Em um mundo cada vez mais conectado por aparelhos e distante fisicamente, a gentileza surge como um farol, iluminando caminhos e construindo pontes. Atitudes simples como um abraço, um sorriso e um bom dia causam impacto enorme na vida das pessoas. A qualidade de vida também está relacionada à gentileza, tanto quem a recebe quanto quem a realiza, sente-se mais feliz. 

O Dia Mundial da Gentileza, celebrado anualmente no dia 13 de novembro, surgiu depois de uma conferência que aconteceu em Tóquio, em 1996. A data foi criada oficialmente em 2000 e tem o objetivo de inspirar as pessoas a serem mais gentis e, assim, fazer do mundo um lugar melhor. 

Mas, afinal, o que é gentileza? 

Pode ser um gesto de educação, solidariedade ou cuidado. É o desejo de fazer o outro se sentir melhor. É ajudar alguém sem esperar algo em troca, perguntar se a pessoa está bem, falar “obrigado”, “por favor” para quem estiver ao seu redor. É um comportamento que melhora o bem-estar individual e coletivo, tornando a sociedade um lugar mais agradável. 

O psicólogo e professor de Administração (ADM) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), campus Campinas, Marcelo Santos, conta como a gentileza pode impactar a vida das pessoas no trabalho e na escola. “Ela pode não só melhorar, mas transformar um ambiente. Porque o ato de ser gentil resulta em respeito, confiança, e promove no outro uma satisfação que, consequentemente, pode gerar nessa pessoa a vontade de reproduzir isso à frente.”

No ambiente escolar, o ato está ficando cada vez mais escasso, mas ajudaria no clima de aprendizagem, diminuindo o bullying, agressões e na redução de situações vexatórias dentro do ambiente escolar. Como consequência, alunos mais atentos às necessidades dos amigos, empáticos e propensos a ajudar uns aos outros.

Um dos maiores obstáculos para praticarmos ações que demonstram afabilidade no dia a dia é o fato de que temos vivido de maneira cada vez mais individualista. As redes sociais tornaram as pessoas mais competitivas na busca pela vida perfeita e isso tem dificultado umas das bases do que é ser gentil, que é o respeito ao outro.

Em demasia, o docente mackenzista alerta: pode representar um risco e merece cautela. “Alguém que a prática a gentileza em excesso não a faz só para uma pessoa, mas para todas. E isso pode gerar um sacrifício muito grande, em que você passa a ser visto apenas como aquele indivíduo que presta serviço para todo mundo. Além disso, pode trazer uma perda de autenticidade, já que a pessoa deixa de ser quem é para se tornar aquilo que os outros esperam que ela seja.”

Para finalizar, Marcelo Santos, psicólogo e professor de Administração (ADM) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), deixa um conselho a todos. “Então, para que tudo isso seja possível, a gente tem que começar com nós mesmos. Ser gentil com você mesmo, olhar para você mesmo, para que você possa, de forma genuína, ser gentil com o outro.” 
Ser gentil, portanto, não deve ser uma prática adotada apenas uma vez por ano e nem uma ação direcionada a determinadas pessoas. Isso deve fazer parte do cotidiano de cada um e ser uma demonstração de autocuidado, aconselha o professor Marcelo. “Para que isso seja possível, é preciso começar por nós mesmos: ser gentil e ter um olhar bondoso para si mesmo e, assim, de forma genuína, manifestar essa atitude com o outro.” 
A gentileza é um convite à ação. Comece hoje a praticar pequenas atitudes de bondade. Lembre-se de que um gesto simples tem o poder de transformar o dia de alguém e, ao propagá-lo, contribuímos para um mundo mais empático e feliz.