Um Grito de Paz: o verdadeiro sentido do Natal

Compartilhe nas Redes Sociais
Tradicional cantata do Mackenzie Campinas entra para calendário oficial da cidade

26.11.2019 Atualidades


A temperatura na noite de 25 de novembro estava amena e agradável na cidade de Campinas, no estado de São Paulo. O ar quente do dia abafado foi carregado para longe por uma brisa suave que soprava como um presente no início da noite. O burburinho das pessoas que se acumulavam no trecho fechado da Avenida Brasil, em frente às escadarias do Seminário da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), pouco antes das 20h, crescia a cada momento, demonstrando a expectativa pelo que estava por vir.

Grupos de amigos, famílias com crianças no colo ou de mãos dadas com seus pais olhavam atentos para os coralistas que tomavam seus lugares, preenchendo os degraus do lindo seminário de tijolos vermelhos, decorado com luzes coloridas. O silêncio se quebrou quando o coro com mais de 300 vozes, entre jovens, adultos e crianças, se elevou para celebrar a data mais bela do ano: o Natal.

Entre quatro e cinco mil pessoas acompanharam presencialmente a tradicional e famosa Cantata “Um Grito de Paz”, realizada pela Capelania Universitária do Centro de Ciências e Tecnologia (CCT) da UPM, campus Campinas, com apoio da Prefeitura da cidade. Durante a noite, se apresentaram o Coral Infantil do Grupo Primavera e o Grande Coral Campinas, sob as regências das maestrinas Laura Aimbiré e Luciana Vieira, e também dos maestros Danilo Demori e Wanilton Mufiz, acompanhados por instrumentação em teclado e de sopro ao vivo.

O evento, que está em sua sétima edição e já conquistou os corações das famílias campineiras e de municípios vizinhos, se tornou tão tradicional e aguardado que, neste ano de 2019, uma novidade veio chancelar ainda mais sua importância: a Prefeitura de Campinas incluiu a Cantata no calendário oficial da cidade. O ato, sancionado pelo prefeito Jonas Donizette, veio por meio de um Projeto de lei 263/19 proposto pelo vereador Carmo Luiz, por entender o quanto o acontecimento tem relevância, sendo a primeira de muitas ações que abrem o calendário das festividades natalinas na cidade.

Representando Donizette no evento de segunda-feira, estiveram a primeira-dama da cidade, Sandra Ciocci Ferreira, e o vice-prefeito, Henrique Magalhães. “Convido a todos para este momento, vamos ouvir muito boa música, desejando um excelente Natal, com graça e paz a todos!”, declarou a primeira-dama durante a abertura.

Recuperando o sentido do Natal

O reverendo Alexandre Antunes Pereira Santos, capelão universitário do CCT e organizador do evento, conta que a realização da Cantata Um Grito de Paz pelo sétimo ano consecutivo revela que desde seu início ela mantém a identidade que inspirou seu surgimento. “Um sentimento no nosso coração de ter aqui em Campinas algo que celebrasse o verdadeiro Natal e, ao mesmo tempo, convidasse a população para participar”, revela o reverendo.

E qual seria a mensagem ao convidar essas pessoas, afinal? “A mensagem do verdadeiro Natal, que é, em si, uma mensagem de alegria e paz para os homens e mulheres. Quando lembramos da famosa expressão natalina que remete à ‘Noite de Paz’, esse é o sentimento, de resgatar essa mensagem”, comenta o capelão.

Mensagem reforçada por Gilson Alberto Novaes, diretor do CCT, que explica o quanto a data é cara à instituição. “Pois é mais um momento no qual damos à população de Campinas o nosso ar de confessionalidade, reforçamos nosso compromisso em comemorarmos o Natal sem a história da parte comercial ou figuras que retirem a luz e o brilho do verdadeiro protagonista. O nosso Natal é lembrar que Jesus nasceu e ele é o salvador da humanidade. Esse é o básico e incrível motivo de estarmos aqui”, complementa.

A necessária Paz

Para o reverendo, a mensagem não poderia vir em melhor hora, em especial pelas questões contemporâneas. “Com o passar do tempo, percebemos que nos últimos anos do nosso país há muita polarização e brigas, um advento de sentimentos de ódio que têm se esparramado por visões distintas de mundo, seja política, seja visão de mundo religiosa, ou até mesmo social, racial, etc. Nesse contexto, vemos uma tendência perigosa, que é preciso entender e mudar. O mais importante é notar que não se combate ódio com ódio, mas sim com paz”, enfatiza o capelão.

Para ele, esse é o sentimento da Cantata anual, relembrar, no início do ciclo do Natal, essa importante mensagem que é um Grito de Paz, a lembrança do que é o sentido do Natal. “Por que Jesus nasceu? Para anunciar a verdadeira paz ao ser humano”, adiciona.

Quanto à presença massiva da população acompanhando a apresentação, o reverendo é direto, “o tempo ajudou e está agradável, graças a Deus, então a frequência de quatro a cinco mil pessoas aqui no evento é presente de Deus para nós”.

Marco para a cidade

Novaes relembra que já se vão sete anos que os festejos natalinos de Campinas têm início em novembro, com o pontapé inicial da Cantata, e que até então assim tem sido por uma deferência do prefeito. “E a cada ano que passa nós vamos aperfeiçoando a apresentação. Este é o segundo ano em que a realizamos aqui nas escadarias do seminário, já com uma bela e apropriada jardinagem, iluminação, o prédio totalmente restaurado. Está muito lindo aqui”, celebra o diretor do CCT.

Segundo destaca ele, na verdade, esse ano ganhou um sabor especial para o evento, “pois agora fazemos parte oficialmente do calendário da cidade, por meio de um projeto proposto pelo vereador Carmo Luiz e que se tornou uma lei municipal sancionada pelo prefeito. Então, hoje, já não é apenas a decisão de uma administração que nos é cara e entende a importância do ato, mas vai um pouco além, fazendo parte realmente das comemorações oficiais”, lembra Novaes.

Ele pontua que para além do reconhecimento formal da ocasião, o que mais o alegra é que a cidade como um todo já aguarda e participa do evento, com uma grande movimentação de pessoas. “É realmente muito bonita essa participação e cuidado, há pouco, numa conversa com os presentes, estávamos recebendo sugestões de melhorias para o ano que vem e isso é muito válido, pois podemos melhorar e evoluir cada vez mais com o passar dos anos e de cada edição, entregando um momento para a cidade, algo que, em sua essência, tem o desejo de abençoar pessoas”, adiciona.

Relação determina a relevância

Marco Tullio de Castro Vasconcelos, vice-reitor da UPM, que também esteve presente na Cantata, assinala o quanto a proximidade entre a população da cidade e a instituição é importante para ambos. “É maravilhoso. A Universidade tem vida na medida em que integra seus alunos, professores, funcionários e também aqueles que são pessoas do nosso relacionamento: população do entorno, empresas, associações, poder público, famílias, enfim. Então, é muito importante que tenhamos essas pessoas perto de nós”, diz ele.

Vasconcelos ainda relembra que a ponte estabelecida consegue congregar pontos da confessionalidade do Mackenzie e também de ordem cultural. “Essa noite estamos aqui a celebrar uma data especial, porque nós estamos falando do nascimento de Cristo, que deu sentido à humanidade e também sentido ao que a gente faz, mas ainda também porque a Universidade dá essa oportunidade de acesso à cultura. Nós estamos aqui ofertando música de boa qualidade e isso alegra o coração das pessoas, bem como o nosso também”.

Quanto ao resumo do evento como um todo, o vice-reitor conclui. “É especial, um momento ímpar, que tem se repetido ao longo da história, justamente pela sua significação e aprovação que a cidade deu. Agora, creio que daqui em diante vai ser sempre um evento marcante, com a população cada vez mais presente! É maravilhoso, a Universidade e a Capelania estão de parabéns pela iniciativa”.

Estar presente e contribuir

José Inácio Ramos, presidente do Instituto Presbiteriano Mackenzie, afirma que relembrar o sentido verdadeiro do Natal e ter a presença de cerca de cinco mil pessoas acompanhando é um momento pelo qual não há como não agradecer. “É sobre o resgate desse significado, da paz que Jesus nos oferece por seu intermédio. Com as belas músicas e letras, queremos demonstrar isso, ou seja, algo que edifica as pessoas”.

Ramos pontua ainda que a grande relevância do evento se dá porque o Mackenzie está contribuindo com a comunidade de seu entorno. “Essa programação insere o Mackenzie dentro do contexto da cidade, principalmente ao darmos início às celebrações natalinas em Campinas, essa bela cidade. Por uma deferência toda especial, a Prefeitura sempre utiliza esse evento como um ponto de partida e para nós é importante, porque o Mackenzie, como sempre digo, tem que estar contribuindo para a sociedade, no meio em que ele está, seja aqui em Campinas, São Paulo (SP), Palmas (TO), Tamboré (SP), Rio de Janeiro (RJ), Curitiba (PR), enfim, todas as localidades. Se o Mackenzie não estiver inserido no contexto da sociedade, não faz sentido!”.

“Enfim, isso reflete exatamente essa questão, a inserção do Mackenzie em um evento que, em suma, é da cidade de Campinas e é para a cidade, mobilizando boa parte de sua população. Então, para nós, é muita alegria e satisfação por poder contribuir. Novamente enfatizo, o Mackenzie tem de ser útil à sociedade em que ele está inserido, senão não faz sentido”, arremata o presidente do IPM.

Ainda durante a celebração da noite, estiveram presentes: José Paulo, diretor de Finanças e Suprimentos (DIFIS) do IPM; Ciro Aimbiré de Moraes Santos, diretor de Educação (DIRED) do IPM; André Ricardo Almeida Ribeiro, diretor de Estratégias e Negócios (DIREN) do IPM; Luiz Roberto Martins Rocha, diretor de Saúde do IPM; o secretário de Cultura de Campinas, Ney Carrasco; e a secretária de Educação de Campinas, Solange Villon Kohn Pelicer.