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70 anos de olho na telinha

Televisão brasileira completa sete décadas e mostra poder de adaptação

17.09.202018h36 Comunicação - Marketing Mackenzie

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70 anos de olho na telinha

Há 70 anos, os lares brasileiros têm uma “janela” para outros mundos. Por meio dela, presenciamos uma imensidão de fatos importantes, como as conquistas de Copas do Mundo pela seleção brasileira e a chegada do ser humano à Lua, nos emocionamos em diversas narrativas de novelas, demos muitas gargalhadas com vários programas de humor e nos divertimos com programas de auditórios memoráveis. É… a televisão brasileira nos proporcionou grandes momentos.

Em 18 de setembro de 1950, foi realizada no Brasil a primeira transmissão de televisão, com a inauguração da TV Tupi, em São Paulo, algo que só foi possível a partir do desejo e investimento do empresário Assis Chateaubriand, que já era dono dos Diários Associados, um império de imprensa. No entanto, como conta Vanderlei Dias, professor de Jornalismo do Centro de Comunicação e Letras (CCL) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), o começo das transmissões brasileiras foi feito na base do improviso. 

“Não tinha programação nenhuma no dia seguinte. Não foi uma coisa organizada, Assis Chateaubriand aproveitou os recursos que tinha no rádio e foi contra todas as falas dos técnicos americanos, que diziam que não iria funcionar”, afirma o docente.

O primeiro programa foi comandado por Airton Rodrigues e Lolita Rodrigues, que substituiu uma grande estrela da televisão nacional: Hebe Camargo. O único participante da primeira transmissão que ainda está vivo é o ator Lima Duarte. Para o primeiro programa, Chateaubriand comprou diversos aparelhos e espalhou pelo centro de São Paulo, já que o povo brasileiro não fazia ideia do que era uma TV. “Era tudo ao vivo, depois trouxeram uma programação enlatada e só um tempo depois passou a ter produção própria”, explica Dias.

Apesar disso, demorou para a televisão se tornar o grande meio de comunicação que é e ter a qualidade que possui nos dias de hoje. O professor assinala que a importância da TV ganhou fôlego durante o governo militar, principalmente no chamado Milagre Econômico, entre 1970 e 1974, pois “as pessoas começaram a comprar eletrodomésticos, entre eles a televisão”. As transmissões das Copas do Mundo, a partir da década de 70, tornaram-se elementos impulsionadores, já que “as empresas faziam grandes promoções para grandes eventos”.

A partir de então, a “telinha” assumiu um protagonismo nos meios de comunicação e nos lares brasileiros. Foram diversos personagens e programas que se destacaram e marcaram a memória. Muitos momentos foram de grande inovação e, se pudéssemos definir a TV no Brasil com uma palavra, Vanderlei Dias crava que seria criatividade. “A televisão brasileira é maravilhosa, mesmo com as críticas. Ela tem uma qualidade muito grande, principalmente em termos de programação. Ela é criativa e conseguiu se adaptar”. 

Futuro

Ao longo de tanto tempo, a televisão foi se transformando junto às diversas mudanças da modernidade, com padrões de qualidade diferentes para cada época e com programação diferenciada para cada demanda geracional. Porém, nos últimos anos, a consolidação da internet e dos serviços de streaming exigiu das emissoras uma nova e grande adaptação. 

Apesar dos novos rumos, com o surgimento de serviços de streaming oferecidos por algumas emissoras e a utilização cada vez mais massiva das redes sociais, a televisão ainda tem, e terá, um papel central na comunicação nacional. “A televisão aprendeu a trabalhar com a internet. Não acredito no fim da televisão, nem como aparelho, nem como programação, mas acho que não vai ser possível dominar o meio”, indica o docente mackenzista.