Milton Flávio Moura, presidente do Instituto Presbiteriano Mackenzie.
Foto: NTAI/Mackenzie
Em meus dois últimos artigos aqui na Revista Mackenzie, viemos conversando a respeito das linhas básicas da estratégia de gestão do Instituto Presbiteriano Mackenzie (IPM), identificada pela sigla CDR – Confessionalidade, Desenvolvimento e Resultado. Na edição passada, falamos a respeito da confessionalidade. Reforçamos o papel da fé cristã reformada em nosso dia a dia, sobretudo do modo presbiteriano de encarar a vida e o trabalho. Hoje, falaremos sobre o segundo desses pilares: o Desenvolvimento.
Desenvolver está entre os verbos definidores da vida — e não só da humana. Todos os seres foram criados por Deus e iniciam sua trajetória sobre a terra de forma embrionária, com uma configuração muito diferente da que virão a assumir no futuro. Sementes germinam sob a terra, animais e seres humanos começam a existir como um conjunto microscópico de células. Uma célula dá origem a outras, que se dividem em tantas outras, e assim a vida se desenvolve. A jornada de todo ser vivo é uma série de desenvolvimentos. Para os humanos, temos marcas como ficar sentado, engatinhar, ficar de pé e andar. Ou primeiro prestar atenção à fala de nossos pais e familiares para depois balbuciar os primeiros sons e, finalmente, falar. A semente que um dia existia escondida das vistas de todos cresce em direção aos céus e dá seus próprios frutos. A trajetória do mundo é marcada por pequenos e grandes desenvolvimentos, e eles nunca cessam de ocorrer. Esta é a bênção da vida como a conhecemos.
O IPM funciona de maneira semelhante. Por quê? Acreditamos que, ainda que priorizemos a excelência em todas as atividades e alcancemos importantes reconhecimentos pelo trabalho bem realizado, não podemos de forma alguma acreditar que chegamos a um limite. Tal limite só poderia existir se dominássemos completamente o tempo. Este, no entanto, pertence a Deus. Nosso papel é pensar no amanhã, na expectativa de que o Senhor é por nós e cabe a nós viver e trabalhar. Por isso, procuramos sempre a próxima etapa, o passo seguinte em nossa caminhada. O que pode contribuir com a comunidade e a sociedade, e que ainda não realizamos? Essa pergunta nos motiva todos os dias de labor. E, se pensamos no amanhã, é porque temos esperança de que ele será o cumprimento da “boa, agradável e perfeita vontade de Deus”. Soluções serão encontradas para os problemas correntes. Em nossas salas de aula, alunos aprenderão o que ontem não sabiam. Nos laboratórios, novas descobertas serão feitas. Em nossos hospitais, pessoas serão cuidadas. A vida vai se (D)esenvolver, enfim.
Muitas vezes, as pessoas têm medo de se desenvolver, porque esse desafio pode aparecer sob a forma da mudança. Desse modo, gostaria de evocar aqui o Salmo 128, onde se diz “Bem-aventurado aquele que teme e anda, pois do trabalho das tuas mãos comerás e tudo te irá bem”. Devemos crer que Deus está conosco nesta caminhada, pois Ele próprio é a luz que propicia a comunhão, marca desta instituição. Desenvolvimento tampouco significa mudar radicalmente, a ponto de deixar de lado a nossa essência — muito pelo contrário. O Mackenzie se desenvolve sendo o Mackenzie. Seguimos em frente justamente por sermos fiéis à nossa história, à nossa cultura e aos ideais de nossa origem. Nossa expansão para outras cidades do Brasil e a projeção de nossos inúmeros serviços, para dar apenas dois exemplos de nossas iniciativas recentes, demonstram que o ingrediente crucial desse caminho de crescimento é a fidelidade à sua origem de sermos o Mackenzie de sempre. A essência permanece e se fortalece conforme avançamos em nossas atividades e empreendimentos. Queremos levar o Mackenzie além e toda glória será do nosso Deus!
A responsabilidade é outro importante ingrediente desse nosso desenvolvimento. Não existem planos sem responsabilidade — pelo que somos e seremos, pelo que fazemos hoje e esperamos fazer amanhã. Ao traçarmos os próximos passos de nossa instituição, assumimos a responsabilidade por tais passos, objetivos e expectativas. Em se tratando de uma instituição da nossa dimensão, tal responsabilidade é distribuída entre milhares de pessoas. Todos nós, que fazemos o Mackenzie existir dia após dia, carregamos juntos o compromisso de concretizar tantos projetos, cada um em sua área, com seus atores, desafios e oportunidades particulares, unidos pela vocação de educarmos e cuidarmos. O enriquecimento de sonhos tão amplos quanto os nossos só existe com a comunhão presente e compartilhada por cada um de nós. Por isso, se o pilar Desenvolvimento faz parte da nossa gestão, é porque contamos uns com os outros e acreditamos em um amanhã sob a luz, pois, “se, porém, andarmos na luz, como Ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros...” e assim perseveraremos no caminho, teremos experiências sem precedentes e, por fim, a esperança de termos realizado tudo para um Mackenzie ainda melhor!