No dia 23 de junho é comemorado o Dia Internacional da Mulher na Engenharia, com o objetivo de valorizar a participação de mulheres em uma área que por muito tempo foi dominada por homens. Essa data foi estabelecida em 2014 pela Women 's Engineering Society (WES) do Reino Unido, para fortalecer ainda mais o protagonismo feminino na engenharia.
Essa data, comemorada em muitos países, é marcada por eventos e ações que destacam a importância da pluralidade e da representatividade feminina na profissão. Porém, para além das comemorações, também é um dia para que mais meninas se vejam e se interessem pela engenharia.
Embora o cenário tenha evoluído nas últimas décadas, a presença feminina na Engenharia ainda é um desafio constante. Exemplo disso são as histórias de profissionais como Silvia Maria Velazquez e Liliane Frosini, professoras da Escola de Engenharia (EE) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), que se destacaram não apenas pela competência técnica, mas também pela contribuição para um ambiente mais diverso e acessível às futuras gerações de engenheiras.
Silvia Maria Velazquez, que atua na área de energias renováveis, iniciou sua paixão pela profissão ainda na adolescência, com a costura e a música, dois mundos que a aproximam da lógica e da exatidão presentes na engenharia. Ao longo de quase 40 anos de carreira, participou de projetos inovadores, como a instalação de sistemas de energia em comunidades ribeirinhas da Amazônia. “Esses projetos levaram dignidade a quem mais precisava e ajudaram a provocar políticas públicas”, afirmou.
Sobre os desafios enfrentados por ser mulher, Silvia conta que nunca se sentiu discriminada e acredita que mostrando competência, as mulheres podem ganhar destaque e chegarem no lugar que elas quiserem.
Já Liliane Frosini, engenheira civil, teve uma vivência diferente no início da carreira. Filha de engenheiro, apaixonou-se cedo pela profissão. Mas logo na universidade já vivenciou a desigualdade na profissão. “Na minha turma de 100 alunos, éramos apenas duas mulheres. A discriminação era velada, mas presente”, explica.
Ao longo da trajetória profissional, optou por atuar na área de projetos, ambiente que, segundo ela, é menos hostil às mulheres em relação aos canteiros de obra. Liliane acredita que o avanço é visível, mas ainda há muito o que melhorar. “Casos de assédio continuam sendo tratados com leniência, e os canais de denúncia são pouco eficazes”, lamenta.
Paras as futuras gerações de engenheiras, as professoras encorajam a seguir os seus sonhos e a não se abalarem pelos desafios e dificuldades que podem surgir durante suas trajetórias. “É possível ocupar grandes cargos com inteligência, respeito e postura. E é preciso mostrar isso às novas gerações”, destaca Liliane.
Além disso, é fundamental que as alunas estudem e ampliem seus conhecimentos sempre. “Aprendam a compartilhar o sucesso, porque ninguém faz nada sozinho. Até mesmo aquela ideia que pareceu ser só sua, certamente, foi resultado de incontáveis interações entre as pessoas. O conhecimento liberta!”, finaliza Silvia.