A capa da notícia mostra a foto da Campeã Viviane na lateral esquerda. No meio, está escrito "Torneio E-fifa Mackenzie Campeã 2021: Viviane de Oliveira"
Esporte

Virada emocionante marca a final do Torneio E-FIFA Mackenzie

Viviane de Oliveira é a campeã do primeiro campeonato de e-sport do Mackenzie 

24.03.202111h10 Comunicação - Marketing Mackenzie

Compartilhe nas Redes Sociais

Virada emocionante marca a final do Torneio E-FIFA Mackenzie

No dia 20 de março, aconteceu a semifinal e final do Torneio E-FIFA Mackenzie, primeiro campeonato de e-sports realizado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) com apoio do Instituto Presbiteriano Mackenzie (IPM) e do FIFAMANIA News. Em uma partida eletrizante, com direito à virada e goleada, Viviane de Oliveira, aluna do curso de Direito do Centro de Ciências e Tecnologia (CCT) da UPM, campus Campinas, foi campeã e levou um Playstation 5 para casa. 

A última etapa foi transmitida ao vivo, narrada por Rafael Navarro e comentada por Renato Souza, do TeamNS. Chegaram às semifinais os jogadores Gustavo Panigalli, Lucas Marfim, Pedro Paulo Maia Costa e a vencedora, Viviane de Oliveira. A primeira disputa do futebol virtual foi a de Gustavo contra Pedro Costa. Pedro perdeu o primeiro duelo por 2x1, mas conseguiu garantir seu lugar na final ao vencer o segundo confronto por 4x1. 

A segunda partida da semifinal, que seria disputada entre Lucas e Viviane não aconteceu, devido a problemas de conexão. Como previsto em regulamento, o competidor com melhor campanha seguiria para o próximo jogo. Invicta desde o início do torneio, com 9 vitórias e 5 empates, Viviane conquistou seu lugar na final. 

Assim como os duelos da semi, a disputa final teve jogo de ida e de volta. Na primeira rodada, Viviane ganhou por 3x1. Na partida de volta, com menos de cinco minutos, Viviane teve um jogador expulso após cometer uma falta. Depois disso, Pedro abriu o marcador e anotou 4 gols em cima da adversária. Porém o resultado ainda mudaria completamente: Viviane marcou 3 gols e ganhou no placar agregado por 6x5, consagrando-se a campeã do Torneio E-FIFA Mackenzie.

Contra um profissional 

“Eu já sabia que se chegasse à final meu adversário seria um jogador profissional, então meu nível de concentração foi máximo”, conta a jogadora. Em sua opinião, a disputa poderia ter sido decidida já no primeiro duelo. “Acabei perdendo muitos gols”. Após assistir à segunda partida diversas vezes, Viviane chegou à conclusão de que é melhor tomar um gol do que ficar com um jogador a menos em campo e que os 4x0 mostraram como um pequeno deslize poderia ter consequências maiores.

Seu adversário, Pedro Costa, é jogador profissional de FIFA há nove anos e já representou o Brasil em campeonatos internacionais do E-sport. “Nos primeiros minutos de jogo, ela teve a expulsão de uma peça importante da zaga do time dela e, então, consegui me sentir mais confortável na partida encontrando gols rápidos, fiz 4x0 em 22 minutos de jogo”, conta. 

Para ele, foi uma final muito difícil, decidida nos detalhes do 2º tempo.

“Viviane estava muito atenta ao jogo e foi inteligente ao fazer suas escolhas. Quando ela faz o gol, ela cresce de uma forma impressionante e foi o que ela conseguiu fazer nos minutos finais”, relata ele.

Com o segundo lugar, Pedro enxerga a derrota como uma lição nos futuros campeonatos, tendo a oportunidade de voltar melhor e corrigir os erros. “No final de tudo, a adversária é uma ótima jogadora e mereceu ganhar. Ela tem muito talento no jogo”, afirma.

Apesar de ser seu primeiro campeonato e nunca ter tentado algo profissional, a estudante de Direito joga FIFA desde 2011. “Comecei já engrenando no Ultimate Team e sofrendo demais com o estilo de jogo. Com alguns anos de prática, acabei melhorando um pouco. Desde 2019, só jogo no modo carreira e às vezes temporadas on-line”. 

Mesmo com o prêmio na mão, Viviane segue analisando seu desempenho diante dos competidores e como pode melhorar para futuras disputas. “Meu maior erro no FIFA é me acomodar com o resultado e relaxar na partida. Ao fazer isso, acabo dando mais chance para os adversários e fazendo com que eles corram atrás do placar”, assume. 

“Na hora, a gente quer ganhar de forma tranquila, mas agora, revendo a partida, eu acho mais emocionante essa reviravolta, porque todos esperavam que eu levasse uma goleada, mas fui mais esperta e usei a habilidade que conquistei durante os anos e não deixei que isso acontecesse”, comemora a campeã.

Segundo a jogadora, nas disputas, cada adversário apresentou uma forma única de jogar. “Com isso, eu quase nunca jogava com a mesma formação em todas as partidas. Ao longo do campeonato joguei na 4-2-3-1, 4-2-2-2, 4-4-2, 4-1-4-1, 4-5-1, 4-3-3, etc., sempre adaptando a minha formação ao estilo de jogo do adversário, buscando melhorar minha estratégia e dominar o adversário dentro de campo. Se no começo eu jogo mal e não consigo fazer nada, nada que uma mudança de formação não corrija isso”, conta. 

Representatividade no game

De 128 participantes inscritos, apenas três eram mulheres. “Acompanhei bastante a lista e senti uma pressão interna gigante”. Orgulhosa por representar o público feminino, Viviane diz que é necessário incentivar as meninas desde cedo, para se ter mais representatividade feminina nos campeonatos.

“Muitos pais criam essa barreira já na infância. Um menino ganha um Playstation de presente, a menina uma casa de boneca. Tive sorte de ter pais maravilhosos que nunca fizeram essa divisão”, comenta. 

Apaixonada por videogame desde nova, encontrou inspiração em sua mãe e irmã, fãs de consoles. Com apenas cinco anos, ganhou seu primeiro Playstation 2. “Eu tenho até hoje. Esse amor por jogos veio me acompanhando por todos esses anos e por todas gerações”. Segundo ela, existe uma barreira que impede a evolução de muitas mulheres gamers. 

“Muitas meninas descobrem sua paixão por jogos já na adolescência/juventude e muitas vezes acabam ficando para trás porque competem com meninos que começaram a jogar e treinar ainda criança, porque tiveram o incentivo e apoio dos pais”, diz ela.

De acordo com a Pesquisa Game Brasil (PGB), divulgada em 2020, as mulheres representam 53,8% dos jogadores ativos no país.

“Torço que nessas novas gerações, os pais apoiem e apresentem mais esse maravilhoso mundo dos jogos para suas filhas, e que seja decisão delas se elas se interessam pelo assunto ou não”, defende.

Como vencedora do primeiro Torneio E-FIFA Mackenzie, a estudante espera que sua participação inspire outras meninas a se inscreverem nos próximos campeonatos e acreditarem em seu potencial. “Fico feliz sempre que alguma menina me parabeniza e diz estar feliz com a minha vitória, e espero que nos próximos campeonatos eu possa parabenizar as futuras campeãs”, finaliza ela.