
06.10.2025 - EM Pesquisa e Inovação
Em um momento crucial para a ciência brasileira, a Olimpíada Nacional de Nanotecnologia (ONANO) não apenas quebra recordes de participação, com mais de 12.000 inscritos, mas também assume a liderança na promoção da equidade de gênero em áreas de ponta. A cerimônia de premiação de 2025, que acontece no dia 11 de outubro na Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), terá como destaque a entrega do Troféu Mildred Dresselhaus, uma homenagem inédita que celebra o talento de jovens cientistas e posiciona a ONANO como uma força motriz para o protagonismo feminino em Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática.
Esta iniciativa surge como uma resposta direta a um desafio global e nacional. Embora as mulheres sejam maioria nas bolsas de mestrado (54%) e doutorado (53%) no Brasil, elas ainda ocupam uma minoria das posições de liderança acadêmica, representando apenas 35,5% dos bolsistas de produtividade do CNPq. Globalmente, o cenário é semelhante: as mulheres constituem apenas um terço da força de trabalho em pesquisa e ocupam somente 22% dos empregos em STEM nos países do G20.
“A ONANO nasceu para democratizar o acesso à ciência de fronteira, e isso inclui um compromisso ativo com a equidade de gênero. O Troféu Mildred Dresselhaus não é apenas um prêmio; é uma declaração de que o futuro da ciência brasileira será construído com a liderança e a genialidade das mulheres. Estamos formando a próxima geração de cientistas que irão revolucionar a tecnologia e a inovação no país”, declara o professor da UPM, Delmárcio Gomes, coordenador geral da ONANO.
Homenageando a "Rainha do Carbono" para Inspirar o Futuro
O troféu, que será concedido a dez estudantes de destaque, leva o nome de Mildred Dresselhaus (1930-2017), uma figura monumental da ciência do século XX. Conhecida como a "Rainha da Ciência do Carbono", Dresselhaus foi uma pioneira, cujas pesquisas sobre as propriedades eletrônicas dos materiais pavimentaram o caminho para a descoberta de fulerenos, nanotubos de carbono e grafeno.
Nascida em uma família de imigrantes no Bronx durante a Grande Depressão, ela superou barreiras sociais e de gênero para se tornar a primeira mulher a alcançar o título de Institute Professor no MIT, a mais alta honraria da instituição. Seu legado transcende suas descobertas, tornando-se um símbolo de resiliência e excelência para mulheres em todo o mundo.
Um Ecossistema de Incentivo à Participação Feminina
A ONANO se integra a um movimento nacional de valorização das mulheres na ciência. A iniciativa fortalece parcerias com projetos como a Rede Nacional de Mulheres na Nanociência e se alinha a programas do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), como o edital "Meninas nas Ciências Exatas, Engenharias e Computação", que investirá R$ 100 milhões até 2026 para fomentar a participação feminina nessas áreas. A cerimônia de premiação da ONANO 2025 será um marco, celebrando não apenas os 1.067 medalhistas desta edição recorde, mas também o futuro mais inclusivo e inovador que está sendo construído para a ciência brasileira.
Sobre a ONANO
A Olimpíada Nacional de Nanotecnologia é a maior iniciativa de popularização da nanociência na educação básica do Brasil. Gratuita e 100% digital, é promovida pelo Mackenzie, com o objetivo de despertar vocações científicas, promover a alfabetização em tecnologias de fronteira e contribuir para a formação de uma nova geração de líderes em inovação. Com mais de 12.000 inscritos este ano – o dobro da edição inaugural em 2024 –, a ONANO 2025 demonstra um avanço significativo na democratização do acesso a um campo científico de fronteira. Voltada para estudantes do 6º ano do Ensino Fundamental ao Ensino Médio e Técnico de escolas públicas e privadas em todas as regiões do Brasil, notavelmente, 55% dos participantes desta edição são oriundos de escolas públicas, reforçando o caráter inclusivo e a ampla diversidade regional, racial e de gênero da competição.
“A ONANO prova que é possível, sim, falar de nanotecnologia na educação básica com uma linguagem acessível e despertar o interesse dos jovens para as carreiras do futuro. Estamos formando capital humano qualificado e, ao mesmo tempo, promovendo uma cultura de inovação e curiosidade científica que é fundamental para o desenvolvimento do Brasil”, afirma Delmárcio Gomes.
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