Lucros e uma "Economia de Mutualidade"

O dinheiro é visto frequentemente como intrinsecamente mal ou talvez um mal necessário no mundo. No entanto, não devemos esquecer o papel importante desempenhado pelo dinheiro na criação de riqueza e na facilitação da troca eficiente de bens e serviços.
O dinheiro e o comércio tornam possível o bem comum e aumentam muito a nossa capacidade de amar os nossos vizinhos - tanto locais como globais. O filósofo cristão Dallas Willard nos lembrou: "Os negócios são um meio surpreendentemente eficaz de entregar o amor de Deus ao mundo, amando, servindo e providenciando uns aos outros".

A importância do lucro dentro de um sistema econômico

A ideia de lucro pode, à primeira vista, parecer problemática, mas, com uma reflexão mais próxima, podemos ver a importância do lucro dentro de um sistema econômico.
Quando os direitos de propriedade são bem definidos e os contratos são aplicados consistentemente, os lucros desempenham funções importantes nas economias modernas. Os lucros proporcionam recompensas pela inovação tecnológica e eficiência de recursos na entrega de bens e serviços. Nesse sentido, os lucros são incentivos importantes para a promoção da pesquisa e desenvolvimento, permitindo às empresas descobrir produtos superiores e melhores formas de atender às necessidades das pessoas.
Dentro de uma economia moderna, os lucros também estão sinalizando mecanismos incentivando outros a dedicar mais recursos em oportunidades de mercado em particular.
Quando menino, pesquei em um dos 10.000 lagos de Minnesota. Quando o peixe começou a morder em uma parte particular do lago, não demorou muito para uma multidão de barcosaparecer e aproveitar a oportunidade promissora.
Como os peixes que estão mordendo, os lucros também atraem multidões. Os lucros podem às vezes de fato põem para fora o pior dos atores econômicos, mas em muitas maneiras os mecanismos do lucro incentivam povos a olharem para fora e para outros, para servi-los em maneiras melhores. Lucros também são vitais para o governo e organizações sem fins lucrativos, porque esses setores importantes da sociedade todos dependem do motor econômico das empresas com fins lucrativos para o seu sucesso.

A Economia da Mutualidade

Embora seja verdade que os negócios e o comércio muitas vezes ficam aquém do cumprimento do padrão de amor de vizinhança, a importância das empresas com fins lucrativos não deve ser minimizada ou desacreditada. Pelo contrário, acredito que o lucro deve ser visto no contexto de um paradigma mais integral chamado "economia da mutualidade".
Uma possibilidade promissora para tornar o mercado livre melhor é ir além das abordagens que buscam a única linha de lucro e avançar para abordagens triplas, que levem em conta não apenas o lucro, mas também promovam o florescimento das pessoas assim como do planeta. Sim, o lucro continua a ser uma linha de fundo chave. Mas as pessoas e o planeta tornam-se linhas de fundo também.
Os defensores deste tipo de economia de mutualidade estão oferecendo uma crítica salutar do hiper-individualismo e foco estreito desses sistemas de mercado livre que afirmam que o único propósito do negócio é maximizar o lucro dos acionistas.
Um dos líderes de pensamento que promove a adoção de uma linha de fundo triplo no negócio é a Mars, Inc. A empresa Mars torna a vida mais agradável não só pela produção de amendoim M&Ms, mas também pavimentando o caminho a seguir para muitas empresas rentáveis.
Para a Mars e outras empresas com fins lucrativos, há um crescente reconhecimento de uma linha de fundo mais complexa do que o valor para os sócios. Sim, existe um desejo bom e necessário de manter a rentabilidade a longo prazo, mas não sem levar em conta os pontos positivos e negativos resultantes sobre as pessoas e o planeta como um todo.
O presidente do conselho da Mars, Stephen M. Badger II, descreve seu compromisso integral com um sistema de livre mercado e sua aceitação da economia da mutualidade desta forma:
Claramente, então, a Mutualidade - criando valor compartilhado para todas as partes interessadas através de uma forma de capitalismo e práticas empresariais responsáveis ​​que define o sucesso em termos muito mais amplos do que os lucros para os acionistas - teve um efeito profundo na Mars e, de fato, na minha própria vida.
Estou esperançoso que, com líderes empresariais como Stephen Badger, nosso sistema de livre mercado pode funcionar melhor para o florescimento de todos os nossos vizinhos e vizinhanças. A economia da mutualidade alinha-se bem com a sabedoria bíblica para o florescimento humano e sugere boas possibilidades para melhorar o bem comum.
Uma corporação é uma coisa boa, mas uma corporação que tem responsabilidade social corporativa, não só para seus acionistas, mas também para a cadeia de fornecimento de valor do bairro local e global, é ainda melhor.

Leia o texto original (em inglês): tifwe.org/profits-and-an-economy-of-mutuality/