Saúde e Bem-Estar

Doação de órgãos ainda precisa de mais diálogo e conscientização

Embora o país seja referência mundial em transplantes, o número de doadores efetivos caiu nos últimos anos

17.09.202511h20 Comunicação - Marketing Mackenzie

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Doação de órgãos ainda precisa de mais diálogo e conscientização

Setembro é o mês dedicado à conscientização sobre a doação de órgãos, uma causa que salva vidas e transforma histórias. Em 2024, o Brasil alcançou um recorde histórico, com mais de 30 mil transplantes realizados, de acordo com o Ministério da Saúde. Apesar desse avanço, mais de 78 mil pessoas seguem na fila de espera, aguardando a chance de recomeçar.

Embora o país seja referência mundial em transplantes, o número de doadores efetivos caiu nos últimos anos. Entre os principais fatores estão o desconhecimento sobre o processo, a circulação de mitos que geram insegurança e a ausência de diálogo familiar sobre o tema. Informar-se sobre como funciona a doação ajuda a desmistificar esses receios e incentiva decisões conscientes.

Comunicar à família o desejo de ser doador é fundamental, já que a legislação brasileira exige o consentimento familiar para a retirada de órgãos e tecidos. Quando a decisão é compartilhada, os familiares podem agir de forma rápida e consciente caso surja a necessidade. Sem essa autorização, a oportunidade de salvar vidas é perdida, e pacientes que aguardam na lista de transplantes permanecem sem esperança.

Doador vivo

O doador vivo é uma pessoa maior de idade e juridicamente capaz, que pode doar órgãos para familiares. No caso de doadores não aparentados, a legislação exige autorização judicial prévia. Entre os órgãos que podem ser doados estão um dos rins, parte do fígado, parte dos pulmões ou medula óssea.

Antes da doação, o candidato passa por avaliação médica detalhada, incluindo histórico clínico e exames que identificam doenças prévias. A compatibilidade sanguínea é essencial, mas testes adicionais são realizados para selecionar o doador que apresenta maior probabilidade de sucesso no transplante e segurança para sua própria saúde.

Doador falecido

O doador falecido é qualquer pessoa diagnosticada com morte encefálica, caracterizada pela interrupção irreversível de todas as funções cerebrais, ou que tenha falecido em decorrência de parada cardiorrespiratória, quando cessam o batimento cardíaco e a respiração.

Esses doadores podem fornecer órgãos, como rins, coração, pulmões, pâncreas, fígado e intestino, além de tecidos como córneas, válvulas cardíacas, ossos, músculos, tendões, pele, cartilagem, medula óssea, sangue do cordão umbilical, veias e artérias.

Os órgãos e tecidos doados são destinados a pacientes cadastrados na lista única de espera, organizada por estado ou região e monitorada pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT), garantindo distribuição transparente e prioridade conforme critérios médicos.

Desde 2024, o Brasil conta com o Sistema de Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos (AEDO), uma ferramenta que simplifica e torna mais eficiente o processo de autorização para doação de órgãos para transplante em todo o país. Desenvolvido em parceria entre o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o Colégio Notarial do Brasil - Conselho Federal (CNB/CF) e a Coordenação-Geral do Sistema Nacional de Transplantes (CGSNT), o sistema garante segurança jurídica e agiliza um processo antes marcado por burocracia.

A plataforma permite que o desejo do doador seja registrado gratuitamente em uma base acessível aos profissionais de saúde. Em caso de óbito, essa informação pode ser apresentada à família, tornando a decisão mais clara e segura. O procedimento é simples: basta acessar o sitewww.aedo.org.br e seguir os passos indicados para registrar a manifestação de vontade. Todo o processo é feito de forma eletrônica, segura e acompanhada pelo cartório, e a autorização fica disponível para consulta pelo Sistema Nacional de Transplantes.

A cultura da doação é construída com informação, diálogo e responsabilidade social. Conversar com a família, esclarecer dúvidas, conhecer histórias de transplantados e compreender o impacto do gesto fortalece a conscientização coletiva. Doar órgãos e tecidos é, acima de tudo, um ato de solidariedade que conecta vidas, transforma realidades e reafirma o valor da vida humana em sua dimensão mais ampla.

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