De acordo com a pesquisa do Instituto Gartner, até 2020 foram gerados cerca de 40 trilhões de gigabytes de dados diariamente ou algo como 2,2 milhões de terabytes. A tendência é que, de lá para cá, esse número tenha aumento enormemente. Afinal, no mundo de hoje, as empresas trabalham com volumes exorbitantes de dados originados em operações de compra e venda, contratos, operações financeiras e serviços de todos os tipos; a lista é longa. A isso, soma-se os dados de nossas atividades pessoais: o registro na mídia social, a confecção da carteirinha da academia, do bilhete de ônibus e até mesmo os dados que você disponibiliza para ter o TIA (Terminal Informativo Acadêmico) — sua identificação mackenzista — e qualquer outro dado que identifica ou que pode identificar uma pessoa.Recentemente, em 28 de janeiro, foi comemorado o Dia Internacional da Proteção de Dados Pessoais, institucionalizado em 2006, que demonstra como os dados são fundamentais e valiosos. Para as empresas, por exemplo, adotar estratégias data driven a fim de conquistar e manter clientes é fundamental. “A informação tem um valor imensurável, não apenas do ponto de vista econômico mas também social e político. Quanto mais dados são processados, mais informações são obtidas sobre determinado público e mais conhecimento sobre suas necessidades, preferências e personalidade”, comenta a encarregada de Proteção de Dados (DPO) do Instituto Presbiteriano Mackenzie (IPM), Stela Sales.

Há, porém, um lado obscuro nessa coleta de dados: o vazamento e a utilização dessas informações para a prática de crimes, o que ameaça as pessoas e as empresas. Por isso, com o objetivo de resguardar essas informações, surgiu a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), em vigor no Brasil desde setembro de 2020, com o objetivo de estabelecer uma série de diretrizes para a coleta, o processamento e o armazenamento de dados pessoais.

“Cabe às empresas que processam dados pessoais, implementar uma série de medidas de governança de dados, a fim de preservar este que é um ativo valioso para as empresas e, ao mesmo tempo, proteger as próprias pessoas”, explica a especialista, acrescentando que a Emenda Constitucional (EC) nº 115/2022 deu maior força ao tema, elevando a proteção dos dados pessoais à Direito Fundamental, exigindo das empresas e colaboradores maior rigor ao firmar contratos, criar formulários, desenvolver sistemas que envolvam o processamento de dados pessoais, entre outros.

Assim, cabe aos colaboradores mackenzistas que manipulam dados pessoais uma rigorosa avaliação antes do uso, como: Há permissão legal para o uso desses dados? Há preocupação com a segurança desses dados? Há ciência do titular de como esses dados serão usados?

CMPD

Por falar em mudanças, mesmo antes de a LGPD entrar em vigor, o Mackenzie já contava com o Comitê Mackenzie de Proteção de Dados (CMPD), responsável por mapear todas as atividades que envolviam tratamento de dados e recomendar a correção daquelas que não estavam de acordo com a lei. Ao longo do processo, mais de duzentas áreas do Mackenzie foram entrevistadas e avaliadas e esse processo não parou, é contínuo. O Comitê CMPD é composto de três áreas distintas (jurídico, tecnologia da informação e compliance) e conta com Samuel Macarenco Beloti, Ricardo Marques Fukuda e Gabriel Vinícius Carmona Gonçalves.

A transparência é uma das grandes exigências da LGPD e, no Mackenzie, os alunos e colaboradores possuem informações precisas sobre o assunto. Uma aba Proteção de Dados foi criada no site do Mackenzie, onde o titular pode conhecer seus direitos e saber como exercê-los, bem como tem total transparência de como seus dados são tratados por meio da Política de Privacidade. Na Intranet, na aba CMPD, consta a Política de Privacidade dos colaboradores e uma Cartilha de Proteção de Dados, com orientações específicas para esse público. “Muitas ações estão sendo desenvolvidas, entre elas um treinamento corporativo que será lançado em breve pela Mackenzie Academia Corporativa (MAC), com o intuito de difundir ainda mais a Cultura Mackenzie de Proteção de Dados”, conta Stela sobre os próximos passos.