Plantas medicinais: os benefícios para a saúde e os riscos invisíveis

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Interfaces da Cultura promoveu bate-papo sobre plantas medicinais

16.09.2025 - EM

Comunicação - Marketing Mackenzie


Na última semana, a Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) realizou a 4ª edição do Interfaces da Cultura, iniciativa organizada pela Coordenadoria de Cursos, Oficinas e Eventos (CCOE), da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (PREC), em parceria com a Editora Mackenzie.

Como parte da programação, o saguão da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) recebeu a professora de Farmácia Margarete Akemi Kishi, do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS) da UPM, para um bate-papo sobre o uso de plantas medicinais e esportes.

Apesar da popularidade dos chás e shots de ervas naturais, Margarete desmistificou logo no início a ideia de que plantas medicinais são sempre inofensivas. “Todo mundo acha que, por trás de um chá de camomila ou de salsa, não há problema nenhum. Mas há. As plantas medicinais são feitas de substâncias ativas, com efeitos biológicos reais”, afirmou.

Entre os exemplos, a professora destacou a camomila. Embora o chá seja reconhecido por seus benefícios, pode se tornar perigoso se consumido em conjunto com aspirina, aumentando os riscos de sangramento. “Meninas no início da menstruação e mulheres na menopausa não deveriam tomar chá de camomila, porque o volume do sangramento pode aumentar”, alertou.

Margarete também ressaltou a importância de respeitar as doses recomendadas de cada substância. Ela citou a Rhodiola rosea, planta bastante utilizada por atletas devido à sua ação adaptógena, que ajuda o corpo a lidar com o estresse físico e mental.

O extrato da planta foi testado em quatro equipes de futebol e apresentou bons resultados no desempenho. No entanto, quatro jogadores sofreram rompimento muscular total por não seguirem corretamente as orientações médicas. “Esses atletas quiseram render mais e tiveram um rompimento na musculatura. E por que foram lesionados? Porque utilizavam de forma inadequada. Não é que a planta seja ruim. O problema é ultrapassar a dose e misturar com outros estimulantes”, explicou a professora.

Outro ponto de atenção, segundo Margarete, é a procedência dos produtos. Plantas e extratos vendidos em sites da internet ou feiras de bairro podem chegar ao consumidor sem avaliação ou cuidado na manipulação. “Os melhores lugares são as farmácias de manipulação, já que a farmácia responde civil e criminalmente pela qualidade de um produto. Já quando compramos um pozinho qualquer pela internet, não sabemos o que tem dentro”, destacou.

Para a professora, o tema precisa ser tratado com seriedade, e as informações devem ser disseminadas de forma responsável. “As plantas são valiosas, sim. Mas não são milagrosas. Precisam ser usadas com responsabilidade e acompanhamento profissional. Informação é a melhor forma de evitar acidentes e salvar vidas”, concluiu.