
04.11.2025 - EM
O segundo semestre do ano é tradicionalmente marcado por meses dedicados à conscientização sobre a saúde. Começamos com o Setembro Amarelo, focado na prevenção do suicídio, seguido pelo Outubro Rosa, que destaca a importância da descoberta precoce do câncer de mama e do colo do útero. Agora, chegamos ao Novembro Azul, uma campanha que se dirige diretamente aos homens, um público que historicamente enfrenta resistência em relação aos cuidados com a própria saúde.
Em 2023, o Ministério da Saúde notificou mais de 17 mil mortes por câncer de próstata no Brasil, o que corresponde a 47 óbitos por dia. O tumor é o segundo mais comum entre homens, atrás apenas do câncer de pele. Apesar da grande quantidade de casos, a doença possui altas chances de cura quando descoberta e tratada em seus estágios iniciais.
Segundo o urologista do Hospital Universitário Evangélico Mackenzie (HUEM) e professor da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná (FEMPAR), Paulo Jaworski, “O homem deve começar o seu rastreio do câncer de próstata a partir do 50 anos, para a população geral, e 45 anos para os homens que têm fator de risco positivo, que são: histórico familiar de câncer de próstata (pai ou irmão), obesidade e tabagismo”.
Um fato que ainda é pouco conhecido, e ainda não há muitos estudos sobre isso, é de que os homens negros podem ter mais chances de desenvolver câncer de próstata. É vital que a comunidade negra esteja ciente deste risco aumentado. “Homens negros fazem parte de um grupo de risco para o desenvolvimento do câncer de próstata mais agressivo ou até mais precoce. Por isso, eles entram em um grupo de atenção especial que deve começar o rastreio a partir dos 45 anos.”
Jaworski chama a atenção para outro ponto importante que pode ajudar muitos homens a descobrirem o tumor mais cedo. “O câncer de próstata no seu estágio inicial não apresenta sintoma nenhum. Por isso que a gente insiste tanto em se fazer a prevenção, a consulta com o urologista e fazer os exames. O sintoma só vai aparecer na fase tardia da doença, quando já se espalhou e não tem mais cura.”
A resistência masculina em procurar atendimento médico muitas vezes está enraizada em questões culturais e sociais, onde a masculinidade é, por vezes, associada à invulnerabilidade. O Novembro Azul trabalha para quebrar esses paradigmas, promovendo um diálogo aberto sobre a saúde do homem e os incentivando a superar o medo e a vergonha.
“Meu recado para vocês, homens, é: Vocês precisam se cuidar. Sejam mais espertos que isso, antes dos sintomas, já façam o seu check-up. Os homens têm tabus que eles não gostam de conversar com ninguém. O urologista é o parceiro do homem", afirma o médico.
Ao se informar e realizar exames regularmente, os homens não apenas cuidam de si mesmos, mas também inspiram outros a fazerem o mesmo, criando um ciclo positivo de atenção à saúde. O Novembro Azul é, portanto, um convite à reflexão sobre a saúde masculina em sua totalidade, incentivando uma mudança cultural em direção a uma vida mais longa e saudável para todos os homens.






