2022 - Pedro Henrique Costa Menezes - Ciências Econômicas


Escrevo para contar um pouco do meu intercâmbio estudantil,

Fui para a Universidade da Beira Interior, em Covilhã, Portugal. A princípio para a mobilidade do 1º semestre de 2022, mas acabei prorrogando para o 2º semestre. As duas partes da mobilidade foram bem diferentes umas das outras.

Na primeira conheci ótimas pessoas, os brasileiros são sempre mais fáceis de se socializar, mas você sempre encontra na cidade muito estrangeiros (não-portugueses) que estão no programa de mobilidade europeia Erasmus, eles vão ser a principal fonte de contato com línguas estrangeiras, principalmente em um país de língua portuguesa. Já os portugueses, são gente como a gente, em geral sinto que são mais fechados e quietos, mas também encontra-se pessoas mais dispostas a dialogar; na Covilhã existe muitos idosos locais pois é uma cidade que depois de formados os estudantes emigram, e acaba sobrando as pessoas que já estavam na cidade, eles são mais fechados e não gostam tanto dos estudantes que acabam perturbando a paz.

No primeiro semestre a minha experiência foi mais de descoberta, descobrir um país novo, pessoas novas, em uma cultura muito mais diferente do esperado, em uma cidade que visivelmente é bem antiga, sinto falta do ar de modernidade que existe em muitas partes de São Paulo e do Brasil, aqui no interior essa parte não existe, construções e mais construções de pedra, todas sempre com o mesmo design, o apartamento que divido com outros estudantes é charmoso e grande, mas em uma cidade de extremo frio (a cidade mais fria de Portugal), falta radiadores a água nas casas e a solução acaba sendo recorrer a aquecedores elétricos de usos pontuais pois consomem muita eletricidade e a fatura acaba vindo realmente alta, podendo vir até 300 euros em uma casa de 5 pessoas dependendo o uso do aquecedor, ou por volta de 50 euros sem. Tirando alguns empecilhos que relato para os próximos, a cidade me rendeu ótimos amigos que criaram uma experiência maravilhosa e compartilharam esse momento junto comigo, são eles que se encontram na primeira foto (Foto 1 em anexo).

Em relação a Universidade, pelo que conversei com colegas brasileiros em outras instituições portuguesas e pela minha experiência própria, eles são muito burocráticos e muito conteudistas, oque não acaba sendo uma experiência muito agradável de estudos para quem vem de um estudo aberto e democrático com socialização entre alunos e professores como no Mackenzie, aqui o professor tem um monólogo do qual o aluno precisa extrair alguma informação e estudar muito por conta própria, sinto que as aulas são meramente um apoio, pois apenas por elas, por mais focado possível, é impossível ir bem nas provas.

Na 2ª parte do meu intercâmbio, decidi prorrogar pois não era a hora ainda de retornar a São Paulo e já estava me estabelecendo aqui, em São Paulo não tinha nada já que tinha ido embora da cidade na pandemia. Senti que teria mais oportunidades nesse 2º semestre para poder viver aqui e não só ter uma experiência de intercâmbio, mas uma experiência de vivência de um cidadão brasileiro morando no exterior, e foi realmente isso que aconteceu.

Não me sinto como os estudantes que vêm a intercâmbio, a maior parte dos meus amigos já foram todos embora da cidade em julho e não tive muito contato com os novos intercambistas, acabei aproveitando mais algumas vantagens do programa Erasmus como um filiado de país terceiro e fui visitar a Espanha com eles, a foto 2 do anexo. Agora já estamos em um período complicado pois o inverno retorna novamente, oque faz o sol baixar bem cedo, na maior parte do dia existe muita neblina e chuva, que complica e desanima a locomoção para a faculdade já que a cidade é praticamente que na serra com muitas subidas e descidas. Sinto que viver no exterior já não é a experiência que eu procuro mais, o 1º semestre me deu olhos que deslumbraram as novas experiências, o 2º me mostrou a realidade das coisas, valorizo cada vez mais o Brasil, e valorizo mais São Paulo, que tirando sua criminalidade é uma cidade muito viva e cheia de oportunidades, que está sempre crescendo e mudando, aqui tudo está estagnado.

Volto para casa feliz, com senso de missão cumprida, em um ano percebo oque Portugal me ofereceu, que foram ótimas experiências e relacionamentos, e o que ainda tem a me oferecer, que não parecer ser muita coisa. Tenho a experiência de viver fora como um intercambista e como um estrangeiro também, consigo eliminar algumas cadeiras para não atrasar tanto meus estudos e além disso melhoro meu currículo com uma instituição europeia e cursos que realizei aqui como o Espanhol, Excel e outros que agregarão para sempre.

Agradeço a todos os funcionários do Mackenzie, em específico aos funcionários da Coordenadoria de Cooperação Internacional e Interinstitucional pelo atendimento, atenção e zelo de sempre com os alunos, obrigado.

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