Em sintonia com o que acontece no mundo, a Vaga Viva é um projeto que questiona o real uso e direito das pessoas utilizarem o espaço público. Para Gabriel Donnangelo, presidente da Agência Júnior de Design da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do Mackenzie, que em parceria com o Instituto Cidade e Movimento, pôs em prática essa proposta na Rua Maria Antônia, 101, em São Paulo, um dos prédios que pertencem ao Mackenzie, “a ideia é oferecer um local no qual as pessoas possam sentar, curtir o dia, ficar sem fazer nada. A proposta é possibilitar a convivência entre essas pessoas e o Mackenzie está dando um espaço muito importante nesse sentido, pensando no todo, numa cidade mais humana, integrando mais”, contou.
Essa proposta consiste na revitalização de um espaço que não era aproveitado, como declarou o reverendo Jorge Corrêa, capelão universitário. “Essa vaga era inutilizada, tinha um poste na frente e outras dificuldades. O meio-fio é alto e quem entrava com o carro tinha que fazer inúmeras manobras, agora ficou muito melhor”.
Como o Mackenzie tem vários prédios, a ideia é não limitar a Vaga Viva somente neste local, de acordo com Donnangelo. “A Agência Júnior quer ampliar para outras vagas desperdiçadas”, cita ele. Segundo a professora Angélica Alvim, coordenadora do curso da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), a Vaga Viva foi uma conquista. “A gente estuda, idealiza, desenha, mas sabemos o quanto demora para conseguir conquistar um espaço desse, conseguir recuperar um ambiente para a cidade, não para o proprietário do edifício. A lógica das nossas calçadas é de proprietários particulares, mas deveria ser pensada como espaço público”.
Apesar de singelo, foi um evento considerado grandioso para o vice-reitor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Marco Tullio Vasconcelos. Segundo ele, muitas vezes se concentram energias em um projeto excessivamente grande, mas de difícil execução. “No caso da Vaga Viva, o foco é algo importante e simples, é marcante sobretudo pelas ideias novas que têm surgido para humanizar a cidade e a relação entre pessoas”, finaliza.

