A entrevista inicia-se com a dificuldade da candidata em criar o seu partido, o Rede Sustentabilidade, desde sua gênese até a saída de membros da agremiação.

Questionada sobre temas polêmicos, como, por exemplo, a reforma da previdência, os jornalistas afirmaram que a candidata não assume uma posição clara.

Marina responde o seguinte:

“Se existe uma pessoa que assume posições, essa pessoa sou eu. Eu defendo a reforma da Previdência e tenho as diretrizes para essa reforma. Quais são as diretrizes? Que a gente possa encarar o problema da idade mínima, que a gente possa transitar para [...]”.

Insistem os jornalistas que afirmam:

“Mas no seu programa de governo, justamente a questão da idade mínima, ela é posta de uma forma muito vaga”.

Ainda no tocante à previdência, a candidata afirma que:

“Enquanto a gente tiver uma cultura em que as mulheres têm sobrecarga, elas têm o direito de se aposentar mais cedo, mas isso nós vamos enfrentar. Desde 2010 que eu defendo, 2010, quando ninguém debatia isso, que a gente tinha que transitar para um regime de capitalização e contribuições. Agora nós sabemos que com o problema do déficit público, essa transição tem que ser bem construída, mas devemos ir para um regime de capitalização e combater os privilégios. A Previdência não pode permitir que no Executivo você tenha aposentadorias que são muito altas, no Legislativo você tenha aposentadorias muito altas, no poder Judiciário, comparada à iniciativa privada, que é em torno de R$ 1,5 mil. Isso são diretrizes gerais. Agora, o governo Temer, sem debater, discutindo apenas com um lado, disse que ia fazer a reforma e não fez”.

E, em seguida, numa das questões, foi abordado a questão do relacionamento dela, Marina, com histórico no ambientalismo, e a bancada ruralista. A questão foi a seguinte:

“Mas é uma bancada ruralista. Não são poucos os que temem e os que acreditam que o seu programa prejudica o agronegócio, que é tão importante para a economia do país”.

A resposta foi:

“É que tem muita gente que trata o agronegócio como se ele fosse homogêneo, e não é. Hoje tem muita gente que já está fazendo o dever de casa, tem muita gente que quer fazer. Eu estive ontem lá no encontro da Confederação Nacional da Agricultura e fui muito bem recebida pelas minhas teses, pelas minhas ideias de uma agricultura de baixo carbono, de financiar, cada vez mais, a agricultura ABC, que introduz novas tecnologias para evitar [...]”.

Em seguida, Bonner, afirma que:

“Mas havia críticas à lentidão de licenciamento ambiental na sua gestão”

E a candidata recusa a aceitar, afirmando que:

“Não é verdade Bonner, não é verdade. Essa crítica [...]”

Mas, Bonner insiste:

“Candidata, a senhora foi advertida inclusive pelo então presidente Lula. A senhora foi admoestada”

E a candidata afirma:

“Advertida? Admoestada? Bem, isso faz parte da lenda e do processo de desconstrução. Eu, quando entrei no Ministério do Meio Ambiente, tinham mais de 40 hidrelétricas que não tinham licenças. Aquilo que foi competência do Ibama, nós limpamos a pauta e o que não dava para fazer nós dissemos claramente aos empreendedores: “Não dá para fazer”. Como foi o caso de Tijuco Alto. Você quer saber de uma coisa? As licenças mais difíceis foram na minha gestão”.

Novamente, aqui, na entrevista, os temas econômicos não estiveram presentes. Foi, superficialmente, abordado temas conexos à economia quando questionada sobre a reforma da previdência e da relação das dificuldades e demoras das licenças ambientais. No caso da reforma da previdência, concorda, por exemplo, com uma idade mínima, mas não apresenta, concretamente, seus planos para tal área. Quanto ao seu papel, no Governo Lula, como Ministra do Meio Ambiente, foi inquerida sobre as demoras nas licenças ambientais, mas crê que, em sua gestão, cumpriu seu dever e que licenças complicadas foram concedidas. Há, quase sempre, críticas de políticos ruralistas que acreditam que seus negócios são prejudicados pela lentidão de órgãos públicos para dar continuidade aos seus investimentos.