Autismo em mulheres: o diagnóstico precoce traz alívio e respostas

As turmas de Psicologia da Faculdade Presbiteriana Mackenzie (FPM) Rio participaram, no mês de outubro, da palestra “Autismo em Mulheres”, ministrada pela psicóloga Catula Maia. O encontro reuniu duas turmas do curso em um debate sensível e esclarecedor sobre o espectro autista, suas particularidades e o reconhecimento dos sinais ao longo da vida.

Durante a fala, a especialista destacou que os sintomas do Transtorno do Espectro Autista (TEA) estão presentes desde a infância e vão se apresentando ao longo dos anos, muitas vezes passando despercebidos, especialmente em mulheres. Ela também comentou sobre os níveis, prejuízos, déficits cognitivos e altas habilidades. “A pessoa já nasce com autismo, e os adultos muitas vezes tiveram o diagnóstico errado. Falar sobre a condição, especialmente quando pensamos em mulheres e em diagnósticos feitos na vida adulta, é algo de extrema relevância. Hoje, ainda temos muitas pessoas que só recebem o diagnóstico tardiamente, após anos enfrentando dificuldades sem compreender suas causas. Discutir é também desmistificar ideias equivocadas e promover informação, inclusão e acolhimento”, destacou a psicóloga, que atua há mais de 20 anos com o público do espectro autista. 

A profissional também comenta sobre as reações que surgem após os diagnósticos: “muitas mulheres passam a vida inteira sem entender por que se sentem diferentes ou enfrentam dificuldades em interações sociais e na comunicação. Quando o diagnóstico de autismo vem, geralmente na vida adulta, ele traz não apenas respostas, mas também um alívio, porque permite compreender a própria história e buscar estratégias de adaptação e autocuidado.” 

A mediação do encontro foi feita pela aluna do quarto semestre de psicologia, Flávia Fremeaux, que comentou: "para mim, mediar essa palestra foi uma experiência muito gratificante e eu fiquei muito feliz com essa oportunidade. Foi uma alegria receber essa convidada tão especial. Com certeza, essa palestra quebrou muitos estereótipos e preconceitos em relação ao assunto.”

O coordenador do curso de Psicologia, Mauro Felix, presente na atividade, reforçou a importância de trazer temas atuais e de impacto social para a vivência acadêmica dos estudantes. "Ao abordar o autismo em mulheres, tocamos em um ponto que ainda é pouco discutido e que envolve diretamente o cuidado com a saúde mental e com a inclusão. Nosso compromisso, enquanto instituição de ensino, é estimular que os alunos compreendam a complexidade da subjetividade humana, respeitem as diferenças e se preparem para atuar de forma ética, informada e acolhedora. Palestras como esta ampliam o olhar clínico e social dos futuros psicólogos e fortalecem nossa missão educacional.”

A palestra integra as ações do curso de extensão de Psicologia da Faculdade Presbiteriana Mackenzie Rio, que tem buscado promover reflexões e aprofundamentos sobre saúde mental.