Todos nós pensamos economicamente, incluindo os cristãos, saibamos disso ou não. Todos nós fazemos escolhas sobre como obter e como gastar recursos escassos. A maioria de nós também se preocupa profundamente com a forma de lidar com a escassez, distribuição de riqueza, e maximização da prosperidade em toda a nossa sociedade. A única diferença é quão claramente nós pensamos sobre estas escolhas e avaliações.
Um dos meus professores de economia na faculdade costumava afirmar que mesmo Madre Teresa era “gananciosa”, no sentido de que ela constantemente procurava uma nova oportunidade de conversão, a próxima oportunidade de servir, ou a próxima chance para expandir seu ministério. Ela sempre queria mais.
Todos nós queremos coisas diferentes e cada um de nós as persegue com zelo. Isso nos torna criaturas inerentemente econômicas em espírito.
O economista Paul Heyne expressou este sentimento muito bem em seu mais conhecido livro, "The Economic Way of Thinking":
"Eu gostaria de resumir a forma econômica de pensar em uma frase curta que declara a sua premissa básica: Todos os fenômenos sociais emergem das escolhas dos indivíduos em resposta a benefícios esperados e os custos para si."
Os cristãos possuem uma vocação especial para entender a economia mais profundamente. Compreender a economia proporciona benefícios importantes para os cristãos em como eles ministram dentro da Igreja e para a sociedade em geral.
Em primeiro lugar, a compreensão dos princípios econômicos pode ajudar os cristãos na Igreja a priorizar seus próprios objetivos, equilibrar seus recursos e maximizar a eficácia de seu ministério. Cristãos também só tem tempo e dinheiro limitados. As igrejas têm orçamentos finitos. A observação de Jesus que a “colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos” soa verdadeiro para praticamente todos os cristãos ativos.
Clero, líderes leigos, e os cristãos podem começar a aplicar os princípios da economia ao realisticamente avaliar se os benefícios esperados superam custos esperados. Mas a maneira econômica de pensar tem aplicações muito mais amplas do que a análise de custo-benefício.
Aplicações econômicas para o ministério da igreja e a vida cristã são abundantes. Compreender ganhos de especialização e vantagens comparativas ajuda os cristãos a usarem seus dons com sabedoria. Estes conceitos nos ensinam que os seres humanos são mais produtivos quando trabalham juntos e todos se concentram em fazer aquilo em que eles são relativamente melhores. Paulo ilustra isso muito bem em 1 Coríntios 12:14, comparando a igreja a um corpo e os cristãos às suas partes, como os olhos, mãos e pés:
"Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos."
Em segundo lugar, uma boa compreensão da economia pode informar os esforços da Igreja para ministrar fora de suas paredes. Clero, líderes leigos, e os membros da igreja média podem descobrir como defender a justiça social de forma eficaz.
Dada recente vitória eleitoral do presidente Donald Trump, questões como imigração e comércio permanecerão preocupações de defesa polêmicas para o futuro próximo. Mas, claro, há outras preocupações práticas que os cristãos provavelmente vão encontrar regularmente e a alfabetização econômica pode ajudar a informar o ativismo nessas áreas.
Tome o salário mínimo como um exemplo. Muitos supõem que o aumento do salário mínimo ajuda os pobres e reduz a pobreza. Coalizões como a Labor-Religion Coalition of New York fazem lobby para um salário mínimo de US$15 em suas localidades. Mas esses esforços não levam em conta os danos que o aumento do salário mínimo causaria para a população de baixa renda, jovens e minorias.
“Embora o alívio da pobreza seja uma meta amplamente compartilhada, o aumento do salário mínimo é desaconselhável para atingir esse fim”, escreveu o economista da Universidade Estadual de San Diego, Joseph Sabia para o Cato Institute. “Na realidade, é mais provável que resulte em colocar muitos trabalhadores pouco qualificados em situação pior.”
A Economia também deve informar como os cristãos devem ministrar a religião aos mais pobres. O Editor-chefe da World magazine, Marvin Olasky, contou essa história de caridade americana em seu livro, "The Tragedy of American Compassion". Antes do surgimento do Estado de bem estar social, os cristãos e as igrejas trabalharam em conjunto com o livre mercado através da implementação de seus recursos para ajudar os necessitados em todo o país. Este tipo de caridade focava em permitir que americanos pobres buscassem a independência econômica, maximizando o envolvimento da comunidade e distinguindo quais indivíduos realmente precisavam de apoio.
“Muitas vidas podem ser salvas se nós recapturarmos a visão que mudou a vida um século atrás, quando o nosso conceito de compaixão não era tão corrupto”, escreveu Olasky.
Em última análise, a compreensão econômica ajuda a Igreja a ministrar eficazmente tanto dentro de suas paredes quanto para o mundo exterior. Entre outros benefícios, congregações podem ser melhores administradoras de recursos ministeriais e os cristãos podem servir suas comunidades de forma mais eficaz, e a Igreja pode defender políticas públicas sensatas. Assim como qualquer ciência (seja ciência “social” ou “exata”), a economia explora verdades inventadas por Deus e úteis para o avanço de seu reino.
Leia o original (em inglês): tifwe.org/understanding-economics/
