Primeiro dia de palestras do VII Fórum AT conta com participações de especialistas da UNESCO IESALC e professora da PUC-SP

Na abertura do VII Fórum de Aprendizagem Transformadora, a Pró-Reitora e Profa. Janette Brunstein recebeu os docentes com uma fala instigante: “Os professores podem esperar desse evento uma discussão sobre como potencializar a excelência numa nova era tecnológica”. Coerentemente, a primeira manhã de palestras contou com a Profa. Dora Kaufman (PUC-SP), autora de Desmistificando a Inteligência Artificial, e as especialistas em Educação Superior da UNESCO IESALC, Emma Sabzalieva, Chefe de Pesquisa e Prospectiva, e Arianna Valentini, Analista de Pesquisa e Prospecção.

Ao apresentarem a palestra “Aproveitando a Era da Inteligência Artificial no Ensino Superior”, Sabzalieva e Valentini exploraram o potencial da IA para o processo de aprendizagem do aluno e a atuação docente em ambientes presenciais, online e híbridos, assim como a personalização do ensino, as iniciativas já existentes para uma maior inclusão na Educação, os desafios da IA para o Ensino Superior e as diretrizes que dizem respeito a sua aplicação. Também, abordaram os obstáculos financeiros e técnicos para a implementação da IA e da Realidade Aumentada, por exemplo, nas universidades.

A questão da autonomia discente e o compromisso ético em relação à produção de conteúdo também foi foco. “É necessária uma grande quantidade de dados para que a Inteligência Artificial funcione de fato. Mas de onde vêm esses dados? Hoje, eles vêm de todos nós, a partir dos nossos telefones, relógios inteligentes, plataformas de redes sociais [...]. Além disso, o ChatGPT, é claro [...]”, aponta Valentini. Tal fala dialoga com a afirmação feita anteriormente por Brunstein: “Nós vivemos numa era de superinformação, onde a gente tem que fazer várias conexões. Ao mesmo tempo, nós temos que lidar com as fake news, lidar com o plágio, e [...] uma questão importantíssima que aparece é a reflexão crítica como competência fundamental. E é por isso que a Aprendizagem Transformadora, que se dá pelos processos de reflexão crítica, [...] vem como um antídoto”. É nela que se baseia o Programa MackSTLR, desenvolvido pela Pró-Reitoria de Graduação e o Centro de Excelência em Ensino e Aprendizagem da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Kaufman, por sua vez, enquanto pesquisadora dos impactos éticos e sociais da Inteligência Artificial, discutiu durante sua palestra "Inteligência Artificial na Educação: Oportunidades e Desafios” sobre o acesso à informação em uma sociedade hiperconectada, na qual a técnica estatística de previsão mais utilizada atualmente nos processos da IA chama-se Redes Neurais Profundas, em inglês Deep Learning. Quanto ao impacto das decisões tomadas em seu uso, a professora lembrou que a IA está permeada pela subjetividade humana: “[Após a auditoria de] alguns dos sistemas que são mencionados em praticamente 100% dos painéis quando se discute questões éticas, [...] a principal origem do problema, por exemplo, do viés discriminatório, ou qualquer outro problema ético, [...] estava na variável inicial que os desenvolvedores definem”.

Ainda, Kaufman abordou as expectativas e a recepção de novas tecnologias, como o ChatGPT, pelo público e pela imprensa. Ela alerta para a necessidade de criticidade na interpretação do avanço tecnológico, promissor, mas ainda incapaz de emular as capacidades humanas. Por outro lado, reconhece o caráter disruptivo que o ChatGPT, enquanto representante da IA generativa, apresenta frente às ferramentas utilizadas na última década.

É possível acessar o conteúdo das palestras na íntegra por meio da conta no YouTube do Núcleo de Produção Desenvolvimento Acadêmico: https://www.youtube.com/watch?v=SUkRuGHSPqo.