O Colégio Presbiteriano Mackenzie (CPM) São Paulo criou o Projeto de Interesse, voltado para alunos de três a cinco anos de idade da Educação Infantil, no qual são incentivados a expressar suas curiosidades por diferentes temas em sala de aula com a mediação do professor. 

A escolha do tema, de acordo com a orientadora pedagógica do CPM São Paulo, Carolina Marcouizos Guimarães, parte, geralmente, de uma pergunta norteadora que algum aluno traz, de forma espontânea, durante a roda de conversa, como por exemplo “por que esse passarinho vem na escola todo dia?” ou “por que a lâmpada está piscando?”. O projeto, portanto, parte da própria curiosidade da criança, uma das características mais marcantes da infância.

“É uma forma de ouvir e considerar as ideias das crianças, partindo de alguma curiosidade delas para investigar, observar, registrar e aprender. Os alunos são expostos a uma diversidade de estímulos, pesquisas e investigação acerca do tema escolhido, isso acontece por meio de rodas de conversa, pesquisas na biblioteca, partilha de hipóteses e registro de diferentes maneiras”, conta a professora Carolina Guimarães. 

A duração do projeto varia de acordo com o interesse dos pequenos ou até o momento em que conseguirem respostas para suas dúvidas. Segundo a professora Carolina, há projetos que duram duas semanas e projetos que duram meses. “A possibilidade de trabalhar com temas que partem da curiosidade deles é profundamente rica para o aprendizado de crianças pequenas e para fazê-las avançar em seu conhecimento de mundo”, afirma Carolina. 

O professor é responsável pelo planejamento de cada etapa do projeto, sempre partindo da pergunta norteadora e considerando as hipóteses dos alunos, e cria estratégias para explorar o assunto de diferentes formas, mas priorizando a pesquisa e a experiência, já que a faixa etária de três a cinco anos precisa aprender de maneira concreta. “Desta forma, o professor está tão envolvido quanto as crianças no estudo do tema”, aponta a orientadora pedagógica. 

Um projeto que ganhou destaque foi o Pipocando Ideias, desenvolvido pela professora Janaína Ferraria com os alunos de cinco anos. “A professora informou aos alunos que iria trazer o milho e uma máquina de fazer pipoca. As crianças ficaram entusiasmadas ao saber que fariam pipoca e logo começaram a levantar as mãos e fazer perguntas. A partir daí, um simples momento de partilha de lanche virou um projeto enorme”, detalha Carolina.

As etapas seguintes do Pipocando Ideias foram a construção de uma barraca para vender pipoca, confecção de um dinheiro fictício para incentivar a matemática durante a brincadeira, acompanhamento do processo de transformação do milho em pipoca, contação de história do livro “Pedroca, professora de pipoca”, plantação de milho na horta do Colégio e, posteriormente, elaboração e degustação de receitas utilizando o alimento. O fechamento do projeto foi uma festa do milho, um momento de socialização para as crianças.