
26.11.2025
Sente desânimo para vir trabalhar? Têm a sensação que os dias de folga parecem ser insuficientes? Pequenas coisas estão te irritando mais do que o normal? Seu rendimento caiu e a inspiração sumiu? Algumas dores e problemas físicos começaram a aparecer? Cuidado! Você pode estar sofrendo de burnout.
A síndrome, também chamada de esgotamento profissional, é um distúrbio emocional que se manifesta através da exaustão extrema, estresse e esgotamento físico. Sua principal causa é o excesso de trabalho. No entanto, o burnout também pode aparecer no ambiente acadêmico, por conta de estudos e provas, como no ambiente doméstico, quando há sobrecarga de obrigações ou a ausência de apoio adequado.
Outros cenários também podem ocasionar a síndrome, como: pressão por resultados, falta de reconhecimento, clima organizacional tóxico, acúmulo de funções, assédio moral e dificuldade de relacionamento dentro da empresa.
A psicóloga especializada na área do trabalho, Jamille Cavalcanti, cita que é comum confundirem estresse com burnout, para isso, alerta para as diferenças. “O estresse é uma resposta de adequação do corpo a uma situação de demanda ou de pressão. Não necessariamente é ruim. Burnout é a falta de energia, falta de motivação, falta de sentido.”
As áreas que mais sofrem com a síndrome são: saúde (médicos de UTI e de emergência, enfermeiros e psicólogos), educação (professores), segurança pública (policiais e agentes penitenciários), profissões voltadas para atendimento ao público e atendentes de Call Center. Outras áreas bastante afetadas são as de advogados, jornalistas, profissionais de TI e assistentes sociais, que costumam trabalhar sob pressão e com múltiplas tarefas.
De acordo com a especialista, “O diagnóstico é clínico e é feito por um psicólogo ou psiquiatra, mediante uma avaliação detalhada do paciente. Não existe um exame que "acuse" o burnout. A descoberta se baseia na análise dos sintomas e na ligação direta do indivíduo com o trabalho.”
É possível prevenir a síndrome, especialmente quando se adquire uma consciência maior de si mesmo. Isto acontece quando o indivíduo passa a ter mais conhecimento sobre seus sentimentos, limites, possibilidades e emoções. Neste caso, ele também passa a ter a condição de dizer não para as situações de maior pressão. Então, ter a consciência de si e o reconhecimento das respostas emocionais, é a melhor alternativa que se tem para lidar ou evitar o burnout.
Uma vez diagnosticada, a pessoa necessita de afastamento de suas atividades. Se ela estiver passando por um momento de luto, de perda extrema ou de alguma situação muito demandante, será necessário um acolhimento, tratamento psicológico e, em alguns casos, de acompanhamento psiquiátrico.
Jamille Cavalcanti faz um alerta para as empresas: “O empregador precisa evitar ao máximo tal situação. Agora já existe uma nova lei, a NR-1, que busca adotar regras para prevenir riscos psicossociais nos indivíduos. A partir dela o Estado vai fiscalizar para medir tais riscos que os funcionários possam estar correndo em função do estresse extremo e do assédio moral que pode vir de uma má gestão.”
Além da conscientização e do acompanhamento profissional, a adoção de hábitos saudáveis e o ajuste na rotina são fundamentais para prevenir e tratar a Síndrome. O Burnout é um problema sério, mas com o diagnóstico precoce e as medidas preventivas adequadas, é possível recuperar a saúde mental, o bem-estar e o prazer nas atividades diárias. Lembre-se: cuidar de si mesmo é o primeiro passo para uma vida profissional e pessoal mais saudável e satisfatória.






