
17.09.2025 Universidade
O Mestrado Profissional em Economia e Mercados da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) e o Centro Mackenzie de Liberdade Econômica (Mackliber) promoveram, no dia 11 de setembro, o webinário Corrupção em Debate – 2025, que reuniu especialistas de diferentes áreas para analisar as origens, os desdobramentos e os desafios atuais no enfrentamento da corrupção no Brasil.
Participaram do encontro o professor Marcos Fernandes Gonçalves (FGV/EASP), o economista e professor Bruno Carazza, o historiador e comentarista político Marco Antonio Villa e o procurador de Justiça Roberto Livianu, presidente do Instituto Não Aceito Corrupção. A mediação ficou a cargo dos professores Rodrigo Prando, Roberta Muramatsu e Paulo Rogério Scarano.
O historiador Marco Antonio Villa fez um resgate histórico da corrupção no Brasil, apontando que o problema remonta à Primeira República. Ele lembrou, por exemplo, que já no governo Deodoro da Fonseca havia denúncias de falsificação de atas do governo provisório e escândalos ligados ao Encilhamento. Para Villa, essa é uma evidência de que a corrupção está presente desde a gênese do regime republicano.
Ao longo da fala, Villa também citou figuras que marcaram a política nacional, como o ex-governador de São Paulo Ademar de Barros. Segundo ele, a expressão “rouba, mas faz”, associada a Ademar, sintetiza a naturalização da corrupção na vida pública brasileira.
O palestrante relembrou ainda os escândalos do mensalão e do petrolão. Para ele, o primeiro poderia ter servido como um freio, mas não foi suficiente para impedir práticas posteriores ainda mais graves. “Logo depois, tivemos escândalos ainda maiores, como o petrolão. Isso mostra que os mecanismos de controle previstos pela Constituição de 1988 fracassaram diante da captura do Estado por interesses corporativos e privilegiados”, avaliou.
Villa concluiu destacando que, embora a chamada Constituição Cidadã tenha trazido avanços democráticos, não conseguiu se firmar como um instrumento eficaz contra o desvio de recursos públicos, “trouxe avanços, mas não conseguiu se firmar como anteparo eficaz contra a razia ao erário público”.
O webinário, ao reunir diferentes perspectivas da Economia, do Direito, da História e da mídia, reforçou a ideia de que enfrentar a corrupção no Brasil exige tanto mudanças institucionais quanto maior engajamento da sociedade civil.








