No dia 16 de setembro, pesquisadores do projeto “Práticas pedagógicas STEAM: processos de gênese instrumental no uso de tecnologias educacionais por professores na educação básica”, do MackPesquisa, apresentaram os resultados em evento realizado no Teams para gestores e professores das unidades São Paulo, Tamboré e Brasília do Colégio Presbiteriano Mackenzie (CPM). 

A pesquisa, coordenada pela professora Débora Valletta e apoiada pelo diretor do CPM São Paulo, Ricardo Cassab, teve como objetivo investigar a integração da abordagem STEAM (Science, Technology, Engineering, Art e Math) ao currículo escolar, por meio do uso de tecnologias digitais aplicadas em atividades pedagógicas. O trabalho também buscou compreender como os professores se apropriam dessas ferramentas em sua prática docente. 

Segundo a professora Débora, o projeto cumpriu um papel essencial ao alinhar a formação de professores às demandas contemporâneas. “Os principais resultados alcançados manifestam-se em sua capacidade de preencher lacunas críticas na formação de professores da educação básica, alinhando a prática pedagógica às demandas de ensino com tecnologias digitais e a abordagem STEAM”, afirmou. 

Entre os produtos desenvolvidos pela pesquisa estão, sistematização de práticas pedagógicas integrando cultura digital e pensamento computacional; materiais autoinstrucionais (como tutoriais) que auxiliam professores na aplicação das atividades em sala de aula; modelo de sequência didática para o ensino fundamental, conectando conteúdos a problemas reais de forma lúdica; desenho educacional de cursos híbridos para formação docente em STEAM. 

As práticas já foram testadas nas unidades escolares e avaliadas pelos alunos. Ao todo, foram coletados 6.146 feedbacks em 2024, com média de 3,8 estrelas em 4, evidenciando o engajamento dos estudantes. “Percebe-se que os alunos adoram aprender por meio das práticas STEAM, que tornam conceitos tecnológicos aparentemente complexos mais simples e divertidos”, destacou a professora. 

Outro ponto de relevância foi a contribuição para o desenvolvimento profissional dos docentes. “O projeto promove uma mudança fundamental na postura docente, auxiliando os professores a não apenas usar ferramentas digitais, mas a reestruturar seus processos de ensino. Essa abordagem garante uma formação mais robusta e autônoma, resultando em uma transformação sustentável da práxis pedagógica”, explicou a professora Débora. 

Os materiais criados também permitem que o conhecimento seja multiplicado. “Os tutoriais funcionam como catalisadores para a continuidade e replicação das práticas aprendidas, apoiando a autonomia dos professores e facilitando a integração curricular. Além disso, garantem a escalabilidade do projeto”, acrescentou. 

Para os próximos passos, a equipe pretende aprofundar as produções acadêmicas e ampliar a formação continuada. “Os dados mostraram que, em muitos casos, a formação atinge apenas a instrumentação, mas não a instrumentalização. Nosso desafio é oferecer condições para que os professores consigam avançar nesse processo, de modo que a tecnologia seja, de fato, transformada em instrumento pedagógico”, finalizou Débora Valletta. 

O evento marcou o encerramento de uma etapa do projeto, mas reforçou a importância da pesquisa para o avanço da educação mackenzista. “O trabalho de cada um não apenas amplia o conhecimento em suas áreas, mas também fortalece nosso compromisso institucional com a produção científica de qualidade para a educação básica”, concluiu a professora.