XI Fórum de Aprendizagem Transformadora debate sobre o ensino na era digital

Evento marca o retorno dos professores mackenzistas para as atividades do semestre letivo

01.08.202516h32 Camila Lippi

Compartilhe nas Redes Sociais

XI Fórum de Aprendizagem Transformadora debate sobre o ensino na era digital

A Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) recebeu seus docentes, após o período de férias, na abertura do XI Fórum de Aprendizagem Transformadora, realizado pelo Centro de Excelência em Ensino e Aprendizagem Transformadora (CEAT), na manhã desta quinta-feira, 31 de julho. 

O tema da edição é ensino e aprendizagem em um contexto de hiperconexão frente aos dispositivos digitais, proposto pela própria comunidade acadêmica mackenzista. “A temática tem relação com uma queixa muito justa do comportamento dos alunos, que parecem cada vez menos engajados, mais desatentos e o tempo todo conectados no celular”, disse a diretora do CEAT, Janette Brunstein. 

“Hoje, o nosso dilema desorientador é o desengajamento dos alunos, por isso, buscamos promover melhores respostas formativas. Temos que ir além da revisão do conteúdo, da forma como ensinamos e da premissa, isto é, olhar para as razões e justificativas por trás do comportamento”, apontou Janette Brunstein. 

Segundo a diretora a diretora do CEAT, a principal questão que move o Fórum é o que está por trás do desengajamento dos estudantes. “É uma questão geracional? É um problema de hiperconexão? É um problema de metodologia do ensino? Ou é algo mais profundo e estrutural que rompe os muros da universidade?”, questionou.  

A primeira palestra do dia foi ministrada pelo chanceler do Mackenzie, Robinson Grangeiro Monteiro, sobre o tema “De Z a Alpha: repensando uma educação formadora de cidadania”. A geração Z é conhecida por ser a primeira com nativos digitais, enquanto a geração Alpha é a primeira que nasce imersa no contexto digital. 

“Qual o nosso papel mais abrangente como educadores?”, questionou o chanceler. Para ele, os professores são muito mais formadores para a cidadania e referenciais para a vida do que um informador técnico, visto o acesso à internet proporciona um repertório maior. 

O chanceler também destacou que ser inimigo da tecnologia é um caminho de retrocesso e que os próprios desafios tecnológicos, impostos pelo mundo atual, proporcionam o crescimento como educadores e pessoas que precisam responder às novas demandas. 

“Se estamos aqui, em uma Universidade que propõe um debate tão relevante e com tantas pessoas que podem ajudar dentro de uma perspectiva de equilíbrio, é porque somos formadores para a cidadania, referenciais para a vida, motivadores para o aprendizado, proponentes do uso humanizado da tecnologia e criadores de tendências formadoras”, disse o chanceler. 

Na sequência, foi a palestra “Uso abusivo de telas digitais: um novo desafio do século XXI?”, apresentada pelo psicólogo clínico e pós-doutorado pelo Departamento de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, Cristiano Nabuco.  

“O que estamos vivendo hoje é algo absolutamente paradoxal e desafiador. Sociólogos e antropólogos dizem que da mesma maneira que a descoberta do fogo provocou um abalo significativo nas bases da vida social, a tecnologia é colocada exatamente no mesmo nível”, disse Cristiano Nabuco. 

Segundo dados apresentados por Nabuco, sete a cada dez pessoas no mundo tem acesso à uma tecnologia digital e o Brasil, nos últimos 20 anos, está entre os três países que permanece mais tempo na internet, um total de dez horas e 19 minutos por dia, o que representa de maneira acumulativa cinco meses do ano de interação com telas. 

“O processo de entrar e sair, olhar e verificar, cria um ato contínuo e vicioso, não só comportamental, mas bioquímico, que faz parte importante da nossa circuitaria comece a trabalhar uma grande estimulação que terá impacto significativo”, apontou o psicólogo. 

A última palestra da manhã foi “Educação Digital: segurança, ética e cidadania na internet”, realizada pelo especialista na área de educação digital no Instituto Alana, Rodrigo Nejm.   

Falas institucionais 

Representando o Instituto Presbiteriano Mackenzie (IPM), o diretor de Administração, Eduardo Abrunhosa, disse que é uma alegria retornar para o início de uma novo semestre para dar continuidade ao propósito da educação. “Ser professor no Mackenzie é uma experiência única, temos algumas coisas nessa instituição que são próprias e temos o grato prazer de formar gerações das mais diversas áreas do conhecimento”, afirmou o diretor. 

O reitor da UPM, Marco Tullio de Castro Vasconcelos, desejou um ótimo semestre para todos os docentes e falou sobre a oportunidade de aprender durante o evento. “A cada professor e professora, parabéns pelo trabalho feito. O desejo é que dediquemos o nosso esforço ao processo de desenvolvimento junto com as propostas do Fórum”, disse o reitor. 

Participaram do evento o pró-reitor de Controle Acadêmico, Luiz Guilherme Dellore; o pró-reitor de Extensão e Cultura, Cleverson Pereira de Almeida; o pró-reitor de Graduação, Marcos Nepomuceno Duarte; e a pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, Maria Cristina Trigueiro Veloz Teixeira.