Seu dia no trabalho foi estressante?

“Costumo dizer que não se elimina o estresse, aprende-se a conviver com ele”. Essa frase do professor de psicologia da Universidade Presbiteriana Mackenzie José Estevam Salgueiro, especializado em psicologia do trabalho, representa a situação em que se encontram a maioria dos profissionais do cenário atual.

A crise econômica instalada no país desde 2014 não apenas teve reflexo na economia, como também no emocional dos cidadãos. “Há uma permanente ameaça velada, além do risco de tornar-se um explícito devedor”, revela o professor Estevam. Mais estressados, os profissionais têm medo de perder seus empregos e sentem-se constantemente ameaçados pelo mercado, fazendo com que esse risco de demissão faça o indivíduo enxergar-se em uma situação de impotência.

Os motivos causadores de estresse são fatos que colocam exigências elevadas sobre a pessoa: pode ser a pressão cotidiana, problemas financeiros, conflitos no relacionamento, mas principalmente a sobrecarga no trabalho. Para diagnosticá-lo, o funcionário poderá indicar como sintomas físicos a queda de cabelo anormal, a insônia, tontura, tensão muscular; ou então psicológicos como falta de concentração, impaciência, ansiedade, angústia. Estar em uma função que não se encaixa no perfil da pessoa pode ser um fator que também alimenta o estresse.

Apesar das empresas fazerem pouco para conter o esgotamento de seus funcionários, muitas apostam em medidas paliativas como spa, casual day, salas de massagem, tudo por uma qualidade de vida melhor. Para que o estresse não contagie o empregado, é importante continuar com passatempos como esportes ou apostar em hobbys. E, segundo Estevam, “o funcionário também deve entender que não é somente sua a responsabilidade de manter a saúde da empresa, ela depende do coletivo, sempre”.