Vinheta: 70 anos da UPM

Reitor Marco Tullio Vasconcelos e os pró-reitores da UPM

Título: Transformações no tempo

UPM celebra 70 anos unindo passado e futuro; lideranças da universidade comentam os principais frutos de sete décadas de atividade

Fotos: NTAI/Mackenzie

A semente da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) foi plantada em fins do século XIX, com a criação da Escola de Engenharia. Nas décadas seguintes, novos cursos e faculdades foram criados — como Filosofia, Arquitetura e Ciências Econômicas. Pouco a pouco, esse movimento deu corpo a uma estrutura universitária, com atuação em diversos campos do conhecimento. Essa configuração foi reconhecida pelo governo federal em 1952, com o Decreto Federal n. 30.511, assinado pelo presidente Getúlio Vargas. Em 16 de abril de 1952, a Universidade Mackenzie foi oficialmente criada. Setenta anos depois, professores, funcionários, gestores e alunos da UPM, atualmente com três campi — Higienópolis, Campinas e Alphaville —, comemoram a efeméride de seu nascimento com cerimônias, comemorações e muitas lembranças boas.

O reitor da UPM, Marco Tullio de Castro de Vasconcelos, comentou em entrevista ao portal da Instituição os principais marcos a serem destacados na data. À frente da reitoria desde 2020, o professor Marco Tullio assumiu o cargo pouco antes do início da pandemia. Vice-reitor desde 2016, ele se viu em uma conjuntura desafiadora, que só pôde ser enfrentada graças ao trabalho em equipe e à construção de novas soluções. “Eu posso dizer que passei algumas noites sem dormir, sem saber se uma decisão tomada ou que estava por ser tomada era a melhor. Apesar de reuniões, de ouvir, de coletar informações de forma exaustiva, sempre fica um questionamento: será que esse é o melhor caminho?”, contou.

Reitor Marco Tullio de Castro Vasconcelos

O ensino remoto foi aplicado ainda no início da emergência sanitária, e a resiliência e a colaboração da comunidade universitária foram decisivas para seu sucesso. “Nós descobrimos valores, pessoas que se mostraram resilientes e outras que já tinham uma carga de tecnologia e aprendizado digital que colocaram à disposição. Lembro que, no início da pandemia, nós já tínhamos os craques, o ‘Pelé e o Garrincha’ do Moodle e da aula virtual, e eles foram essenciais para fazer com que outros evoluíssem nesses quesitos, compartilhando conhecimento”, disse o reitor. Nessa nova dinâmica de ensino e aprendizagem, professores mais jovens ajudaram os mais velhos a lidar com as novas ferramentas de tecnologia, e os alunos, por sua vez, manifestaram apoio e compreensão com os mestres. “É uma união de força e experiência. A capacidade de superação, de dizer que nós temos condição de superar os desafios impostos pelo ambiente, antevistos ou não. E é preciso enaltecer a compreensão dos nossos estudantes. Eles também ajudaram professores a superar as dificuldades, tiveram paciência e compreensão com a situação vivida”, completou o reitor.

Compromisso coletivo

As experiências das áreas de gestão, ensino, pesquisa e extensão com a pandemia demonstraram por que a UPM chegou aos 70 anos de existência em pleno vigor. “As contribuições do Mackenzie são muito mais antigas, antecederam sua organização como universidade. O fato de ela ter esse status e até hoje preservá-lo, considerando que algumas instituições nasceram e morreram nesse período, é um momento histórico e motivo de celebração nesse aniversário de 70 anos”, acredita o reitor. “É só observar a contribuição da Universidade ao estado de São Paulo, seja pelos seus arquitetos, engenheiros, educadores. Ou no mundo do Direito, com desembargadores, juízes, delegados e ministros, inclusive nossos professores, que são grandes figuras em diversas áreas”, completou.

Dizer que o Mackenzie é uma universidade significa destacar sua atuação no tripé formado por ensino, pesquisa e extensão. Essa característica, segundo o reitor, coloca a Instituição em local de destaque em São Paulo e no Brasil. “O fato de ser uma universidade, por si só, já fala sobre o que ela é: uma instituição que, além de procurar fazer sempre um ensino de excelência, se dedica à pesquisa em suas variadas formas, bem como ao desenvolvimento de seus estudantes, oferecendo uma extensão relevante na sociedade. Quando participamos de encontros com secretários municipais e estaduais, representantes do governo federal, civis, militares, empresas nacionais e estrangeiras, percebemos uma admiração pelo Mackenzie”, disse.

As atividades de pesquisa e extensão ajudam a diminuir a distância que muitos acreditam existir entre a universidade e a sociedade. Segundo Marco Tullio, a missão universitária se encontra com a confessionalidade e a filantropia, outras marcas do Mackenzie. “O Mackenzie Pra Você, voltado para quem vem de escola pública e que não pode pagar a mensalidade de forma integral, é uma oportunidade que estamos dando às pessoas, e temos que apoiar a permanência desses estudantes. Para mim, cada cadeira vazia dentro da sala de aula é uma vida abençoada a menos. Se somos uma instituição cristã, queremos abençoar o maior número de pessoas possível”, afirmou. “Ao final do meu mandato, gostaria de ver as pessoas comentando que a UPM é uma instituição que se preocupa com quem trabalha, com o lado humano, com o estudante, com a trajetória deles. De fato, tenho esse sentimento de que Deus tem colocado no meu coração esse lado humano e social”, acrescentou.

Para o reitor, o mundo pós-pandemia exigirá instituições e pessoas mais atentas ao mundo à sua volta. E a UPM, naturalmente, não pode ficar de fora desse movimento. “Tenho uma preocupação social muito grande. Incomoda-me muito a situação de pobreza, violência, exclusão, e uma universidade não pode estar na sociedade e fechar os olhos a tudo isso”, contou.

Ele acredita que o compromisso com a coletividade só pode ser exercido por uma instituição coesa e afirma que manter a fidelidade e a coerência com os princípios éticos do Mackenzie é o compromisso da reitoria no aniversário de 70 anos da Instituição. “Três coisas com as quais me preocupo em minha gestão são a manutenção da Universidade bem administrada, atingindo seus objetivos, sem gastar recursos à toa; a busca pelos melhores resultados acadêmicos, ou seja, a UPM nas melhores posições dos rankings mais expressivos; e, por último, o aspecto de viver aquilo que pregamos. Por ser uma instituição confessional, filantrópica e comunitária, em que lidamos com pessoas com vulnerabilidade social, temos que viver esses compromissos de maneira íntegra. Não podemos discursar sem praticar”, definiu.

Ao comemorar os 70 anos da UPM, o reitor recordou o papel de seus antecessores e colegas do corpo diretivo no sucesso da celebração. “A contribuição dos 70 anos é de todos e nesses dois últimos anos como reitor fui apoiado por diversas pessoas. Não posso deixar de agradecer à Igreja Presbiteriana do Brasil, aos antigos presidentes do IPM, ao atual presidente, Milton Flávio Moura, ao chanceler Robinson Grangeiro e ao Conselho Deliberativo do Mackenzie. Tenho recebido palavras de ânimo, sugestões e cobranças também. Minha palavra é gratidão”, destacou.

Conselho Universitário e culto presbiteriano celebram 70 anos da UPM

No dia 11 de março, o Conselho Universitário (CONSU) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) se reuniu no campus Higienópolis para celebrar 70 anos da primeira reunião do CONSU, que firmou a fundação da UPM. O encontro contou com a participação dos membros do conselho e com a presença de autoridades mackenzistas.

Presente no evento, o chanceler do Mackenzie, reverendo Robinson Grangeiro, realizou uma devocional sobre a importância de se trabalhar em equipe, com a partilha de funções, visando ao crescimento de algo maior. “Essa instituição não seria o que é hoje se várias pessoas não tivessem se ligado aos líderes da Universidade. Não é bom quando um só faz tudo. É presbiteriano fazendo o trabalho de forma coletiva”, declarou o chanceler.

O presidente do Conselho Deliberativo do Instituto Presbiteriano Mackenzie (IPM), reverendo Cid Caldas, celebrou a reunião em uma data tão significativa. “É um dia histórico pelo valor do que nossos antepassados ergueram em nossa instituição. É uma magnífica história construída, somos herdeiros de excelência, de tradição e inovação. Mas também somos herdeiros de uma cosmovisão que considera as ciências divinas e as ciências humanas”, afirmou o pastor, participando de forma on-line.

Já o presidente do IPM, Milton Flávio Moura, que também estava participando remotamente, desejou que a UPM siga contribuindo com melhorias na sociedade brasileira. “Vamos contribuir para nosso país, estado e cidade. Queremos continuar oferecendo o que sempre oferecemos desde o início de nossa história, com aquilo que marcou a tradição dessa instituição até hoje. Queremos olhar para o começo e continuar trabalhando para o bem do nosso povo e da nossa instituição”, celebrou.

A data escolhida rememora o dia 11 de março de 1952, quando o Conselho Universitário realizou sua primeira reunião, presidida por Henrique Pegado, primeiro reitor da UPM. No encontro de 2022, foi lida a ata daquele encontro histórico, com a entrega do livro de atas para que o chanceler o levasse para o Centro Histórico e Cultural Mackenzie (CHCM). “Quando lemos a ata daquela sessão, a primeira com a posse do novo reitor, com as pessoas que foram eleitas, conhecemos a história. Podemos olhar para trás e ver uma trajetória belíssima da instituição Mackenzie em 70 anos como universidade”, resumiu o reitor da UPM.

Fazem parte do CONSU, além do reitor e do chanceler, os pró-reitores, os diretores da Unidades Acadêmicas, os representantes da comunidade e os docentes representantes das Congregações das Unidades Acadêmicas. Na reunião também estiveram presentes os membros do Conselho Deliberativo do Mackenzie, Mauricio Melo de Meneses e Nehemias Curvelo Pereira; o pró-reitor de Controle Acadêmico, Wallace Tesch Sabaini; o pró-reitor de Extensão e Cultura, Cleverson Pereira de Almeida; a pró-reitora de Graduação, Janette Brunstein; o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Felipe Chiarello de Souza Pinto; e pró-reitor de Planejamento e Administração, Luiz Carlos Lemos Júnior.

Um mês depois, em 12 de abril, a fundação da UPM foi lembrada em um culto, realizado no auditório Ruy Barbosa, no campus Higienópolis. A pregação ficou por conta do presidente do Conselho de Curadores do IPM, reverendo Juarez Marcondes Filho.

O reverendo Cid Caldas celebrou que a UPM jamais deixou de lado sua tradição sem deixar de se preocupar com a inovação. “Celebrar hoje e dar graças a Deus por 70 anos de vida é olhar para trás e reconhecer ‘Ebenézer’, até aqui nos ajudou o Senhor. A boa mão do Senhor esteve, está e continuará presente sobre a UPM”, afirmou.

Milton Flávio lembrou-se das pessoas que tornam o Mackenzie tão único. “Eu quero parabenizar a nossa reitoria, os professores, os coordenadores e todos aqueles que servem aos nossos alunos e que fazem que o Mackenzie seja o que é”, declarou.

Já o reverendo Robinson Grangeiro afirmou que a fórmula para o reconhecimento da qualidade do ensino da UPM é pensar em inovação, sem se esquecer de métodos que sempre dão resultado. “Hoje, o ensino superior tem desafios diferentes de 70 anos atrás, mas as coisas que absolutamente são prova de que, uma vez repetidas como hábitos, como programas, como políticas permanentes, sempre darão os melhores resultados”, disse.

O reitor da UPM disse estar muito honrado por estar à frente da Instituição em uma data tão simbólica e relembrou que são poucas as organizações que chegam a essa idade. “Muitos projetos começam e não conseguem progredir e hoje nós estamos aqui com 70 anos de organização. Apesar de nosso trabalho, confiamos que Deus está à frente de tudo, Ele põe a mão sobre a gente e nos faz prosperar”, afirmou.

Além das autoridades mencionadas, estiveram presentes na celebração o vice-presidente do Conselho de Curadores, Renato Laranjo, e o secretário municipal de Assistência e Desenvolvimento Social de São Paulo, Carlos Bezerra Júnior.

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