2008 - Marília Zorge de Paula, Direito/ Pittsburg


Eu sempre tive vontade de fazer intercâmbio nos EUA, mas não tinha interesse em fazer esses cursos de inglês, pois já considerava o nível do meu inglês bom. No meu último estágio, tive a oportunidade de mexer com um vocabulário mais técnico e minha vontade só aumentou. Quando tomei ciência dessa parceria entre Mackenzie e várias faculdades no exterior e depois de uma rápida pesquisa nas opções, escolhi vir para Pittsburg State University (PSU) devido ao fato de não precisar pagar "tuition" (a mensalidade) e também porque me interessei muito pelas matérias oferecidas aqui.

Dá um certo trabalho preencher e obter toda a papelada requerida, tanto pela faculdade quanto pela COI, então sugiro que comecem a preencher o quanto antes, para evitar problemas. Tive que correr com o passaporte também, que tinha vencido recentemente, além do visto, e ambos foram relativamente simples. Com os documentos que a faculdade envia, a entrevista no consulado corre tranquilamente. É importante lembrar que também é necessário prestar o TOEFL e não pode bobear com a data, pois a procura por esse exame cresce a cada mês. Não tive o menor problema com ele, achei bem simples inclusive e a pontuação exigida pela PSU não é difícil de alcançar. Eu consegui tudo isso num espaço de três meses. Ficou apertado, mas consegui. Sugiro começar a planejar isso com o máximo de antecedência possível.

-Pittsburg é uma cidade pequena no Kansas, que gira em torno da faculdade e, pelo que pude perceber, não tem ônibus intermunicipal para sair da cidade. Há um ônibus circular aqui que funciona durante a semana apenas e passa de 40 em 40 minutos. Tem um shopping a 20 minutos do campus, com cinema e algumas lojas, alguns barzinhos... não tem muita opção do que fazer, mas dá para conhecer muita gente interessante, tanto alunos internacionais quanto americanos, que com certeza farão seus dias aqui inesquecíveis.

O custo de vida aqui é elevado em comparação ao Brasil, mas não em comparação a outros lugares daqui dos EUA. Eu pessoalmente preferi pagar $100 a mais e estou morando no Willar Hall (que é considerado o melhor, pois você divide banheiro com no máximo outras três pessoas e é o que foi recentemente reformado) e meu plano de alimentação é o Full Access. Tudo isso girou em torno de $3000. Como é de se esperar, a comida nos EUA é extremamente gordurosa, mas não é a pior coisa do mundo. Tem dias que a comida está maravilhosa, como tem dias que você apenas terá que apelar para um dos muitos restaurantes fast food da região. Além dos gastos com alojamento e alimentação, gastei em torno de $500 em livros, novos e usados, mas é possível revendê-los no final do semestre e recuperar metade do dinheiro. E também tem o seguro saúde obrigatório para os alunos internacionais que custa $400. Se for possível, vale a pena juntar um dinheirinho a mais para comprar notebooks, iPods da vida, sem contar muitas outras coisas interessantes que não achamos no Brasil com tanta facilidade. Com o visto J-1 é possível trabalhar até 20h legalmente no campus. Como contei muito a ajuda dos meus pais, não precisei trabalhar aqui então não sei direito quanto ganha nem exatamente como é o processo seletivo, mas conheço bastante gente que chegou comigo e conseguiu emprego, mas não pode bobear também. Se você tem interesse em trabalhar, corra atrás disso o quanto antes, pois os números de vagas disponíveis são bem limitados.

Como falei, o que mais me atraiu aqui foram as matérias. Estou cursando Constitutional Law; Judicial Process; Introduction to the Justice System; Basic Interviewing/Counseling Skills; Geography of the World Economy. O normal é cursar uma média de 4 a 6 matérias. Você escolhe tudo aqui, eles te orientam direitinho durante a Orientation Week, mas é importante já dar uma olhada na grade ainda no Brasil, para vir mais preparado. No geral, as matérias são relativamente fáceis, mas de fato rola um período de adaptação. No primeiro mês, mesmo se você saiba se virar bem no inglês, sua língua vai travar. Mas isso passa rapidinho e você mesmo consegue ver uma melhora significante! Tanto o pessoal do International Office quanto os professores, os alunos, são super receptivos e estão dispostos a te ajudar no que for preciso. Dependendo do nível de dificuldade das matérias, tem mais ou menos provas, trabalhos. De um modo geral, as aulas requerem leituras obrigatórias e fundamentais para o acompanhamento das aulas, mas ainda assim, achei bem mais fácil que o Mackenzie.

Se você estiver pensando em vir para cá durante os meses de dezembro e especialmente janeiro e fevereiro, vale a pena trazer um dinheirinho extra pra compras os casacos de frio aqui, pois os do Brasil só servem se você usar todos de uma vez só. Eu cheguei em agosto, final do verão e estava absurdamente quente. No outono fica parecido com o inverno no Brasil, mas o inverno é bem rigoroso. Desde a terceira semana de novembro faz temperatura negativa praticamente toda noite e já até nevou umas duas vezes, desde o começo de dezembro.

Adoraria poder ficar mais por aqui, mas tenho certeza absoluta que aproveitei ao máximo essa oportunidade de ouro que tive de vir para cá. Fiz amizades que vou manter pela vida toda, entrei em contato com culturas bem diferentes e senti uma melhora muito significante no meu inglês. Só tenho que parabenizar a COI pela parceria com a PSU e com todas as outras universidades pelo mundo todo e agradecer por ter sido uma peça fundamental nessa realização do meu sonho!

Qualquer dúvida, fiquem a vontade para entrar em contato comigo que ficarei mais do que feliz em ajudá-los!

marilia.zp@hotmail.com

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