Estudantes mackenzistas criam couro ecológico a partir de resíduos de alimentos

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Batizado de ECOrium, projeto foi desenvolvido no Colégio de Brasília

27.08.2025 Pesquisa e Inovação


Os estudantes Augustus, Miguel e Maria Paula, do Colégio Presbiteriano Mackenzie Brasília (CPMB), uniram ciência e criatividade para desenvolver um material inovador e amigo do meio ambiente: o ECOrium. A proposta surgiu durante a ExpoMack, uma feira de ciências da própria instituição, e utiliza resíduos de alimentos como cascas de frutas, pó de café e erva-mate para criar um couro sintético sustentável, acessível e de múltiplas aplicações.

A ideia nasceu de uma pergunta simples: como reutilizar os descartes de alimentos do dia a dia? “Os alunos descobriram que esses resíduos poderiam ser incorporados à produção de couros sintéticos, aproveitando as fibras naturais para fortalecer o polímero de base. Isso abriu caminho para o desenvolvimento do ECOrium”, explica o professor do CPMB e orientador do projeto, Carlos Eduardo Oliveira. 

Entre os resíduos utilizados estão casca de banana, casca de cítricos, casca de coco, pó de café e erva-mate. Todos escolhidos por sua alta disponibilidade e pela presença de fibras que fortalecem o material final. O processo de produção, segundo o docente, é de fácil execução: “primeiro é preparado um polímero de base feito a partir de um gelificante natural, água e aditivos. Em seguida, são incorporados os resíduos orgânicos, como pó de café e cascas de frutas. Depois de seco, o material ganha textura e resistência semelhantes às do couro tradicional, podendo até reproduzir diferentes padrões e relevos”.

O ECOrium já demonstrou potencial para uso em diferentes setores, como moda, design de interiores e indústria automotiva. Na ExpoMack, os alunos apresentaram até mesmo um protótipo de chinelo produzido com o biomaterial. Apesar de ainda não contar com empresas parceiras, o grupo busca apoio de investidores e indústrias interessadas em expandir a pesquisa para a escala industrial. O custo estimado de produção é de cerca de R$ 27,00 por metro quadrado, bem abaixo do couro tradicional, que pode variar entre R$ 75,00 e R$ 100,00.

Atualmente, os jovens pesquisadores planejam seguir com o desenvolvimento do projeto na universidade, incluindo o estudo de patentes e melhorias nos métodos de produção. “Nosso objetivo é ir além do reconhecimento acadêmico e contribuir de forma concreta para a inovação científica e para a sustentabilidade”, destacam os estudantes.