
15.10.2025 Eventos
A Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) sediou um grande momento para a educação e ciência no Brasil: a cerimônia de premiação da 2ª Olimpíada Nacional de Nanotecnologia (ONANO), realizada no dia 11 de outubro, no Auditório Ruy Barbosa, campus Higienópolis.
Naquela manhã, era nítido o entusiasmo e a emoção que transpassavam o auditório. Alunos, professores e familiares de diversos lugares do país compareceram, cada um vindo de uma realidade diferente, mas todos com o mesmo propósito: prestigiar o enriquecimento da formação acadêmica.
Mais do que uma prova, a ONANO é uma plataforma educativa, que oferece trilhas de aprendizagem, materiais didáticos, videoaulas e experiências únicas para milhares de estudantes em todo o país. Seu objetivo é promover a alfabetização científica, proporcionando uma experiência inovadora e interdisciplinar.
“Para mim, aqui é uma nova oportunidade de vida que pode abrir portas e oferecer novos conhecimentos, porque no futuro as coisas que aprendemos hoje serão muito valorizadas. E isso já está acontecendo, as portas estão se abrindo para nós. Participar disso é uma coisa muito boa”, expressou o medalhista de bronze, Davi Ryan, de 13 anos.
Nesta edição, a olímpiada contou com a participação de 12.882 estudantes e desse total, 1.067 alcançaram destaque e receberam suas medalhas, nas categorias Bronze, Prata, Ouro e Honra ao Mérito.
Quando as cortinas do auditório se abriram, o público se deparou com jovens cheios de expectativas e que carregavam consigo cada um uma história diferente, cada um representando sua escola, sua cidade - seja essa grande ou pequena. Para muitos, era a primeira vez ali, outros já tinham participado no ano anterior, mas a sensação de subir ao palco e receber a honraria era a mesma para todos.
“Ganhar uma medalha de prata foi muito gratificante, porque mostra que eu tenho potencial e que meus professores também veem potencial em mim. Estar aqui e conhecer pessoas nessa área é muito importante para o meu crescimento pessoal”, contou a medalhista que veio de Jundiaí, Camila Castilho.
Durante a cerimônia, foram homenageadas escolas destaque nacional e entregues troféus de mérito. Houve momentos em que as lágrimas tomaram conta e momentos em que sorrisos involuntariamente escapavam. A novidade desse ano foi a homenagem a escolas com maior performance na olímpiada e momento do Troféu Mildred Dresselhaus, criado para exaltar o protagonismo feminino na ciência, que homenageou 10 alunas participantes.
Outro tópico da ONANO foi a inclusão: Miguel dos Santos, 10 anos, tem hiperfoco em olimpíadas e esse foi seu segundo ano participando, dessa vez ele voltou para Presidente Prudente com uma medalha de ouro. “Para mim, não só foi uma medalha, mas uma chance nova de aprender algo novo”, revelou o participante.
Para sua mãe, Josiane dos Santos, a participação de Miguel na ONANO é motivo de muito orgulho: “Isso é uma coisa para se exaltar, porque favorece a inclusão e incentiva ainda mais a busca dele pelo conhecimento e por um país melhor”.
O olhar institucional
“Essa edição foi marcada por inovação. Inovamos na forma de entregar o conteúdo e inovamos no jeito de criar a nossa cerimônia. Foi tudo muito especial. Resultado de um trabalho coletivo e com o apoio institucional, nossos apoiadores e patrocinadores foram fundamentais nesse processo”, destacou o coordenador nacional da ONANO e professor da UPM, Delmárcio Gomes.
A ONANO é uma iniciativa promovida pela Escola de Engenharia (EE) da UPM, em parceria com a Faculdade de Computação e Informática (FCI), o Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS), o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e as empresas Amazul, Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear, Fundação de Apoio ao Instituto de Pesquisas Tecnológicas (FIPT), Gaia Nanoscience, Granioter – HUB Tecnológico de Materiais Avançados e Minerais Estratégicos, Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), Mitsubishi Electric, Multiplicando Sonhos, Nanox Tecnologia, Nanomaster Dermocosméticos, Rede de Mulheres na Nanociência.
Desde sua primeira edição, o crescimento da ONANO revela não só o interesse dos estudantes, mas o comprometimento da instituição com o ensino científico. O reitor da UPM, Marco Tullio de Castro Vasconcelos, explicou sobre a relevância desse evento que acolheu famílias de todo o Brasil: “Significa cumprimento de missão. Nosso trabalho é despertar a mentalidade científica desde cedo”.
Sobre o engajamento da olimpíada, com os quase 13 mil inscritos, o reitor comemorou. “Hoje é um dia feliz. Isso propaga o nome da nossa instituição também compromissada com o desenvolvimento do país”, disse Marco Tullio.
Para o secretário de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social, Inácio Arruda, - que na ocasião estava representando a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Barbosa de Oliveira Santos -, a olimpíada é sinônimo de integração entre diferentes setores da sociedade na produção científica. “Há uma confiança muito grande na ciência, e a ciência tem que ser produzida por todos os setores”, afirmou.
Ele ainda destacou o papel do Mackenzie como instituição comunitária e anfitriã de um evento que reforça a importância da ciência e promove uma área em crescimento. “A nanotecnologia já estava aí, hoje estamos conseguindo produzir apenas a partir das pesquisas”, falou o secretário.
Durante a abertura, o presidente do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), Anderson Correia, destacou a importância de incentivar o desenvolvimento científico entre os jovens e ressaltou o potencial dos participantes.
“Nós precisamos nos esforçar e, graças a Deus, vemos aqui pessoas que estão se esforçando. Daqui pode sair o vencedor do Prêmio Nobel no futuro, quem sabe? Enquanto isso não acontece, o IPT está aberto a todos vocês”, afirmou Correia.
Para os participantes, esse é o tipo de aproximação entre os estudantes e as práticas científicas que podem resultar em oportunidades reais no futuro. Segundo o pró-reitor de Graduação, Marcos Nepomuceno, a ciência é essencial para o progresso coletivo. “Desenvolver a ciência e a tecnologia num país como o Brasil é um desafio da sociedade como um todo. Se a gente não enfrentar esse desafio, o país nunca conseguirá alcançar um desenvolvimento sustentável”.
A cerimônia de entrega de medalhas e certificados ainda proporcionou um momento de reflexão com uma devocional realizada pelo capelão institucional, reverendo Jouberto Heringer Silva, que representava o chanceler do Mackenzie, reverendo Robinson Grangeiro Monteiro, além de uma visita guiada pelo campus. Quem também marcou presença no evento foi o mascote da ONANO, o Nanico, que animou os alunos e a plateia.
Ao final do evento, após os aplausos de muita emoção para os alunos, foi perceptível que eles voltaram para casa com muito mais que uma medalha, mas com conhecimento, motivação e inspiração!
Um exemplo disso foi a fala de Isaac Henrique, que aos 17 anos veio da Paraíba para São Paulo e recebeu sua medalha de prata. “Nunca imaginei que estaria aqui no Mackenzie. Essa foi uma das poucas olimpíadas que participei e é muito gratificante. Todos me acolheram, tive muito conteúdo, muita ajuda e foi incrível estar aqui”, disse o medalhista.
Preparativos para 2026
E a próxima olímpiada de nanotecnologia já é uma pauta, o coordenador da ONANO tem planos para a abertura das próximas inscrições. Mas enquanto esse momento não chega, ele deixa um recado:
“Aqui na Olimpíada Nacional de Nanotecnologia você vai descobrir o incrível mundo da nanociência e vai entender como sua carreira do futuro está intimamente ligada à revolução que essa área vem causando. Venha para nossa olimpíada que você vai aprender nanotecnologia de uma forma simples, descomplicada e interdisciplinar”, frisou Delmárcio.

















