Dia Internacional da Mulher: bate-papo sobre identidade feminina

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O Chanceler conduz o período devocional e deixa uma mensagem especial para as colaboradoras do Mackenzie, no Dia das Mulheres. | Foto: Divulgação

10.03.2022


Na última segunda-feira (07), o Mackenzie deu início a uma semana especial sobre o Dia Internacional da Mulher, comemorado oficialmente no dia 08 de março. O Mackenzie possui mais de 4 mil colaboradoras alocadas nas mais diversas áreas, competências e setores.
O evento foi introduzido pela coordenadora de gestão por competências, Tiara Rabaglio Peres, seguida da saudação institucional e devocional feitas pelo chanceler do IPM, Rev. Robinson Grangeiro e a palestra da assistente de capelania, Eleny Vassão de Paula Aitken. O encontro contou com tradução simultânea em Libras e áudio descrição.
 
A Participação do Chanceler


O chanceler, Rev. Robinson Grangeiro, começou o momento de devocional saudando todas as mulheres mackenzistas do quadro de colaborados e rememorou a figura de Mary Ann Annesley Chamberlain, esposa do pastor e missionário George W. Chamberlain, que, ao lado dele, fundou a Escola Americana, em 1870, berço do Mackenzie conhecido atualmente em todo o Brasil.
“A professora Mary Ann é a mãe das pedagogas mackenzistas e, a partir dela, muitas outras mulheres vieram e fizeram a diferença na nossa instituição. Toda, sem exceção ou atribuição de cargos, tornam a história do Mackenzie um exemplo de vitória. Sou fã incondicional de mulheres fortes, como sei que vocês são e isso faz parte da própria natureza feminina”, diz o Chanceler.
Segundo o Rev. Robinson Grangeiro, fortaleza e fragilidade, se pudessem ser antônimas e não o são, não caracterizariam de per se nem a feminilidade nem a masculinidade, pois essa imagem de mulher frágil e indefesa não condiz com a realidade bíblica, assim como a de um homem bruto e machista não revela o caráter moldado por Deus. Ao citar o livro de Provérbios 31:10 – “Mulher virtuosa, quem a achará? O seu valor muito excede ao de finas joias” – revela que o fato que mais lhe chama a atenção é a pergunta feita de maneira retórica. Isso demonstra que na visão do autor do texto o que importava mais era a virtude da mulher, ou seja, a mulher não idealizada, a partir de seu exterior, de seus papéis etc., mas baseada em seu caráter, em suas virtudes. Por isso, mais para a frente, no versículo 30 – “enganosa é a graça e vã a formosura, mas a mulher que teme ao Senhor, essa será louvada” -  encontramos a reflexão acerca da beleza e da virtude e, a partir disso, notamos que a segunda é mais importante. O que deve ser mais valorizado é a virtude de uma pessoa, não a sua aparência o que, inclusive, caminha contra os parâmetros da atualidade em que o padrão de beleza prevalece e é perseguido como promessa de felicidade e vida plena.
“Entretanto, a beleza pode ser enganosa e a formosura superficial, pois o que importa é a essência de cada pessoa. Os padrões de beleza, inclusive, mudam conforme o tempo, assim como a aparência de cada um, seja homem, seja mulher, modifica-se com o passar do tempo, com a idade e até com o humor momentâneo. Por isso que quando nos sentimos bem também nos sentimos mais bonitos e vice-versa”, reflete o Chanceler.

Então, qual é o padrão da mulher virtuosa? Ou, melhor, há um padrão a ser seguido? “Esse padrão deve ser o equilíbrio. Vocês, mulheres, são equilibristas por natureza, quando têm que exercer múltiplas funções e papéis sociais. Eventualmente, um prato ou outro cai ao chão e quebra, mas vocês permanecem firmes, equilibrando os demais e até tentando consertar o que foi quebrado. Que resiliência!”, diz o Chanceler. "Por isso, é preciso corrigir a ideia de que a mulher é um apêndice ou um bibelô do homem. A Bíblia diz que a mulher (Eva) foi tirada da costela do homem (Adão), por compartilhar com ele a mesma essência da criação de Cristo e, portando, é uma criatura criada a imagem e semelhança de Deus, ainda que com papéis e funções diferentes determinados pelo próprio Deus", completou o Rev. Dr. Robinson Grangeiro.

O Chanceler ainda falou que "A mulher virtuosa deve ter como padrão viver e servir a Deus, pois a vida de cada pessoa não é sem sentido ou sem propósito. O significado da mulher não está associado ao que algum homem diz que ela é, porque ela tem uma identidade intrínseca que realmente é o que diz quem ela é e que emana de Deus, aquele que nos deu a vida. Portanto, qualquer coisa que você fizer, antes, pense que você não está aqui por acaso, pois Deus lhe deu uma missão para ser feita com excelência. Nesse capítulo, o autor mostra uma mulher empreendedora, mãe, esposa e uma plêiade de outras atividades, as quais fazem parte de uma missão maior. Poderiam ser chamadas de sub-missõe, que leva-nos a uma única pergunta: será que eu estou glorificando a Deus, seja qual for a atividade?”, diz o Rev. Robinson Grangeiro.
Para completar a devocional, diz: “Hoje é dia de louvar a vida das mulheres. Louvar no sentido de homenageá-las e glorificá-las, como lemos em Provérbios. A mulher não precisa, portanto, ser mais empoderada e valorizada do que ela já é pelo próprio Deus, quando se entende devidamete que o empoderamento dela vem da consciência de que ela foi criada igual a Adão, a imagem e semelhança de Deus, para glorificar a Cristo. Mas, certamente novos espaços sociais precisam ser ocupados também pelas mulheres, não numa lógica de competição com o homem, mas de cumprimento de vocações e mandatos comuns a ambos. Portanto, hoje eu agradeço e digo a Ele: ‘Deus, que mulheres maravilhosas tu criastes para nos dar à luz e cuidar de nós’, para produzir socialmente e contribuir com uma sociedade mais próxima do ideal divino, seja como educadoras, seja como profissionais nas mais diversas áreas. O Mackenzie não seria o que é hoje se não tivesse essas mais de 4 mil mulheres em seu quadro colaborativo.”
 
Deixe-me ser mulher

A semana especial das mulheres tem como embasamento o livro de Elisabeth Elliot, chamado Deixe-me ser mulher: lições à minha filha sobre o significado da feminilidade (Editora Fiel, 2021), que reúne ensinamentos preciosos para os dias de hoje sobre o que é ser uma mulher cristã e reflete sobre a pergunta “o que significa ser mulher?”
Durante a palestra da segunda-feira (7), a assistente de capelania, Eleny Vassão de Paula Aitken refletiu sobre diversos pontos, tais como: a palavra de Deus sobre identidade, a mulher frágil, a mulher forte, a pessoa criada por Deus, aquela separada por Deus e alvo do amor dEle, a alegria em servir e o fato de cada uma ser co-herdeira da mesma graça. Para ela, a pergunta que todas devem fazer é “de quem eu sou?” e não que eu sou?”.

Durante a reflexão, Eleny Vassão Aitken compartilhou uma parte de sua experiência de vida:

“Eu me gostei demais com esse livro da Elizabeth Eliott. Ela era uma mulher forte, que ficou viúva com uma filha pequena no colo. Eu me identifiquei porque também fiquei viúva com quatro crianças, trabalhava muito, viajava bastante, era regente do coral da igreja, dava aula na escola dominical, ajudava a conduzir a igreja e com todas essas responsabilidades, não sabia o que fazer primeiro.
Após muita oração, Deus mandou eu cuidar da minha família primeiro e depois das tarefas da igreja, além de apender a ensinar e delegar para que outras pessoas assumissem algumas das responsabilidades que eram minhas. Depois de três anos e com a vida mais organizada, me casei novamente com um pastor e missionário norte-americano, que também era viúvo e tinha dois filhos.
Um tempo antes da cerimônia, perguntei o que ele achava que era casamento e ele respondeu: “eu quero investir na sua vida, de modo a fazê-la desabrochar e ser tudo aquilo o que Deus a criou para ser”. Pois não tive dúvidas, vi que era com ele que deveria se casar e presenciei na minha via o cuidado de Deus.

Eu passei por uma crise de identidade quando fiquei viúva, com quatro filhos e muitas responsabilidades. Tive muitas dificuldades, mas aprendi que a pergunta que deveria fazer a mim mesma não era “quem eu sou?”, mas “de quem eu sou?”. Hoje reconheço que sou de Cristo e nEle encontro esperança, vontade de viver e força.
Ser mulher tem muitos papéis, missões e submissões. É uma função privilegiada e muito importante na sociedade. Toda a natureza é subordinado ao Criador. Tudo tem um porquê e um lugar na criação. A mulher e o homem são co-herdeiros, andam nesse compasso harmônico que compõe a música que é a vontade de Deus”.