Todo mackenzista já perdeu ou conhece alguém que perdeu algo pelo campus. De acordo com dados fornecidos pela segurança do Mackenzie, cerca de 135 mil pessoas circulam diariamente pela instituição – fluxo equivalente ao de uma cidade de pequeno porte. Dessa maneira, há vantagens e também problemas: como fazer para recuperar seu objeto?
Ao contrário do que se pensa, muitas pessoas acabam deixando suas coisas pela universidade. Um exemplo: no período das chuvas, muitos guarda-chuvas são esquecidos no campus e, como têm um valor baixo, é comum que ninguém volte para buscar. O recorde foi de 138 guarda-chuvas em um único dia.
No prédio 35, sede da segurança, está localizado o “Achados e Perdidos”, espaço que concentra todo e qualquer material encontrado. Por meio de uma série de ações, é possível localizar seus proprietários e, assim, tomar as providências cabíveis.
Da porta da universidade para dentro, quando um funcionário da limpeza encontra algum objeto, procura um auxiliar educacional e descreve o que encontrou. O item permanece com ele durante o dia, até as 18h, esperando o proprietário vir buscar. Caso ninguém procure, ele é entregue aos achados e perdidos, com todas as informações.
Segundo o coronel Orlando Taveiros (foto), gerente da Segurança, há um procedimento padrão a ser seguido: “separamos as coisas entre baixo, médio e alto valor. Para cada uma dessas categorias são estipulados tempos diferentes nos quais os itens são armazenados”, explica.
No caso de bens de baixo valor, o período é de três meses. Os de médio valor, como vestuário, ficam por um período de seis meses. Por último, os artigos de valor alto ficam guardados por um ano ou mais. Já nos perecíveis, a tolerância é de 24 horas. Documentos, cheques e cartões são destruídos após a tentativa de localização do proprietário.
Uma boa estratégia para evitar problemas futuros é manter seu cadastro atualizado, como conta Áurea Matias, integrante da equipe de segurança. “De tempos em tempos, é válido entrar em contato com a Secretaria Geral e atualizar o cadastro, pois é por meio desse sistema que conseguimos encontrar endereço, telefone e e-mail do aluno”.
Essa identificação facilita a devolução para o dono do objeto. “Quando uma pessoa resgata algo perdido, descreve ao funcionário da segurança o local onde a peça foi achada. A seguir, verifica-se nas imagens da câmera de segurança o momento em que essa pessoa o encontrou e, depois, rebobina-se o filme para achar quem esqueceu. Feito isso, acompanha-se com a câmera o trajeto da pessoa que perdeu, é feito o reconhecimento pelo TIA e os dados são constatados. Aí, é só aguardar o contato”, explica Taveiros.
Após o prazo expirar, alguns objetos são doados para instituições de caridade, como roupas, óculos e mochilas, enquanto outros são levados para reciclagem, como estojos, cadernos e pastas.
Acredite se quiser
O “Achados e Perdidos” pode armazenar objetos muito inusitados. Com a palavra “inusitados”, podemos gastar nossa criatividade. Além de um saco imenso de relógios - dentre eles um de mais de R$ 12.000 -, já foram encontrados vários itens estranhos, como munições, faca, capacete, pé-de-cabra, uma espingarda, entorpecentes químicos e até uma perna mecânica. Difícil de acreditar!
Apesar da confusão, Taveiros tranquiliza os mackenzistas esquecidos: “Aqui tudo está seguro, pois tiramos fotos dos objetos perdidos e tudo o que se acha, é registrado. Adotamos o mesmo procedimento usado na Prefeitura de São Paulo. O saquinho é lacrado com os dados obtidos, como local onde foi achado e o nome do funcionário que encontrou o objeto”, encerra.
Por fim, para quem perdeu suas coisas, não custa nada perder também alguns segundos e dizer um “muito obrigado” a quem te ajudou a recuperar o objeto querido.

