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Nesta edição, foi escolhido o tema “Saúde mental no ambiente universitário”.
Fotos: NTAI/Mackenzie
O tema sobre saúde mental foi escolhido pela Pró-Reitoria de Graduação (PRGA), da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), para embasar as apresentações e os debates do VIII Fórum de Aprendizagem Transformadora (AT). O evento, que aconteceu de 31 de janeiro a 2 de fevereiro, marcou o início do ano letivo e foi voltado aos docentes da Instituição, que prestigiaram uma programação de onze workshops e dez palestrantes, entre eles os professores Hiram Arroyo, da Universidade de Porto Rico; Larissa Polejack Brambatti, da Universidade de Brasília; e Daniel Eisenberg, da Universidade da Califórnia.
A opção de falar sobre essas questões foi fundamental, afinal as pesquisas confirmam que é preciso ampliar as discussões sobre saúde mental. O estudo Global Health Service Monitor 2023, realizado pela Ipsos, revela que é crescente a apreensão dos brasileiros. Para fins de comparação, em 2018, o levantamento constatou que 18% dos entrevistados tinham esse tema como o de maior preocupação. Apenas quatro anos depois, esse percentual aumentou para 49%. Outra pesquisa, realizada em 2022 pelo DataFolha, mostra que oito a cada dez brasileiros de 15 a 29 anos apresentam algum problema de saúde mental; e de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), no mundo, mais de 13% dos adolescentes com até 19 anos têm diagnóstico de transtorno mental.
Durante a abertura do Fórum AT, intitulado “Ambiência Saudável, Bem-Estar e Projeto de Vida na UPM”, a pró-reitora de Graduação, Janette Brunstein, ressaltou o compromisso da Instituição de colocar o tema em debate ao longo de 2024. Em sua apresentação, ela questionou aspectos como: o que seria um ambiente saudável na universidade e como lidar com o bem-estar e os projetos de vida dos estudantes. Segundo ela, “é uma necessidade colocar em destaque as discussões sobre a temática de saúde mental. Os jovens da idade de nossos alunos são foco de problemas e dificuldades, como a ansiedade, que atrapalham o desenvolvimento”, pontuou.
Universidades promotoras de saúde
Para Brunstein, é necessário criar uma cultura voltada para o bem-estar, a equidade e a justiça social, o que sintetiza o conceito de universidade promotora de saúde. “Na UPM há fatores importantes para essa questão. Entre os pilares de nossa política educacional, temos uma proposta de aprendizagem transformadora com foco não só na formação técnico-profissional mas também no humanístico, ético, social, crítico-reflexivo, criativo e espiritual, por isso buscamos o bem-estar em si e no outro”, destacou.
Em sua fala, o chanceler do Mackenzie, Robinson Grangeiro Monteiro, disse que “a maior parte dos processos transformadores e mobilizadores das pessoas passa pela consciência de que saúde é bem mais que a ausência de enfermidades”. Durante a abertura, o reitor da UPM, Marco Tullio de Castro Vasconcelos, ressaltou a relevância do aprendizado contínuo. “Sempre temos coisas que podem ser despertadas em nossa mente para o aperfeiçoamento profissional, acredito que o Fórum é esse tempo, essa oportunidade de renovação e descoberta”, falou o reitor.
Forças e pontos de preocupação
A professora Larissa Polejack, da Universidade de Brasília, apresentou os resultados do Grupo de Trabalho (GT) Promoção de Saúde Mental e Docência: o que podemos fazer? Entre as potências da comunidade mackenzista identificadas estão: forte identidade com a Instituição; ações institucionais em curso, com destaque para o PROATO; clareza nos valores institucionais; iniciativas individuais dos docentes; e abertura para a escuta e o diálogo. As principais preocupações observadas nos estudantes são a ansiedade, a dificuldade de lidar com frustações, muito tempo de tela e a dificuldade de estabelecer relações. Além disso, foram apontadas a medicalização da vida e a dificuldade dos docentes em saber lidar com as demandas por cuidado e sobrecarga dos alunos.
Durante o evento, também foram demonstrados números do programa MACKSTLR em 2023, que registrou 375 iniciativas de aprendizagem transformadora (IAT), 145 docentes envolvidos e 3.056 inscrições. Para conhecer os projetos e os docentes vencedores, clique aqui.
O evento também contou com a participação do presidente do Instituto Presbiteriano Mackenzie (IPM), Milton Flávio Moura; a pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, Maria Cristina Trigueiro; e o pró-reitor de Extensão e Cultura, Cleverson Pereira de Almeida.