Nos dias 21 e 22 de outubro, o Centro de Comunicação e Letras (CCL) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) promoveu a 20ª edição do Encontro de Comunicação e Letras, que reuniu alunos, professores e profissionais do mercado para discutir os desafios e transformações do setor de comunicação.
No primeiro dia, os estudantes acompanharam a mesa "Isso a Globo mostra: histórias por trás dos 60 anos de história", que contou com a presença de Mariana Rogel, gerente sênior de marketing da Globo.
Para o professor mediador, José Alves Trigo, as palestras da semana de comunicação são fundamentais para o enriquecimento dos estudos, pois aproximam os discentes do cotidiano da profissão. “Esse tipo de evento é uma grande aula. Inclusive, para mim, que sou professor de jornalismo. Eu aprendo junto com os alunos”, relatou.
A executiva, que iniciou sua trajetória na emissora como estagiária há 16 anos, compartilhou sua experiência pessoal e profissional dentro da Globo, desde os bastidores da TV aberta até os novos modelos de negócio que surgiram com o avanço das plataformas digitais, como o streaming Globoplay. “Estamos vivendo um período muito desafiador. Nós, enquanto empresa, estamos reinventando o nosso negócio dentro desse novo cenário, com outros modelos de consumo e de relacionamento com o público”, destacou Mariana.
Ela ainda ressaltou que a emissora busca se adaptar às transformações do comportamento do público, sem abrir mão de realizar uma comunicação unificada com todo o Brasil. “Falamos com o Brasil inteiro, um país altamente diverso e com contextos muito distintos. O que colocamos no ar precisa ser abrangente o suficiente para ser entendido por todos e atrativo o bastante para despertar o interesse das mais diversas classes sociais”, afirmou.
Para que seja possível realizar uma comunicação atrativa e plural, a TV aberta precisa equilibrar a regionalidade e a universalidade na programação. “A regionalização é fundamental. Quando o público vê um repórter local falando sobre um problema do seu bairro, há uma conexão muito mais direta. Isso gera identificação e pertencimento”, pontuou Mariana.
A palestrante abordou ainda o processo da construção de uma grade de programação, que envolve estudos de comportamento social, análise de dados e planejamento sazonal. Antes de tudo, a equipe deve estudar a sociedade, entendendo quem são os brasileiros, o que eles consomem e quais são os anseios e desafios desse público. A partir disso, é definido os conteúdos adequados para a grade do momento.
Ao final, a Mariana reforçou o papel do comunicador contemporâneo como alguém versátil e curioso, além de destacar a relevância da televisão no Brasil. “A comunicação é uma área plural. Não existe um único caminho, o importante é saber se adaptar e manter a paixão pelo que se faz. Mais do que entreter, a TV conecta. E, enquanto houver histórias para contar e pessoas dispostas a ouvi-las, haverá espaço para a comunicação”, finalizou a palestrante.




