
10.11.2025
A COP30, ou 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC, em inglês), que ocorre entre os dias 10 e 21 de novembro, é um encontro global de líderes e representantes de países de todo o mundo. O principal objetivo é discutir e negociar ações para combater as mudanças climáticas, revisar o progresso alcançado, estabelecer novas metas e compromissos para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e promover a adaptação aos impactos climáticos.
A conferência anual ocorre em um país diferente a cada ano, e a escolha do Brasil, principalmente Belém (PA), como sede da COP30, é de grande importância. A Amazônia é um bioma crucial para o equilíbrio climático global e está sob intensa pressão devido ao desmatamento e outras atividades humanas. A escolha também destaca a importância da proteção das florestas tropicais e a necessidade de envolver os povos indígenas e as comunidades locais no debate.
O evento oferece ao Brasil uma chance única de se posicionar como líder nas discussões globais sobre mudanças climáticas e sustentabilidade. O país poderá destacar suas iniciativas em energias renováveis, biocombustíveis e agricultura de baixo carbono, ao mesmo tempo em que reforça sua tradição em fóruns multilaterais, como a Eco-92 e a Rio+20.
O professor da pós-graduação da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) e especialista em Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Magno Castelo Branco, fala sobre a importância do evento ser sediado no Brasil. “Teremos a oportunidade de mostrar ao mundo nossos esforços em sustentabilidade, a rica biodiversidade da Amazônia e nosso compromisso com o desenvolvimento sustentável.”
Mesmo com todos os olhares atraídos para o país, o docente cita algumas dificuldades que o Brasil enfrentará durante a conferência. “Primeiramente, a logística de sediar um evento de tamanha magnitude em Belém, com a necessidade de infraestrutura adequada para receber delegações do mundo todo. Em segundo lugar, teremos o desafio diplomático de mediar discussões complexas e buscar consensos entre os líderes. E, claro, a expectativa de apresentar resultados concretos em nossas próprias políticas ambientais será grande.”
O especialista fala sobre suas expectativas em relação aos acordos e compromissos que podem ser firmados na COP30. “Esperamos ver um fortalecimento dos mecanismos de financiamento para a conservação da floresta, o engajamento de mais países em iniciativas de combate ao desmatamento e à degradação, e o reconhecimento do papel fundamental das comunidades indígenas e tradicionais na proteção desse bioma. Acredito que a COP30 pode ser um marco para a Amazônia, consolidando ações concretas e duradouras.”
Para finalizar, o docente mackenzista também cita que o efeito na economia da capital paraense será marcante. “Além do impacto direto, a visão global que Belém ganhará pode atrair futuros investimentos e fomentar o turismo sustentável na região, deixando um legado duradouro para a capital.”
Este evento no coração da Amazônia não apenas eleva o perfil do Brasil no cenário internacional, mas também serve como um chamado urgente à ação, lembrando a todos da interconexão de nossos ecossistemas e da responsabilidade coletiva de proteger o planeta para as futuras gerações.




