
13.11.2025 Pesquisa e Inovação
O Centro Mackenzie de Liberdade Econômica (MackLiber), associado ao Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), divulgou a edição 2025 do Índice Mackenzie de Liberdade Econômica Estadual (IMLEE), estudo que mensura o grau de liberdade econômica nas unidades da federação com base em dados de 2023. Após forte deterioração entre 2020 e 2022, o novo relatório revela melhora parcial no ambiente econômico estadual, embora o país permaneça em patamar historicamente baixo quando comparado ao cenário internacional.
O IMLEE avalia três dimensões de liberdade econômica: 1) Gastos dos governos subnacionais, 2) Tributação e 3) Regulação no mercado de trabalho. A média nacional registrou avanço em 2023, liderada por estados como São Paulo, Goiás e Espírito Santo. Entretanto, a maior parte das unidades federativas ainda opera sob condições institucionais pouco favoráveis ao empreendedorismo.
A Dimensão 2 (Tributação) foi novamente o indicador de pior desempenho, com notas sistematicamente baixas em todo o país. Na escala de zero a dez, a maioria dos estados obteve pontuações reduzidas, mostrando que a carga tributária — especialmente sobre renda, patrimônio e consumo — permanece como o principal entrave à liberdade econômica e à competitividade regional.
Já as dimensões de Gastos dos governos e Regulação do mercado de trabalho apresentaram melhor desempenho relativo, embora ainda com desafios. O peso elevado do salário-mínimo e a participação expressiva do emprego público seguem limitando a flexibilidade do mercado de trabalho em parte das UF. Por outro lado, indicadores como densidade sindical mostraram menor influência negativa.
Em termos de evolução temporal, o IMLEE 2025 mostra que a maioria dos estados apresentou crescimento expressivo no índice de 2022 para 2023, com destaque para Pernambuco, Bahia e Paraíba, que registraram aumentos superiores a 30%. Roraima foi o único estado a apresentar queda. Apesar da recuperação, as perdas acumuladas no período pós-pandemia ainda não foram plenamente revertidas.
O relatório reforça que o IMLEE não avalia apenas o desempenho dos governos estaduais, mas o conjunto da jurisdição estadual, incluindo decisões dos municípios e influências do governo federal. Dessa forma, avanços e retrocessos no ranking refletem o esforço combinado dos diferentes níveis de governo.
No contexto internacional, o Brasil permanece em posição desfavorável. De acordo com o relatório Economic Freedom of the World 2025, o país ocupa a 85ª colocação, com nota 6,57, o que evidencia que mesmo as melhores unidades da federação operam em ambiente institucional moderado, quando comparado à média mundial.
“A liberdade econômica é vital para criar empregos, atrair investimentos e melhorar o bem-estar da população. A edição 2025 do IMLEE mostra que houve progressos importantes em algumas regiões, mas que ainda enfrentamos barreiras estruturais, principalmente no campo tributário”, destaca o Coordenador do Centro Mackenzie de Liberdade Econômica, professor Vladimir Fernandes Maciel.




