Robinson Grangeiro Monteiro, chanceler do Mackenzie.

Foto: NTAI/Mackenzie

Toda história tem um começo e o nosso foi em 1870, na casa de um casal imigrante recém-chegado dos Estados Unidos ao bairro do Bom Retiro, numa São Paulo com pouco mais de 20 mil habitantes.

Com o anseio de que toda pessoa fosse capaz de ler e compreender as Sagradas Escrituras e o mundo, a professora Mary Ann, esposa do Rev. George Chamberlain, inicia uma pequena sala de alfabetização para crianças excluídas do ensino oficial. Assim, enquanto o Rev. Chamberlain pastoreava a Primeira Igreja Presbiteriana de São Paulo, sua esposa inicia aulas diárias em sua casa.

O novo jeito de ensinar, a nova forma de aprender a ler e escrever, a classe mista e a pedagogia pautada pela aprendizagem significativa, sem os castigos físicos tão comuns, transformam a casa da família Chamberlain na Escolinha da Professora Mary Ann.

Em 1871, a escola se muda para o sobrado da Igreja na Rua Nova de São José e passa a se chamar Escola Protestante. Contando com outros professores e ampliando a oferta de classes, o espaço da igreja vai sendo ocupado pelas crianças ao ponto de não comportar mais as atividades escolares.

Assim, em 1876, é transferida para a rua São João em dois pontos, um próximo ao largo do Paissandu e outro à rua Ipiranga, sendo chamada de Escola Americana. O crescimento da escola é visível, levando a implantação do internato e a estruturação das áreas de ensino, sempre seguindo os padrões norte-americanos de educação.

Em 1878 é criado o primeiro Kindergarten (jardim de infância) do Brasil, recebendo alunos a partir dos 3 anos. Nesse mesmo ano, como projeto pioneiro, cria-se o Departamento de Cultura Física, onde aulas de Educação Física eram ministradas para meninos e meninas.

No ano seguinte (1879) é adquirido o primeiro lote no bairro de Higienópolis na esquina das ruas, hoje denominadas, Maria Antônia e Itambé. Em 1880, a Escola Americana consolidou-se como uma das mais importantes da cidade. As edificações no terreno de Higienópolis começaram a ser levantadas em 1881, e o primeiro edifício destinado ao curso superior de Engenharia, graças à doação feita por John Theron Mackenzie, foi construído em 1892; posteriormente, surgiram os primeiros prédios para abrigar o internato masculino.

O Prospecto da Escola Americana de 1885-86 — o mais antigo que temos em no acervo do Centro Histórico e Cultural — relata, em sua introdução, o desenvolvimento da escola nos seguintes termos:

Profundamente convencidos da verdade de que “não há boa educação sem o ensino das ideias morais e religiosas tais quais são contidas nas Escrituras Sagradas”, os diretores têm dado desde o primeiro dia das suas aulas em 1870, lugar de honra a Palavra do “Mestre vindo da parte de Deus”, e mais fácil seria fechar as aulas do que abandonar esta prática...

Em 1920, todas as atividades da Escola Americana são transferidas definitivamente para o campus de Higienópolis.

Nestes anos de serviços educacionais prestados à sociedade brasileira, o Mackenzie vem cumprindo os propósitos de seus fundadores: formar cidadãos e profissionais conscientes de seu papel e comprometidos com as demandas da realidade. O trabalho e a dedicação de homens e mulheres que por aqui passaram durante esses anos nos fizeram uma das maiores e melhores instituições de ensino do país, oferecendo a possibilidade de formação desde a educação infantil até os estágios pós-doutorais.

O sonho e o compromisso daquela educadora já impactaram diretamente mais de 4 milhões de pessoas nesses 150 anos. Novos métodos e ferramentas tecnológicas têm sido aplicados à educação, mas o compromisso continua sendo o mesmo: educar e cuidar do ser humano, criado à imagem de Deus, para o exercício pleno da cidadania em ambiente de fé cristã reformada.

Agradecemos ao Senhor da História pelo Centésimo Quinquagésimo, ano em que o Mackenzie se faz presente no Brasil e, de maneira muito especial, na vida de cada mackenzista que faz parte dessa história.

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