Mackenzie participa de programa para hospedar pesquisadores estrangeiros

Universidade é a primeira instituição de um país em desenvolvimento a ser capacitada para este tipo de recepção

17.09.201909h00 Comunicação - Marketing Mackenzie

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Mackenzie participa de programa para hospedar pesquisadores estrangeiros

Como parte da proposta de internacionalização da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), o Centro de Rádio Astronomia e Astrofísica Mackenzie (CRAAM) foi o primeiro centro de uma instituição de um país fora do mundo desenvolvido a entrar na lista de universidades autorizadas a receber pesquisadores estrangeiros no programa de intercâmbio do Scientific Committee on Solar Terrestrial Physics (SCOSTEP, Comitê Científico em Física Solar e Terrestre). 

Esse programa leva físicos e astrônomos de diversos países para instituições de excelência em países desenvolvidos. Nos últimos três anos, o coordenador do CRAAM, professor Jean-Pierre Raulin pleiteou a ampliação de países que poderiam receber pesquisadores. Em 2018, o SCOSTEP aprovou a medida. 

“O CRAAM tem uma visibilidade no exterior muito grande. Eu sempre achei um absurdo que não estivéssemos nos grupos de excelência”, afirmou o coordenador. O Mackenzie foi a primeira instituição do mundo em desenvolvimento a ser aceita como receptora da SCOSTEP e a única do Brasil a receber pesquisadores estrangeiros pelo programa. Para manter o estudante no intercâmbio, a SCOSTEP é responsável por bancar a passagem, enquanto a universidade hospedeira auxilia com a estadia. 

Além da visibilidade e o conceito do CRAAM aumentarem, Raulin avalia que os estudos desenvolvidos colaboram com o centro de pesquisa. "É uma oportunidade muito grande de expansão de redes de contribuição e de estudos. Além do produto científico, que contaria com a participação do Mackenzie", avalia.  

Entre julho e setembro de 2019, o Mackenzie recebeu dois pesquisadores: Francisco Tapia Vasquez, do México, e Victor Nwakwo, da Nigéria. Ambos desenvolviam pesquisas em seus países de origem e vieram para o Brasil em busca de dados que dessem embasamento para os estudos. Os dois permaneceram cerca de um mês em solo brasileiro.

“A minha pesquisa prévia precisava de dados que não estavam incluídos. Quando vim para cá, consegui parâmetros da atmosfera que foram muito importantes, que são necessários para checar esses fenômenos que eu estudo”, contou o pesquisador nigeriano. 

Victor Nwakwo estuda os efeitos de tempestades solares na atmosfera terrestre, especificamente em uma região chamada de ionosfera, utilizando radiofrequência. “No Brasil, existem receptores de frequências de rádio muito baixas. Eu estou incluindo esses dados nos meus estudos. Eles confirmam o que eu estudei e ainda abriram novas e interessantes descobertas”, concluiu.

Já o mexicano pesquisa as diferentes fases solares, o que permite compreender alguns fenômenos ocorridos no gigante luminoso, como as explosões solares. Os estudos dele permitem aplicação em outras estrelas do espaço. Para chegar aos dados, Francisco Vasquez utilizou os telescópios do CRAAM. “Quando comecei a pesquisar, somente no Brasil tinham esses equipamentos”, declarou.

Após o fim do período do intercâmbio, os pesquisadores retornam aos países de origem, onde concluem as suas teses.