A abertura da Semana de Tecnologia e Inovação da Faculdade de Computação e Informática (FCI) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) foi marcada por uma palestra sobre computação quântica, um dos temas mais atuais da área tecnológica. O evento, que também faz parte das celebrações dos 55 anos da FCI, reuniu professores, alunos e convidados em uma manhã de aprendizado e reflexão sobre o futuro da tecnologia.
O professor da FCI, Rogério de Oliveira, explicou que a Unesco decretou 2025 como o Ano da Computação Quântica. “Este é um tema que vai transformar a área da computação nos próximos cinco, dez anos, e nós já começamos a ver uma transformação muito grande”, destacou Rogério.
Para tratar de um assunto tão atual, o responsável por áreas ligadas à Inteligência Artificial generativa e à computação quântica da IBM e antigo aluno de mestrado da UPM, Glauco Reis, foi convidado para ministrar a palestra. Ele iniciou o encontro questionando o público sobre o motivo de se falar em computação quântica agora.
A resposta, segundo ele, está no limite físico dos microprocessadores atuais. “Hoje chegamos a componentes de cinco nanômetros. A distância entre as trilhas de um chip está quase no tamanho de um átomo. Quando atingirmos esse ponto, as leis da física clássica deixam de explicar o funcionamento, e entramos no domínio da mecânica quântica”, explicou Glauco.
Nesse novo domínio, surgem fenômenos como a superposição, o entrelaçamento e a interferência, que permitem aos computadores quânticos processar informações de maneiras completamente diferentes. “A superposição é a ideia de que uma partícula pode estar em diferentes estados até que a observemos. O entrelaçamento, por sua vez, é quando duas partículas permanecem conectadas, mesmo que estejam a quilômetros de distância. Alterar o estado de uma afeta imediatamente a outra”, detalhou o palestrante.
Glauco também destacou que essas propriedades, antes restritas à física teórica, agora começam a ser aplicadas em tecnologias concretas. “O físico Richard Feynman já dizia: se os fenômenos da natureza são quânticos, nossos computadores também deveriam ser. E é isso que estamos fazendo agora”, declarou.
Embora o tema pareça distante, ele está cada vez mais próximo do cotidiano. “Computadores quânticos ainda são raros e caríssimos, mas já existem protótipos em operação, como os da IBM. Eles prometem resolver problemas que os supercomputadores clássicos levariam séculos para processar”, afirmou o palestrante.
O antigo mackenzista destacou a importância de os estudantes se atualizarem e se interessarem pelo assunto. “Vocês não precisam entender toda a mecânica quântica para começar a programar um computador quântico. O importante é estar abertos para aprender e acompanhar essa revolução que está só começando”, finalizou.
A Semana de Tecnologia e Inovação da FCI tem como objetivo a troca de conhecimentos, o estímulo à pesquisa e a aproximação dos alunos das inovações que estão transformando o mundo digital. Ao longo da semana, diversas ações promoveram debates, oficinas e momentos de integração entre alunos, professores e antigos alunos.
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