No XI Fórum de Aprendizagem Transformadora, a UPM debateu os caminhos da educação na era da hiperconectividade

Nos dias 31 de julho e 1º de agosto, a Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), por meio do Centro de Excelência em Ensino e Aprendizagem Transformadora (CEAT), realizou a décima primeira edição do Fórum de Aprendizagem Transformadora, reunindo professores e especialistas para refletir sobre o tema “Aprender e Transformar: a educação superior na era da hiperconectividade”. 

A programação contou com palestras, workshops e um Ideathon, sendo esta uma iniciativa que instigou a comunidade acadêmica a pensar em soluções criativas para um dos grandes desafios da docência contemporânea: o uso excessivo do celular em sala de aula.

A manhã de abertura, no Auditório Ruy Barbosa, foi marcada por um ciclo de palestras que abordou desde o comportamento da Geração Z até os impactos da tecnologia na saúde e no aprendizado. O Chanceler, Rev. Robinson Grangeiro, alertou para o papel do educador como “formador de caráter” diante da crise de referências e valores entre os jovens. Já o psicólogo Prof. Dr. Cristiano Nabuco (HCFMUSP) apresentou dados sobre o vício em telas e defendeu que o professor compreenda, e não ignore, o universo digital que permeia o cotidiano estudantil. O também psicólogo Prof. Dr. Rodrigo Nejm (Instituto Alana) propôs uma reflexão sobre a qualidade do conteúdo digital consumido por alunos e educadores, defendendo o uso intencional da tecnologia para desenvolver postura crítica e discernimento. 

À tarde, o evento ofertou 11 workshops, abordando temáticas como avaliação mediadora, Design Thinking, técnicas artísticas, comunicação não violenta, inclusão, educação lúdica, Geração Z e neurodesenvolvimento intergeracional. A IA também foi abordada a partir da gamificação, do uso na pesquisa acadêmica e de seu potencial na prática docente e suas ferramentas. 

A segunda manhã do evento começou com o Ideathon “O celular na sala de aula e os desafios da docência: como retomar a atenção dos estudantes?”. Em grupos multidisciplinares, professores discutiram o desinteresse crescente em sala e propuseram estratégias pedagógicas para recuperar o engajamento dos alunos, tendo como recurso o próprio celular. 

Em seguida, no segundo ciclo de palestras, a Profa. Dra. Alison Cook-Sather (Bryn Mawr College) apresentou experiências de cocriação com estudantes, propondo que conteúdos, avaliações e bibliografias sejam construídos em diálogo para promover o engajamento e a reflexão crítica. O Prof. Dr. Oscar Jerez Yañez (Universidad de Chile) destacou a necessidade de adaptar a docência ao atual cenário da educação superior, marcado pela convergência de transformações tecnológicas, culturais e geracionais. Frente ao perfil discente imediatista, multitarefa e hiperconectado, Yañez defende que o professor seja designer e mentor de experiências significativas. 

No panorama dos debates ocorridos no segundo dia, o psicólogo Prof. Dr. Elizeu Coutinho Macedo mediou o Q&A do painel internacional e trouxe questionamentos aos palestrantes sobre os possíveis locais de promoção da cocriação, a sobrecarga de informação do aluno e o paradoxo que vivemos entre a grande quantidade de informações disponíveis e a diminuição gradativa do tempo disponível para a plena atenção entre a nova geração. 

Já em um dos últimos momentos do evento, estudantes envolvidos no Programa MackSTLR compartilharam suas experiências e aprendizados, resultantes da participação em Iniciativas de Aprendizagem Transformadora, destacando como o envolvimento nestas ações ampliou seu entendimento e sua visão crítica sobre a realidade. 

O encerramento ficou por conta do debate artístico-cultural “O campus em imagens – Cultura, arte e pertencimento, olhar do professor e olhar do aluno”, conduzido pelas professoras Dra. Carolina Vigna Prado, Dra. Fanny Grinfeld e Dra. Renata D. Balbino M. Soares. O trio apresentou registros fotográficos do campus sob ângulos fora do comum, a partir de um olhar atento e criativo.