Bitcoin 101: Conhecendo o básico

06.09.202212h00 BENJAMIN JOSEPH KORNDER

Compartilhe nas Redes Sociais

Bitcoin 101: Conhecendo o básico

A primeira criptomoeda, o Bitcoin, pode não ter sido criada nesta década, porém, ela segue sendo inovadora e alvo de debates até hoje. Sendo o projeto pioneiro no mundo das criptomoedas, termo adaptado do inglês Cryptocurrency, o Bitcoin trouxe a possibilidade de transações peer-to-peer, ponto-a-ponto em português, portanto, sem intermediários, e que trazem confiabilidade na transação devido à tecnologia de criptografia.

Para introduzir a discussão sobre o Bitcoin é importante descrever seu início e as motivações presentes em sua idealização. No dia 31 de outubro de 2008 o desenvolvedor do bitcoin, Satoshi Nakamoto, enviou um e-mail para uma lista de entusiastas sobre criptografia alegando que teria desenvolvido um sistema de dinheiro eletrônico capaz de executar uma transação 100% peer-to-peer, ou seja, não seria necessário o intermédio de um terceiro como, por exemplo, os bancos, pois a própria comunidade comprovaria a veracidade das transações. Todo o desenvolvimento da criptomoeda levou em conta a sua escassez, portanto, a necessidade de um lastro como as moedas fiduciárias estava desde o nascimento descartado, pois seu valor seria determinado pela lei da oferta e demanda.

Ao nos aprofundarmos no tópico da criptografia que embasa o bitcoin, é imprescindível tratar dablockchain. A blockchain é a tecnologia utilizada para evitar o gasto duplo, já que, considerando moedas digitais, é necessário possuir uma segurança que impeça o usuário de utilizá-la mais de uma vez. A blockchain opera como um livro de razão pública (livro contábil) que registra todas as transações daquela moeda específica, e a cada bloco de informação gerado fará referência ao anterior e se conectará a ele, e será comprovado pelo hash, que é o nome dado ao algoritmo matemático da criptografia utilizada. Devido a todas as etapas de comprovação de cada bloco, podemos dizer que os blocos e hashes registrados na blockchain são imutáveis, e portanto, confiáveis, pois é possível acessar todo o histórico transacional da moeda, tornando o bitcoin transparente sobre sua origem.

 A emissão de bitcoins foi programada desde a criação de sua primeira unidade, que foi o código base para sua ampliação. Em seu código foi programada a emissão de 50 bitcoins por bloco a cada aproximadamente 10 minutos, tendo esta quantia emitida durante 4 anos, quando então tivemos uma redução pela metade em 2012, emitindo 25 bitcoins por bloco até a próxima redução. Atualmente são emitidos 6,25 bitcoins por bloco até meados de 2024, quando teremos uma redução para 3,125. Este processo de redução na emissão de bitcoins será contínuo até o ano de 2140, quando teremos 21 milhões de bitcoins emitidos.

Estes novos bitcoins que são emitidos a cada aproximadamente 10 minutos não são entregues aleatoriamente aos consumidores do mercado, para obtê-los é necessário “minerá-los”, e o entendimento de “mineração de bitcoins” está atrelado a como as transações ocorrem. No contexto da ausência de um intermediador, foi necessário criar um incentivo para que os membros do mercado participassem da verificação, e para isso foi criada a mineração de bitcoins, consistindo na verificação dos extensos códigos dos bitcoins sendo transacionados para a sua validação, e para isso, o computador realiza diversos cálculos matemáticos complexos exigindo uma máquina potente capaz de realizar tal feito. E como recompensa por realizar a verificação das transações, os mineradores recebem parte destes bitcoins que são emitidos constantemente.

Segundo o blog "Future of Money'' da revista Exame no dia 01/04/2022 foi minerado o bitcoin de número 19 milhões, assim, tendo pouco mais 90% de sua emissão total circulando até a data citada acima. Desta forma, tornando o bitcoin cada vez mais escasso devido a baixa emissão restante da moeda.

Mesmo com o e-mail enviado pelo pseudônimo Satoshi Nakamoto datar de 2008, foi somente no dia 3 de janeiro de 2009 que o primeiro bloco da blockchain foi minerado, dando início ao que seria a primeira moeda descentralizada. Este tópico chama a atenção desde a sua criação, pois, devido a ausência de Bancos Centrais, e a transparência de suas reduções na emissão de bitcoins, a moeda se tornou deflacionária, já que não sofrerá com as políticas monetárias inflacionárias realizadas pelos governos que dominam as moedas fiduciárias.

Em suma, podemos perceber como a tecnologia e os princípios por trás do bitcoin e da blockchain são temáticas bem amplas e com tópicos adjacentes que se intercalam. A utilização da blockchain para a verificação dos bitcoins é só uma de suas possibilidades, pois a blockchain também é utilizada no meio digital para a comercialização dos NFTs (Non-Fungible Token). Os NFTs são cripto-colecionáveis que têm a característica de serem únicos, portanto, o NFT é acompanhado de um contrato virtual comprovando sua veracidade e unicidade. Podemos dizer que é semelhante a adquirir o quadro da Mona Lisa, pois o comprador sabe que é o único detentor da obra, mesmo que haja cópias e fotografias existentes.

 

Referências :

https://www.istoedinheiro.com.br/bitcoin-conheca-a-origem-da-primeira-criptomoeda-do-mundo/

https://www.infomoney.com.br/guias/o-que-e-bitcoin/

https://www.istoedinheiro.com.br/como-funciona-a-mineracao-de-bitcoin/

https://blog.nubank.com.br/o-que-e-blockchain/

https://portaldobitcoin.uol.com.br/piramide-com-bitcoin-deixa-prejuizo-de-us-12-bilhoes-na-india/

https://foxbit.com.br/o-que-e-blockchain/

https://www.infomoney.com.br/colunistas/moeda-na-era-digital/bitcoin-ou-blockchain/

https://www.voitto.com.br/blog/artigo/o-que-e-hash-e-como-funciona

https://www.jornaldocomercio.com/_conteudo/2018/05/opiniao/630234-a-revolucao-do-bitcoin-e-do-blockchain.html

https://www.novadax.com.br/entendendo-criptomoedas/10-anos-de-bitcoin-o-pioneiro-de-uma-revolucao-financeira/

https://exame.com/future-of-money/ativo-ainda-mais-escasso-90-de-todos-os-bitcoins-ja-foram-minerados/