnóstico das respectivas causas dos problemas. Em seguida, propuseram o pertinente planejamento e buscaram sensibilizar os envolvidos para implementação das soluções. Mais do que resolver sintomas, os grupos trabalham para apresentar modelos sustentáveis no longo prazo.

O primeiro grupo, liderado por Louis Fillipe Toledo, composto também por Real Nonato Mendes, Isaac Leandro, Elaine Cristina, Bernardo Vulcão e Lucas Ximenes se propôs a assistir a Casa do Idoso Amor à Vida (CIAV), localizada em Luziânia (GO). A equipe vem se empenhando para colocar em ordem as contas da CIAV, oferecendo assessoria administrativa e aumentando a transparência dos valores recebidos para aproximar sociedade e empresas. A intenção é aprimorar e manter o serviço prestado aos idosos que chegam ao local.

“Queremos, no prazo de dois anos (até abril de 2020), conseguir investidores dispostos a ajudar no custeio de despesas básicas, como aluguel e lavanderia, avaliados em aproximadamente R$ 8 mil mensais”, explica Toledo.

Já a Casa de Recuperação das Mulheres de Deus é uma associação voltada a atender mulheres vítimas das consequências relacionadas ao uso abusivo de substâncias químicas. A instituição é atendida pelo grupo de Thalita Libny, Agatha Machado Gonçalves, Blanck Hugney, Gabriel Garcia, João Pedro e Vanessa Yumi. O foco foi promover a sustentabilidade financeira para retomar a saúde estrutural da instituição, que está sediada em Ceilândia.

“Fizemos toda a análise de arrecadação, documentação e material da organização. Durante os últimos anos, desenvolvemos as redes sociais para melhorar a divulgação do trabalho realizado, elaboramos uma planilha de custos, trabalhamos opções de arrecadação financeira para auxiliá-las e ainda criamos um projeto de revitalização do ambiente da casa”, destaca Thalita.

Os alunos Marcelo Spínola, Daniel Bonini, Ana Lídia, Priscila Cardozo e Matilde Madicai optou por trabalhar com o Abrigo Flora & Fauna, que acolhe cães e gatos abandonados e que também tenham, eventualmente, sofrido maus tratos. A casa oferece cuidados gerais e específicos, como alimentação, banho, vacinas, um local limpo para dormir e atenção humana. Após o primeiro atendimento emergencial, a instituição trabalha para encontrar um lar com donos que assumam a responsabilidade pela vida do animal. O Abrigo está instalado no Gama (DF), recebe bichos de todas as regiões próximas e funciona apenas com voluntários.

“Estamos desenvolvendo alguns trabalhos que podem auxiliar os voluntários do Abrigo a melhorar a eficiência operacional dos seus eventos. Vamos arrecadar recursos para comprar coletes que identifiquem os trabalhadores do Abrigo em feiras de adoção para animais e pretendemos fazer um folheto informativo de orientação sobre como tal feira pode ser organizada”, acrescenta Spínola. 

As três iniciativas estabeleceram o planejamento de captação de recursos, doações e voluntários considerando o potencial dos ambientes digitais. A estratégia foi estudada previamente pelos alunos que escolheram pela construção de sites ou pela gestão de redes sociais.

Para a CIAV, a página na internet já está pronta, mas depende de parcerias para a manutenção do domínio, que já estão em vias de acontecer. “Fortaleceremos a divulgação por meio da interação com cidadãos e empresas, assim a instituição terá melhores meios para se manter”, comenta Toledo.

Presença virtual também foi a opção apontada para o Abrigo Flora & Fauna. “Buscamos reformular o site da ONG. Ele está na fase final de desenvolvimento e será lançado nas próximas semanas”, assinala Spínola.

Já na Casa de Recuperação, o grupo observou que o melhor caminho seria a administração de contas no Instagram e Facebook. “Identificamos que este seria o melhor caminho para o diálogo com os interessados em ajudar e para a divulgação geral do local”, argumenta Thalita.

Eventos

No início de junho, as instituições sediaram solenidades e atividades públicas organizadas pelos estudantes da FPMB para começar a colocar em prática os programas e planejamentos elaborados, fruto das competências desenvolvidas ao longo do curso. Os eventos beneficentes marcaram o encerramento da fase de projetos.