Início do mês, você com planos para sua casa, com o carrinho de compras virtual recheado, apenas esperando o salário cair. E, assim que ele cai, o dinheiro parece evaporar em segundos. Um boleto aqui, um pix ali, aquela dívida com o fulano… Essa sensação de aperto, de que o dinheiro nunca é suficiente, é uma realidade com a qual convivemos por muitos anos.
Desenvolver habilidades de gestão financeira é crucial em qualquer estágio da nossa vida. Desde os primeiros passos na independência econômica até a preparação para a aposentadoria, a capacidade de gerir o próprio dinheiro se mostra um pilar fundamental para a construção de uma vida estável e próspera. A organização financeira não é apenas um conjunto de regras, mas uma mentalidade que nos ajuda a evitar desperdícios, cortar gastos desnecessários e, consequentemente, melhorar nossa qualidade de vida de forma significativa.
Ao ter controle sobre suas finanças, você ganha clareza sobre para onde o seu dinheiro está indo, identifica oportunidades de economia e pode planejar o futuro com muito mais segurança.
De acordo com o professor de economia do Centro de Ciências Sociais e Aplicadas (CCSA) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), campus Alphaville, Maurício Takahashi, “ter um planejamento financeiro é como traçar o mapa antes da viagem, ou seja, você evita caminhos perigosos e chega mais rápido aonde quer. Saber quanto entra, quanto sai e quanto sobra é o primeiro passo para a liberdade financeira e, principalmente, para a saúde emocional.”
É crucial não apenas equilibrar as contas, mas também pensar no futuro. O professor Takahashi também ressalta a importância de poupar com um objetivo claro e de fazer o dinheiro trabalhar a seu favor. “Se as contas estão em dia, o passo seguinte é poupar com propósito. Monte uma reserva de emergência ou invista em algo que multiplique o que você tem, mesmo que seja pouco.”
A facilidade do cartão de crédito, um dos maiores vilões da vida financeira, pode se tornar uma armadilha. “Para sair das dívidas, o segredo é virar o jogo com estratégia: priorizar juros altos, renegociar prazos e, acima de tudo, não cavar novos buracos para tapar os antigos. No Brasil, os juros rotativos do cartão de crédito atingem cerca de 450% ao ano. Ou seja, uma pequena dívida ignorada hoje pode se multiplicar até 5 ou 6 vezes em pouco tempo.”
“Mas, se o orçamento e a consciência estiverem em ordem, dar-se um mimo também é saudável. Afinal, finanças equilibradas são um meio para viver bem, não para ter uma vida de restrições.”, afirma o professor Maurício Takahashi.
No fim, educação financeira não é sobre dinheiro, mas sobre autonomia e propósito. É aprender a dizer “não” hoje para poder dizer “sim” ao que realmente importa amanhã.








