Por um primeiro momento me senti sozinha e achei que não fosse conseguir aguentar um ano longe do meu país, mas tive a oportunidade de conhecer pessoas de diversas nacionalidades que se tornaram minha família do outro lado do oceano. Essas amizades me acompanharam em todas as etapas do meu intercâmbio e mudaram completamente minha vida.
Pontos que devem ser levados em consideração ao planejar um intercâmbio: dinheiro, visto, acomodação, idioma e cultura. Em questões de valores, apesar de a libra ser mais valorizada que o real, eu não possuía altos valores mensais e conseguia me manter com uma média de mil libras, contando alimentação e lazeres, como festas e viagens. Para o segundo ponto, o visto de estudante britânico foi extremamente tranquilo de conseguir e todo o processo foi realizado online, só que a foto presencial, porém possui um alto valor que não permite que todas as pessoas consigam obtê-lo.
A Universidade de Leeds oferece diversas opções de acomodação, dos mais diversos valores e estilos. Eu escolhi ficar em Devonshire Hall e me sentia em Hogwarts todas as vezes que voltava para a casa e, mesmo que a acomodação não fosse moderna ou possuísse alta qualidade, era a que cabia no bolso dos meus pais e superou minhas expectativas.
Eu já possuía inglês avançado antes de me mudar e a Inglaterra foi meu destino de escolha, porque eu queria ter contato apenas com o idioma para me tornar fluente e eu consegui. Ademais, aprimorei inclusive meu espanhol e iniciarei aulas de francês durante o segundo semestre de 2023. A cultura britânica é extremamente diferente da brasileira, principalmente tratando-se da comida e pessoas; eles são mais fechados, não costumam se abrir facilmente para pessoas de outras nacionalidades e não possuem a mesma variedade de alimentos que o Brasil possui. A saudade de contatos mais calorosos e comidas brasileiras é constante, porém é muito fácil se adaptar.
Para mim, a melhor parte do intercâmbio não é apenas a universidade que escolhemos ir junto com a COI, mas sim, outras oportunidades. Eu, por exemplo, morei dez meses na Inglaterra, fiquei três semanas em Genebra, na Suíça, realizando o curso de verão da Universidade de Genebra em Direito Internacional e Direito Humanitário e, ainda, fiquei um mês em Haia, na Holanda, para outro curso de verão em Direito Internacional realizado pela Academia de Haia em Direito Internacional. 
Eu vivi cada segundo do meu intercâmbio como se fosse o último: viajei para diversos países; fui membro de sociedades e do time de handball da universidade; joguei campeonatos; aprendi a me virar sozinha; fui ao show do meu artista favorito; me apaixonei; estudei com professores renomados mundialmente; e fiz amizades que levarei para sempre em minha vida.
Realizar o programa de mobilidade acadêmica junto com o Mackenzie foi uma das melhores escolhas que tive durante a faculdade. Eu escolhi estudar na Inglaterra, mais especificadamente na Universidade de Leeds, e cada desafio imposto para mim durante esse um ano me fez crescer como estudante e pessoa. Hoje, volto para a universidade com outras ideias e novos planos para meu futuro – planos estes que nunca passaram pela minha cabeça enquanto estava no Brasil. Trouxe comigo aprendizados e memórias inesquecíveis, percebi que meu coração já não cabe mais apenas no Brasil e aguardo ansiosamente o momento de voltar, porque o mundo é muito pequeno para nos delimitarmos em fronteiras.

 

Compartilhe nas Redes Sociais