Pesquisa em Debate: resgatando a história de Esther de Figueiredo Ferraz

Evento abordou trajetória da primeira reitora da Universidade Mackenzie  

25.03.202416h43 Comunicação - Marketing Mackenzie

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Pesquisa em Debate: resgatando a história de Esther de Figueiredo Ferraz

Na última quinta-feira, 21 de março, ocorreu mais uma edição do Pesquisa em Debate, evento promovido pelo Centro Histórico Cultural Mackenzie (CHCM) em parceria com a Chancelaria Mackenzie. A palestra, intitulada Liderança Feminina no Brasil: trajetória de vida de Esther de Figueiredo Ferraz, foi ministrada pela egressa de Jornalismo e mestra em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), Louise Diório.  

De acordo com Diório, falar sobre Esther de Figueiredo Ferraz é muito importante devido sua contribuição significativa, e pouco memorada, à história do Brasil. “Não existia até então um trabalho compilado da trajetória de vida dela. Agora temos minha pesquisa. Uma figura como Esther representa as mulheres muito bem”, disse a pesquisadora, que também destacou que existem muitas mulheres importantes na história do Brasil e que são pouco estudadas.   

Ao longo do evento, Diório explicou que a pesquisa teve início durante o trabalho de conclusão de curso em Jornalismo no Mackenzie. Inicialmente, ela planejava estudar a história da Professora Mary Anne Chamberlain, fundadora da Escola Americana. No entanto, percebeu que o material disponível seria limitado, por se tratar de uma mulher do século XIX. Esse empecilho direcionou sua pesquisa para Esther Figueiredo Ferraz, uma mulher do século XX com ampla documentação, que publicou muitos livros e teve relação com a mídia.  

Ao destacar a relevância de Esther em sua época, Diório ressaltou sua coragem e determinação em enfrentar desafios e abrir caminhos para as mulheres. "Ela teve um impacto muito grande porque conseguiu ser pioneira em várias áreas diferentes, todas voltadas para a educação", afirmou.  

Em 1948, Esther Figueiredo de Ferraz tornou-se a primeira mulher a ser professora na Universidade de São Paulo (USP), após enfrentar a recusa de sua participação no concurso devido ao seu gênero. Uma vez conquistado seu lugar, assumiu a docência em direito penal, abrindo caminho para outras mulheres.    

Segundo Diório, Esther também foi a primeira mulher a ocupar uma cadeira na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Na década de 60, ela fez história da UPM, tornando-se a primeira mulher a assumir a reitoria e, no mesmo período, atuou como professora de Direito na instituição. Sua trajetória também foi marcada ao assumir o Ministério da Educação, tornando-se a primeira mulher a ocupar o cargo no Brasil.  

Durante a palestra, Diório compartilhou ter sido presenteada pela família de Esther, com um acervo pessoal com materiais relacionados à sua história. Futuramente, a pesquisadora pretende disponibilizar ao CHCM, após o lançamento da segunda edição de seu livro.